Capítulo 26

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Posso resistir a tudo, menos às tentações.
-Oscar Wilde

JEFF (19) 99*******

JEFF》Um aluno da escola teve um acidente.

Não enrola!

JEFF》O nome é Yan, era na verdade, morreu a uma semana mais ou menos.

Qual a relação com a Anne?《

JEFF》Os peguei aos beijos no laboratório da faculdade um dia.

Como morreu? 《

JEFF》Acidente de carro, Anne não conseguia parar de chorar.

Ela não chorou em casa《

JEFF》 E não lhe diria se tivesse

Por quê?《

JEFF》Yan, era diferente

Como assim?《

JEFF》 Ele tinha uma condição especial

Direto e reto, por favor!《

JEFF》 Ele era Ela

Anne era Gay, e daí? Eu não to nem

JEFF》Ela não diria pra você, não porque ela achava que você não aceitaria, você até apoiaria ela, Anne sabia disso, o problema é o irmão.

Me lembro que Liam e o pai dele eram os únicos que não sabiam do outro irmã gay da família, nem de Anne também. Parte de mim queria brigar com ela, como ela pode tomar uma decisão deste porte e nem me contar, eu poderia ajudar, eu poderia fazer tantas coisas, eu poderia ajudá-la a contar para sua família, éramos amigas afinal, mesmo com os problemas e discussões, ser "amiga" é coisa séria demais, mesmo que me machuque o coração as vezes os erros de Anne, eu os superarei, principalmente se me livrarem de coisas que eu não queria (Jorge), porque amigas são assim, elas se batem, mas não deixa que outros batam.

Liam se contorce no banco do passageiro enquanto eu entro no hospital pela décima oitava vez, para checar se Anne apareceu por lá. Tudo que passa pela minha mente é Anne, se ela está bem, se ela precisa de mim, se eu deveria dar ela consolação se não consegui a perdoar ainda, porque mesmo que coloque em minha mente o quão melhor as decisões de Anne refletiram na minha vida, afastando meu  ex noivo, que eu nunca amei, parte de mim, não consegue perdoa-la. Deveria?

Relembro quando nos conhecemos, enquanto eu passeava na cantina da faculdade, à época que eu achava Odontologia a carreira certa. Anne parou com um pedaço de pizza caindo das mãos, e começou a falar o quanto gostou do meu colar azul, o mesmo que ganhei anteriormente do adorável irmão dela, o que nunca diria mesmo que necessitasse, um presente de despedida não necessita proclamar o nome daquele que havia dado.
Começamos a conversar e ela se lembrou que nos conhecíamos desde a infância, sorriu e me acolheu, enquanto todos os outros me encaravam como seu eu fosse estranha no ninho (De certa forma era), os mesmos amigos que com o passar do tempo, Anne perdeu no caminho, um amigo a cada 4 Km ela dizia.


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