O segredo de Emma Campbell

Capítulo 15. Que Deus me dê muita paciência

Lady Emyline ama saber que está sendo o alvo das conversas da capital. Amo mais ainda saber que as damas "nobres" continuam se estapeando e acusando-se mutuamente de serem a pessoa por trás do pseudônimo.

Para apimentar ainda mais a confusão, Lady Emyline desafia a sociedade: quem desmascarar a dama que escreve essas colunas irá levar para casa trezentas coroas de prata.

TABLOIDE DE GRUFFIN, por LADY EMYLINE.

Quando Emma foi para o seu quarto, Thomas já parecia melhor, ela tinha certeza de que ele já estaria quase totalmente curado no outro dia, mas ainda tentaria fazê-lo repousar mais, ela estava preocupada com a saúde dele e se não se curasse totalmente, poderia ficar pior depois.

Catarina estava falante na manhã seguinte, aprecia super animada, o que queria dizer que ela provavelmente estava com alguma ideia em mente. A caçula da família foi o encerramento perfeito da prole do duque e da duquesa, Kate dizia que a menina seria o motivo da sua morte de tão incansável que ela sempre foi, a única vez que Catarina deu descanso para a mãe foi quando Kate sofreu um ataque cardíaco há alguns anos, Cat passou semanas se culpando e pegando leve nas suas traquinagens, mas depois voltou ao normal. Ela já estava com dezessete anos, mas Emma duvidava de que a irmã acharia um marido facilmente, não era muito comum alguém conseguir ficar na presença dela por mais de uma hora, mas ela e Emma sempre foram muito parecidas e companheiras, as irmãs unidas da fofoca. Anthony chegou a zombar delas uma vez, dizendo que as duas deveriam criar uma coluna de fofocas, ao ver que elas eram mesmo capaz disso, Anthony estremeceu.

- Quais são seus planos para hoje? – Cat perguntou quando Emma se levantou de onde estava, à frente da penteadeira.

- Evitar que você estrague o meu possível noivado. – Emma respondeu de forma casual.

Annie deu risada enquanto saía do quarto e Cat revirou os olhos.

- Por que acha que eu faria isso? – ela sorriu.

- Porque conheço você. – Emma disse, revirando os olhos. – Depois de dizer a ele que eu como feito um boi, qual seu próximo passo?

Catarina gargalhou.

- Aquilo foi intencional, eu estava testando-o para ver se realmente a ama. Me perdoe. – pediu ela.

Emma ignorou a irmã e saiu do quarto também. Todo o falatório de Catarina pela manhã acabou atrasando as duas, provavelmente o restante da família já tinha tomado café da manhã.

O mordomo de Thomas já havia notado que Catarina gostava de ler o Tabloide de Gruffin, então passou a deixar o jornal sempre sobre à mesa para que ela pudesse ler a edição do dia, e foi isso que ela fez quando se sentou, já se servindo para começar a comer. Ela parecia muito atenta enquanto lia as fofocas, apenas as duas estavam na sala de jantar, Emma estava com o olhar fixo na irmã.

Cat suspirou.

- Queria tanto estar na capital. – comentou ela e jogou o tabloide para Emma. – Olhe isso. Estão todos muito curiosos sobre a identidade de Lady Emyline, acho que dessa vez vão desmascará-la.

Emma pegou o papel rapidamente para ler a coluna que Cat indicava.

- Header Houston nunca foi criticada por Lady Emyline, um grande indicativo de que talvez seja ela.

Sorrindo, Emma se lembrou das palavras de Clover Schorth, dizendo que não precisava se esconder atrás de pseudônimo. Mesmo sendo muito afeita a fofocas, Header com certeza era uma das pessoas que precisavam se esconder dessa forma para poder ter coragem de publicá-las, mas Emma não achava que a dama fosse capaz disso. Header e Emma sempre foram rivais nos eventos da alta sociedade, competiam pela atenção dos cavalheiros e eram cortejadas por muitos rapazes em comum, mas, enquanto Emma era mais objetiva e determinada, Header era graciosa e encantadora, o que fazia Emma odiá-la ainda mais.