é, tava muito difícil, mesmo eu estando como "mulher" do tubarão, tava sendo horrível.
desde aquele rolo todo, eu to aqui no morro do tubarão, cheguei a ver o rk, e bateu uma saudade danada dele.
nem adianta eu tentar fugir, porque um deles me pegam e acabam me batendo, pra evitar isso, eu parei de tentar.
mas nunca vou desistir, posso ter parado de tentar, só pra eles saírem do meu pé mesmo.
o pior, é que se eles mataremo tubarão lá, eles me matam aqui e eu tenho quase certeza, que o rk não é tão burro de matar ele.
tinha que arrumar um jeito de deixar ele ciente que euto viva, ou até mesmo onde eu to.
Soares: trouxe pra tu -falou jogando uma sacola pra mim- vê se não come tudo de uma vez
Cecília: valeu -falei abrindo a sacola- mas to afim de um açaí
Soares: filha da puta -falou saindo da casa-
revirei os olhos e olhei pra aqueles doces de novo, joguei eles de um lado e voltei a olhar pro lado de fora.
eu tava numa casa no morro dele, sendo vigiada vinte e quatro horas por dia, podia nem sair.
ouvi a porta abrir e olhei pra ela, vendo uma menina, ela aparentava ter uns treze, ou quatorze.
- oi -falou meio sem jeito- eu sou a sara, trouxe seu açaí
Cecília: obrigada -sorri e peguei o açaí- sou a Cecília
Sara: eu sei -falou sorrindo fraco- vou ficar aqui com você, é chato homens desconhecidos em cima
Cecília: valeu -sorri e ela assentiu- você mora por aqui?
Sara: digamos que eu sou filha do tubarão -falou olhando pro chão- antes de me julgar, eu não gosto das atitudes dele, eu sou muito do contra
Cecília: não vou te julgar -falei e ela me olhou- pelo contrário, deveria julgar ele
Sara: eu poderia te ajudar, a sair daqui -falou se levantando- mas ia custar muito pro meu lado
Cecília: então nem ajuda -falei comendo-
Sara: ele matou minha mãe -falou e eu olhei pra ela- na minha frente, uns dias atrás
Cecília: que ridículo -falei deixando o açaí de lado- você mora com quem?
Sara: eu morava aqui -falou rindo- mas to numa casa legal, ali na rua de trás
Cecília: e o corpo dela? -falei meio nervosa- sei lá, como foi tudo?
Sara: foi horrível -falou se sentando- ele simplesmente matou ela na minha frente, teve nem pena de mim, ele só pegou ela, colocou na minha frente e atirou, eu vi minha própria mãe morrer, pelo meu pai.
Cecília: eu nunca tive uma mãe -falei e ela me olhou-
Sara: nasceu do cu do teu pai?-falou cruzando os braços e eu ri-
Cecilia: praticamente depois que meu pai morreu -falei sentando- meu irmão que é minha mãe, ele não gosta quando eu falo isso
Sara: deixa eu te ajudar? -falou chegando mais perto- eles não ficam na minha cola, eu saiu e eles nem vão atrás, eu sei quem é seu irmão, do mesmo jeito que ele sabe quem sou eu
Cecília: é arriscado pra você -falei negando- e pra mim
Sara: se tu não deixar eu vou por mim mesma -falou dando de ombros- meu pai tá lá, eu quero ver ele, mesmo no seu pior estado, eu quero justiça por minha mãe e por todas as mulheres que já sofreram com ele
fiquei olhando pra ela e ela realmente demonstrava raiva, no momento que falou da morte da sua mãe.
Cecília: tá - falei e ela sorriu- não fala que eu to viva, só fala umas coisas, ele vai perceber rápido
ela assentiu e me abraçou, fiquei abraçada com ela, até ela dizer que não gostava de abraço.
Cecília: qual tua idade em? -falei e ela riu-
Sara: dezesseis -falou passando a mão no cabelo- eu vou agora, antes que esses cara fale coisa, quando chegar venho direto pra cá
assenti e ela foi saindo, fechou a porta e eu voltei a comer meu açaí, que tava todo derretido.
levantei pra colocar ele no congelador, porque ninguém merece açaí derretido.
fiquei o maior tempo sem fazer nada, já que eu realmente não tinha nada pra fazer e era obrigada a estar aqui.
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