CAPÍTULO 34

2K 96 7
                                        

sábado
10:35hrs

Lorena

ontem foi horrível, vomitei quase o dia todo, nem consegui ir pra Praça com a Cecília.

mas um negócio que ficou na minha cabeça, foi ela fala sobre uma suposta gravidez.

eu não tava pronta, tipo não mesmo, eu via muita coisa pela frente a se fazer ainda.

Rk: qual foi -falou e eu olhei pra ele- tá olhando pro nada por que?

Lorena: pensando -murmurei levantando-

nesses dois meses que se passaram, digamos que eu e o rk nos assumimos, para os mais próximos.

a gente quase sempre se vê, ele vai lá ou eu venho aqui, maioria das vezes que venho é por conta da Cecília.

entrei no banheiro e me sentei no chão, eu tava pensativa pra caralho, desde ontem.

ouvi a porta bater e me levantei, abri a porta e fui na minha mochila.

tinha comprado um teste de gravidez ontem, com a Cecília, na verdade fui obrigada a comprar.

voltei pro banheiro e eu nem sabia como fazer isso, li atrás da caixa e só fiz o que tinha lá.

disse que tinha que esperar mais ou menos uns cinco minutos, me sentei no chão e coloquei o rosto entre as pernas.

Cecília: Lorena -falou batendo na porta- tá aí?

Lorena: to -falei meio baixo-

ela não falou nada, eu fiquei olhando pro teste e depois de um tempo me levantei.

olhei pra ele e vi dois riscos, respirei fundo e vi o significado na caixa, positivo.

eu tava sem reação, eu nem sabia se queria aquela criança, eu só queria ficar sozinha e poder chorar, chorar e muito.

peguei o teste no impulso e joguei no lixo, junto da caixa, abri a porta e sai me deitando na cama.

senti a mão da Cecília no meu cabelo e ela deitando do meu lado.

Cecília: você sabe que o corpo é seu, ne? -falou e eu não falei nada- eu sou contra o aborto, mas tipo, se for do teu querer e do meu irmão, vocês fazem

Lorena: eu não sei o que fazer -falei chorando mais- ele vai me odiar Cecília, eu não consigo ter paz em um segundo, que acontece algo de ruim ou bom demais pra ser verdade

ela me puxou mais pra ela e beijou minha cabeça, fiquei ali olhando pro nada, até pegar no sono.

[...]

acordei com um barulho alto e abri os olhos, vendo o quarto todo escuro.

procurei meu celular com as mãos e peguei ele, ligando o mesmo, era cinco da tarde.

levantei e abri a porta, fazendo o barulho ficar mais alto, desci pro andar de baixo e vi a Cecília na cozinha.

Cecília: oi amiga -falou e eu sorri fraco- queria falar contigo

Lorena: fala -falei me sentando-

Cecília: tipo, eu vi um garoto quando tava voltando do mercado -falou sentando- amiga, ele parecia tá meio perdido, ai eu fui atrás e vi ele roubando uma mulher, foram uns dez reais, e depois ele foi comprar um leite

Lorena: mas tu sabe quem é? -falei me encostando no sofá-

Cecília: não, mas queria saber -falou me olhando-procura comigo amanhã?

Lorena: procuro - falei e ela sorriu-

ela levantou e voltou a fazer o que tava fazendo, ouvi a porta bater e fui até lá, abrindo ela.

- oi -falou e eu não respondi- quem é você?

Lorena: não devo satisfação pra você - falei indo fechar a porta, mas ela colocou a mão-

- desculpa gata, mas acho que deve sim -falou e eu olhei pra ela com deboche- sou fiel do rk, e você tá na casa da minha cunhada

Lorena: fale mais - falei colocando a mão na cintura-

- Cecília -falou alto e entrando-

bati a porta com força e entrei, Cecília apareceu na porta da cozinha e olhou pra garota com nojo.

Cecília: o que tu quer Eduarda? -falou e a menino fez cara de deboche-

Eduarda: sabe do seu irmão? -falou sentando no sofá- ele não responde minhas mensagens, sumiu

Cecília: não sei e nem quero saber -falou colocando a colher na mesa- saí da minha casa

ela ficou olhando pra Cecília e depois levantou, antes me olhou e bateu a porta.

nem falei nada e nem queria, tava querendo paz, mas isso tava muito difícil.


vidas cruzadasOnde histórias criam vida. Descubra agora