vidas cruzadas

CAPÍTULO 14

segunda
12:00hrs

Lorena

tinha acordado com o maior tiroteio, acordei realmente desesperada.

Cecília tinha batido com o pé na minha cara no meio do susto, to com o olho doendo até agora.

Cecília: amiga, desculpa -falou e eu fiz careta-

Lorena: olho roxo da em nada -falei e ela riu- para de rir em

Cecília: to com pressentimento ruim -falou e eu olhei pra ela- sei lá

Lorena: para, não gosto disso -falei pegando a bolsa de gelo-

ela ficou calada e os tiros começaram a chegar mais perto, me levantei com mais medo do que eu tava.

rk tinha saído desde que uns fogos foram lançados, Cecília tava assim desde que ele saiu.

os tiros pararam por um momento e em questão de segundos a porta abriu com tudo, e dois homens entraram ali.

- achamos elas -falou no rádio e eu olhei pra cecilia-

Cecília: deco? -falou e um dos caras olhou pra ela-

- pega logo essas mina -falou alto e saiu dali-

o outro cara veio pra perto da gente e pegou nos pulsos da Cecília.

Deco: desculpa -falou e apontou a arma para a  cecilia-

eles ficaram se encarando, até ele disparar e ela cais no chão, com o impacto.

olhei pra ela e gritei alto, ele me pegou na força e me levou pra fora da casa, tinha um carro preto, ele me colocou dentro e o outro cara tava lá, só vi ele me dando algo e tudo escuro, em seguida.

[...]

acordei, tava tudo escuro, só dava pra ver uma luz pequena, vindo da porta, fiquei olhando até ela ser aberta e o tal deco entrar por ela.

lorena: cadê a cecilia? -gritei e ele nem sequer, me olhou-

ele não falou nada, um outro cara entrou na sala, rindo, e ficou assim, fiquei olhando pra cara dele até ele parar de rir.

- ela deve tá conhecendo jesus -falou e eu olhei pra ele, com ódio- ou o de lá de baixo, não sei

lorena: filho da puta -gritei e ele fechou a cara, vindo até mim-

ele segurou no meu cabelo com força e me puxou mais pra perto, fechei os olhos com força e ele segurou firme meu cabelo.

- olha como tu fala comigo, sua vagabunda - gritou,puxando mais meu cabelo- me respeita de agora em diante, ou o bagulho vai ficar muito ruim pra você, sua puta

ele soltou meu cabelo com força, empurrando minha cabeça e eu bati ela na parede, ele saiu da sala batendo a porta com força.

o deco saiu e voltou com um bandeja e com uma garrafa de água, ele colocou a água do meu lado, junto da bandeja.

deco: se eu fosse tu, respeitava ele namoral - falou soltando minhas mãos- tu não conhece ele, ele pode te bater a qualquer hora, te estuprar e outros bagulhos aí

fiquei olhando pra cara dele e ele me deu a bandeja, olhei pra ela e tinha comida.

fiquei meio assim de pegar, mas peguei, tava morrendo de fome e não ia deixar de comer por nada.

deco nem um momento me olhou, fiquei olhando pra ele, comendo e pensando, se o outro ia mesmo fazer essas coisas, não posso nem perguntar, sei nem quem é.

comi ali, calada, ele não falava nada e nem eu.

terminei de comer e coloquei a bandeja no chão, pegando a água, olhei em volta do lugar, com a luz acesa, e realmente parecia uma sala, pequena.

tinha umas pratileiras, com uns negocios em cima, mas nem dava pra ver, tomei um pouco de água e deixei, não sabia se eles iriam me dar mais, ou não.

deco olhou pra bandeja e em seguida pra mim, sustentei o olhar e ele levantou, pegando a bandeja.

deco: não toma tudo - falou apontando pra água- eles podem não dar outra

ele saiu da sala fechando a porta e eu me levantei, minha perna doía muito, sabia nem o por que.

olhei aquela sala denovo, e fiquei assim até o deco voltar denovo, ele sentou na cadeira e ficou me olhando.

lorena: vocês são quem? -falei e ele riu- 

deco: tcp, conhece? -falou e eu neguei- foda né

fiquei olhando pra ele que olhava por chão e eu me sentei de volta, tava me sentindo muito incomodada nesse lugar, com ele aqui dentro.

queria mesmo era tá em um lugar aberto, ou sei lá, queria sair daqui mesmo, mas nem isso tava dando.

queria entender o por que de me pegarem, por que de matarem a cecilia, isso não fazia nenhum sentido pra mim.

confesso que gostaria de entender e ao mesmo tempo não, tava confusa comigo mesma, essa sensação é horrível.