Capítulo 12. Thomas está doente?

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Lady Emyline deve informar que ouviu dois cavalheiros dizerem no baile da última noite que sentiam falta da presença adorável da Srta. Campbell nos eventos.

TABLOIDE DE GRUFFIN, por LADY EMYLINE.

Foi uma noite mal dormida, mas Emma estava muito animada pela manhã. Quando Emma voltou para o quarto na noite anterior, Catarina virou-se de costas para ela e fingiu estar dormindo, Emma não se importou, caminhou até a sua cama e colocou a nova flor que tinha ganhado sobre a sua mesa de cabeceira, aquela Cat não iria achar para jogar fora.

Ela escolheu o vestido mais lindo da mala para aquele dia, queria causar uma ótima impressão. O vestido tinha forro branco por baixo e um tule rosa-claro por cima, com flores bordadas em menor concentração no topo e mais na barra, o corpete era do mesmo tom de rosa e moldava perfeitamente o corpo de Emma. Annie prendeu o cabelo ruivo dela em um penteado trançado, formando uma coroa sobre a cabeça. Ela deixaria Thomas sem ar quando a visse.

Catarina já tinha saído do quarto, mal falara com Emma, então ela desceu sozinha para a sala de jantar, mas apenas as crianças estavam ali, nem sinal de Thomas. Muitos pensamentos começaram a passar pela mente de Emma, seria normal ele ter desaparecido depois de beijá-la? Catarina poderia ter razão. Emma tinha decidido retomar o controle da sua vida, mas então beijou Thomas e agora ele sumira. Ela trocou um olhar com Cat, que tinha estampado no rosto exatamente o que Emma esperava, a expressão dela dizia: eu avisei.

- Thomas não se juntará a nós para o café da manhã? – Emma perguntou de maneira casual e desinteressada ao mordomo, que estava parado próximo da porta da sala de jantar.

- O Sr. Lewis ainda não desceu, senhorita. – Mason respondeu de maneira monótona. – Willian, seu valete, acabou de subir para conferir se ele precisa de auxílio.

Certo, Emma assentiu, então se ele estava arrependido do beijo, estava se escondendo no quarto, o que era ainda mais patético do que sumir antes de Emma descer para o café da manhã. Emma começou a se servir e se sentou para comer, observando os gêmeos em uma discussão baixinha, eles pareciam debater algo tão importante quanto a paz mundial.

O homem que estava sempre ao lado de Thomas, que Emma julgava ser William, apareceu na sala de jantar com uma expressão preocupada no rosto, caminhou até o mordomo e começou a falar.

- Peça para as criadas levarem algo no quarto para o patrão comer, acho que um caldo seria melhor. Também peça para levarem panos úmidos e um balde d'água, eu vou chamar o médico.

Emma se levantou em um salto.

- Médico? Thomas está doente? – perguntou preocupada.

- Provavelmente é apenas um resfriado. – O homem disse. – Mas vou chamar o médico para termos certeza. Não se preocupe.

Mas já era tarde, ela já estava preocupada. Quando o valete de Thomas saiu da sala de jantar, Emma saiu logo atrás e já subiu a escada antes mesmo que o mordomo ou alguma criada seguindo as ordens do valete. Ela parou diante da porta entreaberta do quarto dele, seria muita invasão de privacidade entrar assim no quarto dele? Dane-se, ela estava preocupada.

A primeira coisa que ela coisa que ela viu ao entrar no quarto foi a grande cama de dossel no meio do ambiente, as cortinas ainda estavam meio fechadas, o que limitava a claridade do ambiente. Thomas estava na cama, ela o viu encolhido debaixo das cobertas, parecia realmente abatido. Emma caminhou até as cortinas e as abriu completamente, ele resmungou na cama, protestando por conta da claridade, mas ela não se importou.

Depois ela foi até a cama e se sentou na beirada, puxando um pouco as cobertas de cima dele e observando-o atentamente. Colocou a mão contra a testa dele, que estava pegando fogo.

- Você está muito quente. – Ela comentou, como se ele já não soubesse.

- É apenas um resfriado, não se preocupe. – Ele disse com a voz baixa. – Eu ficarei bem.

- Ou então pode ser uma gripe forte. Se tivesse me deixado ajudá-lo com as coisas do piquenique ontem, não estaria doente.

Thomas abriu um pequeno sorriso e puxou as cobertas de novo.

- Talvez. Mas talvez você também estivesse resfriada e eu seria visto pela sua família como um irresponsável que a deixou ficar doente. E você sabe o que dizem sobre os Campbell, não é?

Emma franziu a testa e negou.

- Não, eu não sei. O que dizem sobre nós?

- Bem... algumas pessoas dizem que é melhor ser odiado pelo Diabo do que por um Campbell.

Emma riu e assentiu, provavelmente aquilo era verdade.

- Talvez isso seja verdade. – Ela admitiu. – Então, já que está doente porque me poupou, o mínimo que posso fazer é cuidar de você, não é?

Ele negou, mas foi um movimento quase imperceptível. Emma notou que ele estava transpirando.

- Não é necessário, os criados podem me ajudar, amanhã já estarei bem. Vá fazer algo interessante, talvez possa ir com a sua irmã até a cidade para fazer compras, tudo por minha conta, como presente.

Se ele achava que ela iria aceitar, estava mesmo enganado sobre ela. Emma não iria sair para fazer compras e deixá-lo sozinho, iria ficar e garantir que ele ficasse bem.

- Não, eu vou ficar e cuidar de você. – Ela disse com firmeza. – Começando exatamente agora.

Emma puxou um pouco a coberta e descobriu o peito dele, que estava despido. Thomas protestou, dizendo estar com frio, mas Emma não o deixou se cobrir de novo, precisava baixar a febre.

Duas criadas entraram no quarto com uma bandeja cheia de panos e um balde d'água, imediatamente Emma já pegou um dos panos e umedeceu ele no balde, em seguida passou-o pelo rosto de Thomas e deixou-o sobre a testa para tentar abaixar a temperatura corporal e diminuir a febre. Aos poucos ela foi tirando as cobertas de cima dele e descobrindo-o, ele estava vestido apenas da cintura para baixo, e Emma aproveitou para admirar a pele bronzeada dele.

Outra criada apareceu com uma bandeja de comida e deixou-a na mesa de cabeceira, dizendo que era um caldo de legumes com carne e algumas outras coisas para ele tomar.

- Não quero comer. – Ele protestou, mas Emma já estava com o prato na mão, pronta para força-lo a comer.

- Só um pouco. – Ela pediu. – Você não pode ficar sem comer, senão vai piorar.

Thomas revirou os olhos e aceitou. Emma sorriu, vitoriosa.

- O vestido de hoje é muito bonito. – Ele comentou, admirando o vestido dela. – Ficou bem em você.

- Ah, é. – ela fingiu não se importar. – Eu gosto muito dele, e você?

Ela se levantou e deu uma voltinha, fazendo a saia do vestido rodar e permitindo que ele o visse totalmente.

- É, eu gosto também. – Ele disse com um sorriso. – Não sei se notou, mas eu gosto muito de flores.

Emma sorriu e assentiu, se sentando de novo na beirada da cama. Não era exatamente nessas condições que ela queria impressioná-lo com o vestido, mas o que valia era a intenção, não é? 

O segredo de Emma CampbellOnde histórias criam vida. Descubra agora