Capítulo 25

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Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.

- Friedrich Nietzsche

- Descrição? - Questionou a mulher de uniforme á frente.

- Um metro e oitenta, loira, branca, e 18 anos. - Falou Liam assim que chegamos no hospital.

- Não, não temos ninguém com essa descrição aqui. - Ele analisou os papéis como se fossemos a vigésima oitava pessoa a perguntar, mas o local estava apenas cheio de poeira.

- Alguma coisa aconteceu, e séria! - Mentalizou quieto no estacionamento. - A última parada do ônibus é a duoas quadras daqui.

- Já, procuramos nos arredores quatorze vezes, olhamos em cada canto, até debaixo das lixeiras. - Meu pé estava dilacerante, tudo que eu ansiava era deitar, colocar as pernas para cima e descansar em um bom travesseiro alto, afinal minha gastrite estava atacada, se é que seja possível.

- Precisamos pensar em algo que ainda não pensamos. - Sua voz estava lisa, nervosa.

- Ela e o Lucas fazia um mês de relacionamento, é recente! - Apertei as mãos em um estalo. - Ela começou um curso de culinária perto de casa, e iniciou num programa de voluntários com crianças.

- É como se estivesse se mantendo ocupada a todo tempo. - Ele ligou o motor e um papel branco voou para cima de mim, o dobrei e o coloquei no porta luvas. - Algo estava acontecendo em casa?

- Não! - Proclamei ofendida. - Estávamos bem depois de muito tempo, começando a nos acertar.

- Talvez esse seja o problema, estamos pensando nas coisas que aconteceram recentemente. - Coçou a barba por fazer. - A faculdade é mais antigo. Como ela se comportava lá?

- Melhor mandar mensagem pro Jeff. - Meu celular despenca entre o vão dos bancos. Minhas mãos arrastam tudo que estava jogado embaixo, inclusive uma fotografia tão antiga quantas as que tampam o espelho do meu quarto. Era nós, estávamos na parte de trás daquela mesma caminhonete, riscando os nossos nomes na parte aberta da carroceria, e deixando despencar inúmeras partículas da tinta branca, e ferro. Peguei o celular e levantei a foto.

- Parece que não sou a única a guardar fotos. - Suas mãos arrancaram a imagem de minhas mãos tão rápido que apenas o vulto foi visível.

- Por que se importa? Foi tudo um erro mesmo. - Apertei as pernas desconfortável com a resposta.

JEFF (19) 99*******

Jeff?《

Preciso perguntar algo pra você?《.

Vai soar meio estranho.《

Mas, a Anne estava normal na《
faculdade?

Tipo, se comportando como a《
Anne?

E por acaso houve algum《
acontecimento na faculdade ou com os amigos dela que possa ter sido meio complicado?

Qualquer coisa

Responda logo que vir, é《
importante!

- Queria que ela tivesse 17 anos para podermos mandar a polícia procura- la. - Murmurei, encarando os vários carros estacionados.

- Vamos ficar aqui. - Avisou. - Se ela se machucar e vir ao hospital a encontraremos.

- Ou se morrer. - Falo me arrependendo do som de cada letra.

- Não diga isso! - Rosnou. - Também não temos a menor ideia de onde ir, ou onde tentar encontrá-la, ela está nessa cidade, em qualquer parte dessa imensidão de prédios e muros, sozinha e indefesa.

- Eu ensinei ela a bater com a não esquerda. - Disse, admirando a confusão no olhar do policial. - Ela não é indefesa.

- Espero que não. - Falou por fim atormentando ainda mais, sua alma. - Boa noite amo... Theri.

- Noite. - Sibilei pensando na palavra que quase saiu, e raciocinando o quão bem a trenei em socos, ao menos o bastante para não se entregar fácil.

Mas antes que eu durma, o celular apita, era quatro horas da manhã, não esperava respostas, mas as obteve com sucesso.

JEFF (19) 99*******

JEFF》Teve uma coisa!

8 Anos Onde histórias criam vida. Descubra agora