vidas cruzadas

CAPÍTULO 6

sábado
21:30hrs
dias depois

Lorena

tava me arrumando toda, enquanto a Ceci falava sobre o namorado dela e outras pessoas de la.

tava sabendo quem era ninguém, ficava toda perdidinha, então só fingia que tava ouvindo.

Ceci: ai amiga -falou e eu olhei pra ela- acho que fiz muita merda, me envolver com o Pedro foi literalmente um erro, ele me maltrata demais sabe?

Lorena: saí desse relacionamento ue -falei colocando meu brinco- quanto mais ficar perto dele, mais você sofre

Ceci: não é tão fácil como você pensa -falou se ajeitando na cama- ele é bandido, não rola

Lorena: ai é outra história -falei virando pra ela- sei lá, nunca vi um bandido, não sei como é a convivência

Ceci: eu sei -falou rindo- vamos?

assenti pegando minha bolsa e coloquei meu celular dentro, coloquei um batom e saí junto dela.

antes da gente ir pro elevador, pedi pra ela tirar uma foto minha e assim ela fez, depois tirei uma dela, que inclusive tava toda gatona.

postei a minha e ela já tinha postado a dela, saímos do condomínio e pegamos um uber, na frente dele.

o motorista nem quis subir, todo cheio de coisa, queria falar umas pra ele, mas a Cecília nem deixou, então fiquei na minha.

desci do carro depois da Cecília e ela foi falar com uns meninos que tavam ali, ela pediu pra libertarem minha entrada e eu só fiquei ali.

um deles pegou um rádio e ficou falando por ele, com alguém, fiquei ali só olhando ao redor, era bem bonito e a rua toda organizada.

da onde a gente tava, dava pra escutar uma música bem alta, tocava umas que eu conhecia e eu só querendo rebolar gostoso.

Lorena: amiga tem macho bonita aqui? -falei assim que a gente tava subindo-

Cecília: bonito é pouco -falou e eu ri- pra alguns

a gente foi subindo e tinha umas pessoas do lado de fora, umas me olhavam com a maior cara feia do mundo.

Cecília: se pudesse elas matavam com o olhar -falou e eu ri-

Lorena: sei matar com coisa bem pior -falei e ela sorrio-

a gente voltou a subir, na maior tranquilidade, a gente chegou depois de um tempo, era na rua o baile, tinha várias pessoas e várias bebidas também.

Lorena: posso pegar a minha -falei e ela me olhou- ou tá cedo?

Cecília: fica a vontade -falou e eu peguei um copo de caipirinha, em cima da mesa-

de longe vi um cara olhar pra Cecília, ela trocava olhares com ele mas nem ia e nem ele vinha.

Lorena: é o teu macho? - falei e ela me olhou assentindo- acho que ele não curtiu tua roupa

Cecília: normal -falou se sentando-

Lorena: normal o caralho -falei meio alto- amiga, tu apanha de um macho escrotissimo, vive as custas dele, usa roupas que ele quer, tá faltando o que pra tu virar um fantoche?

ela ficou calada, só olhou pro lado e de longe vi o menino da praia, ele olhava fixamente pra mim, desviava nem o olhar, paguei de besta e virei a cara pro lado.

fiquei tomando minha caipirinha calada, tava tão gostosinha, o menino do bar parecia ter uns, dezenove pra vinte anos, tava doidinha pra pegar ele já.

quando ele me olhava sorria, por eu estar olhando demais, deve ta achando que eu sou louca, coitado.

Lorena: ai amiga, gostei daqui -falei e ela me olhou rindo- movimentado, melhor do que onde minha mãe mora

Cecília: vem pra cá ue -falou e eu neguei-

Lorena: gostar é bem diferente de querer morar, amiga -falei e ela riu-

voltei a olhar pro cara do bar, que toda vez me olhava rindo, ele veio na minha direção, depois de dar uma bebida pra alguém.

- cansa de me olhar nunca? -falou se apoiando na bancada-

Lorena: sabe como é ne -falei passando o dedo na borda do copo- gente bonita tem que ser admirada

ele riu e que puta sorriso, fiquei trocando um papo mo bom com ele, ele era engraçado, mas depois ele foi atender umas pessoas e eu fiquei ali.

senti alguém chegar perto de mim e olhei pro lado vendo o menino da praia, ele tava todo gato, tava quase babando no garoto, misericórdia.

- falei que a gente ia se esbarrar -falou no meu ouvido e eu me arrepiei toda-

Lorena: vidente você - falei e ele assentiu-

- RK -falou estendendo a mão pra mim- satisfação.

Lorena: isso é nome? - falei apertando a mão dele-

RK: não -falou se aproximando mais- só um vulgo, mas qual teu nome?

Lorena: Lorena - falei e ele assentiu, sentando do meu lado-

a gente ficou trocando um papo, até ele ver que eu tava pegando pesado demais na bebida e tirar ela de mim, resmunguei demais, mas depois deixei isso de lado e voltei a prestar atenção nele.

Lorena: tu é bandido? - falei e ele parou de falar, me olhando- em?

RK: não -falou se ajeitando na cadeira- posso continuar?

assenti e ele voltou a falar de como era o morro e tudo mais, ele falava tudo numa calma, que minha vontade era de surta pela calma dele, mas me mantive plena.