Aceitar provocações é para os fracos, forte é aquele que faz da provocação algo que provoca quem te provocou.
-Danilo Morais
- Então desde quando você conhece meu irmão. - Atira Anne de repente, me fazendo parar no meio do corredor de vinhos.
- Morávamos na mesma cidade e estudávamos na mesma escola, querendo ou não, iriamos pelo menos saber da possibilidade da existência um do outro. - Respondo ainda me adaptando a pergunta.
- Está usando conclusões muito logicas! O que significa que tem algo a esconder. - Disse Anne pensativa.
- Eu falo assim, nada de especial. E além do fato que não foi muito logico, pois analisando minha habilidade social na escola, ele provavelmente não se lembra de mim, apenas me conhece como a garota que virou sua amiga no começo da faculdade! - Argumento.
- Theri! - Grita ela depois de alguns metros na qual foi deixada para trás. - Agora que entramos no assunto, Liam Sabia da sua existência. - Afirmou. - O problema é que ele deixou bem claro, que não era para eu ficar andando com você, você era meio perigosa. - Fala em tom de deboche. - Ou seja, Você existia no universo do meu irmão! Junto á uma grande placa de Afaste-se.
- Filha da ... -Resmunguei.
- Ei! Não se esqueça que eu e ele temos a mesma mãe. - Avisou Anne.
- Você não me deixou completar! Eu ia dizer, filho de uma mãe muito boa porque ele é um ser difícil de aguentar. - Falei com um sorriso nada verdadeiro
Terminamos de comprar todo o necessário para pelo menos um mês sem precisar voltar ao supermercado, que não foi nada barato, e muito menos fácil de carregar até o carro. Porém depois de algumas sacolas rasgarem, alguns ovos se quebrarem e alguma ajuda, conseguimos. Não acompanhei Anne até em casa, queria evitar o Policial, coisa na qual estava me tornando especialista. Entretanto depois de umas 4 horas resolvi me render a vontade de dormir. A noite já havia chegado a um tempo, então uma esperança de que ele estivesse também se rendido ao cansaço me parecia amplamente calmante.
Virei a chave sem fazer um tilintar qualquer, tirei os sapatos para meus passos não ecoarem pelo piso, abri a porta lentamente para evitar que a mesma rugisse como um leão. E finalmente entrei, um passo por vez, respirando tranquilamente, fechei a porta com o mesmo movimento que fiz para abrir, evitei passar perto de todos os objetos da sala, e quando meu quarto estava a apenas um metro de distancia, uma voz surge:
- Precisamos conversar. - Fala o Oficial que estava sentado na poltrona, e por um certo segundo pude ouvir aquela musica do jogo do Mario, de quando aparece o "Game Over".
- Você estava assistindo minha cena de ninja esse tempo todo e preferiu me desanimar logo quando estava a apenas um metro do meu quarto? - Perguntei meio mal humorada.
- Sim! - Respondeu. - Vamos na varanda!
- Porque? - Questionei.
- Bem não quero que minha irmã conheça minhas aventuras sexuais.
- Que eu saiba, a sua mão está grudada em seu corpo, e seu corpo de chama Liam e a Anne conhece você, portanto, também conhece a sua mão. Enfim ela conhece todas as suas aventuras sexuais. - Digo malvadamente.
- Por favor, podemos conversar na varanda?! - Pediu ele mordendo a língua. Concordei em acompanha-lo, pois tinha esperança de ver a cena dele pedindo por favor, de novo.
- O que deseja? - Perguntei assim que chegamos ao Jardim.
- Espero que não tenha sido uma verdadeira ...
- Cuidado com o que diz! - Interrompi. Talvez eu seja um pouco perigosa, como Anne disse.
- Espero que não tenha feito a minha irmãzinha de capacho da suas ideias de me expulsar da nossa casa. - Falou tentando não ceder as minhas provocações.
- Nossa casa? Você começou a morar aqui a umas 7 horas. Além do fato de que a casa está no meu nome e no da sua irmãzinha, nada que inclua um Policial irritante. E na verdade vou continuar contaminando a Anne para que você desapareça da minha vida!
- Engraçado não percebi que queria que eu desaparecesse quando quase lhe beijei. - Retorquiu cruzando os braços sobre o tórax. - E ambos sabemos o que vem depois!
- Que bonitinho, você acha que lhe deixaria me beijar. - Alfinetei. - Não é a parte que eu digo que o Policialzinho deveria começar a superar, afinal o que tivemos não foi tão difícil de esquecer pra mim.
- Policialzinho? - Diz com um olhar fulminante. - Policialzinho? - Ele se aproxima, admito que minha expressão naquele segundo deixou bem claro a minha insatisfação com o ato. Ele estava perto, perto o bastante para que seus braços se descruzassem para não me tocar prematuramente.
- O que você está fazendo? - Pergunto, deixando escapar minha apreensão.
Seus olhos encaram meus lábios, a temperatura aumenta, posso sentir seu corpo encostado no meu, posso me lembrar dos choques, das noites na qual não dormimos, das manhãs que acordava algemada a uma cama. Saio do devaneio quando percebo que posso sentir o cheiro de menta, o que significa que ele estava a poucos milímetros, posso sentir o seu gosto antes mesmo de provar, suas mãos se mostram presente no mesmo instante em que descem pelas minhas costas, e então chegam as minhas coxas. Fecho os olhos.
- Algumas coisas não se esquece! - Sussurrou Liam se afastando com um olhar vitorioso. Ele volta para dentro da casa tão rápido que notei apenas a sua sombra atravessando a porta. E então a nuvem negra se abateu sobre mim. Era um teste, e fui completamente reprovada, porém somente pensava sobre um único problema, que o passado aparentava não ser passado. E tinha um certo receio do que isso significava.
Entretanto a outra parte na qual fui ridicularizada, não permanecera impune. Vingança!
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8 Anos
ChickLitTheri, aquela que estava tão perto de colocar a vida nos eixos, de esquecer completamente o passado e suas dores, de esquecer lembranças boas que traziam o gosto amargo do fim, de esquece-lo. E de finalmente ter uma vida tranquila, assistindo séries...