Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.- Friedrich Nietzsche
- Descrição? - Questionou a mulher de uniforme á frente.
- Um metro e oitenta, loira, branca, e 18 anos. - Falou Liam assim que chegamos no hospital.
- Não, não temos ninguém com essa descrição aqui. - Ele analisou os papéis como se fossemos a vigésima oitava pessoa a perguntar, mas o local estava apenas cheio de poeira.
- Alguma coisa aconteceu, e séria! - Mentalizou quieto no estacionamento. - A última parada do ônibus é a duoas quadras daqui.
- Já, procuramos nos arredores quatorze vezes, olhamos em cada canto, até debaixo das lixeiras. - Meu pé estava dilacerante, tudo que eu ansiava era deitar, colocar as pernas para cima e descansar em um bom travesseiro alto, afinal minha gastrite estava atacada, se é que seja possível.
- Precisamos pensar em algo que ainda não pensamos. - Sua voz estava lisa, nervosa.
- Ela e o Lucas fazia um mês de relacionamento, é recente! - Apertei as mãos em um estalo. - Ela começou um curso de culinária perto de casa, e iniciou num programa de voluntários com crianças.
- É como se estivesse se mantendo ocupada a todo tempo. - Ele ligou o motor e um papel branco voou para cima de mim, o dobrei e o coloquei no porta luvas. - Algo estava acontecendo em casa?
- Não! - Proclamei ofendida. - Estávamos bem depois de muito tempo, começando a nos acertar.
- Talvez esse seja o problema, estamos pensando nas coisas que aconteceram recentemente. - Coçou a barba por fazer. - A faculdade é mais antigo. Como ela se comportava lá?
- Melhor mandar mensagem pro Jeff. - Meu celular despenca entre o vão dos bancos. Minhas mãos arrastam tudo que estava jogado embaixo, inclusive uma fotografia tão antiga quantas as que tampam o espelho do meu quarto. Era nós, estávamos na parte de trás daquela mesma caminhonete, riscando os nossos nomes na parte aberta da carroceria, e deixando despencar inúmeras partículas da tinta branca, e ferro. Peguei o celular e levantei a foto.
- Parece que não sou a única a guardar fotos. - Suas mãos arrancaram a imagem de minhas mãos tão rápido que apenas o vulto foi visível.
- Por que se importa? Foi tudo um erro mesmo. - Apertei as pernas desconfortável com a resposta.
JEFF (19) 99*******
Jeff?《
Preciso perguntar algo pra você?《.
Vai soar meio estranho.《
Mas, a Anne estava normal na《
faculdade?Tipo, se comportando como a《
Anne?E por acaso houve algum《
acontecimento na faculdade ou com os amigos dela que possa ter sido meio complicado?Qualquer coisa《
Responda logo que vir, é《
importante!- Queria que ela tivesse 17 anos para podermos mandar a polícia procura- la. - Murmurei, encarando os vários carros estacionados.
- Vamos ficar aqui. - Avisou. - Se ela se machucar e vir ao hospital a encontraremos.
- Ou se morrer. - Falo me arrependendo do som de cada letra.
- Não diga isso! - Rosnou. - Também não temos a menor ideia de onde ir, ou onde tentar encontrá-la, ela está nessa cidade, em qualquer parte dessa imensidão de prédios e muros, sozinha e indefesa.
- Eu ensinei ela a bater com a não esquerda. - Disse, admirando a confusão no olhar do policial. - Ela não é indefesa.
- Espero que não. - Falou por fim atormentando ainda mais, sua alma. - Boa noite amo... Theri.
- Noite. - Sibilei pensando na palavra que quase saiu, e raciocinando o quão bem a trenei em socos, ao menos o bastante para não se entregar fácil.
Mas antes que eu durma, o celular apita, era quatro horas da manhã, não esperava respostas, mas as obteve com sucesso.
JEFF (19) 99*******
JEFF》Teve uma coisa!
VOCÊ ESTÁ LENDO
8 Anos
Chick-LitTheri, aquela que estava tão perto de colocar a vida nos eixos, de esquecer completamente o passado e suas dores, de esquecer lembranças boas que traziam o gosto amargo do fim, de esquece-lo. E de finalmente ter uma vida tranquila, assistindo séries...