Ok vida, já entendi que eu sou forte o suficiente para suportar isso tudo. Já pode para com os testes.
-Autor desconhecido.
Meus olhos acordam, mesmo com a miséria de vontade que esbanjavam, no relógio aponta seis e meia da manhã. Me lembro da noite passada, e uma raiva volta a arder no peito sobre o acontecido na varanda, aquele sentimento não desapareceria tão rápido.
Toco o chão congelante, e decido usar minhas adoráveis pantufas de porquinho verde. Quando me lembro que as ganhei de Jorge, algo como aquele vazio que uma boa lembrança deixa, transpareceu no meu ser.
Meu estomago alerta sobre a fome, e corro para a cozinha antes que Anne decida comer todo o pão de queijo, entretanto um objeto estranho de encontra no caminho e tropeço, rolando varias cambalhotas pelo piso. Quando assimilo o que acabará de acontecer, resolvo saber o causador do meu vexame, eram malas.
- Diga a mim ser que come meu pão de queijo. - Recitei para Anne que se encontra sentada no balcão tentando entender o que aconteceu comigo. - Que estas malas, estas que me causaram uma dor nas costas nesta tarde, não pertencem ao psicopata, maniaco, e destruidor?
- As malas não são da sua mãe, são minhas! - Falou com um sorriso no rosto pela minha dramática atuação, digna do óscar.
- Pretende me abandonar? - Questiono. - Devo lhe avisar que com meu longo histórico de abandonos e traumas, minha condição psicológica ira de deteriorar. - Argumento, antes que ela possa negar, coisa que eu sabia que faria.
- Você esqueceu de novo. - Girou seus olhos, como se Catherine não tivesse jeito, e eu como a própria, concordava.
- Feliz An... - Tentei porém logo fui interrompida.
- Não. - Disse um tanto rude para sua personalidade.
- Desisto, vou começar a prestar atenção nas nossas conversas. - Falei como se aceitasse o fato que a Terra é um planeta.
- Obrigada. - Disse, porém ainda ressentida pois não era a primeira vez que eu dizia isso.
- De nada. - Respondi me levantando do chão.
Quando me sentei junto a ela no balcão notei que estava completamente vazio. E quando percebeu meu olhar avisou:
- Liam acorda as cinco horas da manhã, se quiser comer, acorde nesse horário. - Falou como se fosse um leve vingança.
- Pessoas normais tomam café da manhã as seis horas, isso é uma crueldade. E o seu Irmão já está acabando com a minha vida! - Cruzei os braços como uma criança magoada.
- Possivelmente. - Admitiu Anne com alisando seus cabelos loiros. - Entretanto hoje foi porque não arranjei tempo.
- Para onde você está indo? - Perguntei depois de lembrar do começo da conversa.
- Vou para um "Estagio" numa pesquisa cientifica em Santos. - Respondeu.
- Pensei que fosse viajar com o Lucas. - Disse resgatando da memoria.
- E vou. - Falou convictamente. - Mas, o estagio vai ser o que dirá ao Liam.
E e então, notei que o Oficial não sabia que Anne namorava, e que ela ficaria uma semana namorando, enquanto ele estaria aqui pensando que a doce irmãzinha era um anjo. Entretanto, está foi a parte que entendi um pequeno detalhe.
- O Liam e eu vamos ficar sozinhos durante uma semana?
- Sim. - Uma pequena palavra que consegue destruir todo o meu bom humor.
- Não, não, não e nunca! - Retruquei ficando na defensiva.
- Sim, sim, sim, e você não tem opção. - Seu rosto ficou apreensivo. - Preciso que cuide dele.
- Acho que Liam pode muito bem se cuidar sozinho, enquanto a mim, vou ficar na casa do Jeff! - Disse decidida.
- Theri, por favor. - E então uma lagrima desceu. - Ele nunca vai ao medico, mesmo quando se fere, o trabalho de policial é perigoso! E se ele tiver um hemorragia interna, de novo, ele quase morreu! Você estava lá.
- Anne. - Minha voz estava fraca demais para descordar, me lembro de como foram as noites naquela semana, com ele internado.
- Ele vai estar aqui a maior parte do tempo. - Esse é o problema, pensei. - Preciso que apenas veja se á algum hematoma no corpo dele. Liam não é fácil, provavelmente será difícil fazer com que ele levante a camisa.
- O que? - Minha voz saiu incrédula. - Não vou levantar a camisa dele!
- É só para verificar. - Mais lagrimas rolaram. - Por favor.
- Tudo bem. - Respondi me odiando. - Mas, para de chorar. - O mundo deveria criar uma nova emenda que consiste que amigos não podem chorar perto de outros amigos!
Anne respirou fundo, e se acalmou. Depois abriu um sorriso ainda molhado em minha direção.
- Odeio você! - digo um pouco aliviado por ela parar de vazar.
- Eu gosto de você. - Disse ela, indo em direção ao quarto para terminar de arrumar suas roupas. E então virou novamente. - Obrigado.
E minha mente repassava as mesmas palavras varias vezes. "Sozinhos", "Levante a camisa dele".
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8 Anos
ChickLitTheri, aquela que estava tão perto de colocar a vida nos eixos, de esquecer completamente o passado e suas dores, de esquecer lembranças boas que traziam o gosto amargo do fim, de esquece-lo. E de finalmente ter uma vida tranquila, assistindo séries...