CAPÍTULO 27

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Domingo
18:32hrs

Sara

te falar, chegar na vila kenedy não é fácil, demorei anos só por não lembrar o caminho.

quando tinha chegado, tinha visto o rk na praça, ele e uma loira, bem bonita.

falei com um vapor dele, ele disse que ia ver se ia dar pra ele me encontrar.

tava na salinha a horas, até eu ouvir a porta abrir e olhei pra ela, vendo ele.

Rk: qual foi, fala logo -falou e eu tirei o capuz- sara?

Sara: eai -falei sorrindo fraco- vim trazer um aviso e ver o tubarão

Rk: tu não pode ver ele -falou sentando-

Sara: então tu não pode receber o aviso -falei e ele fechou a cara- seguinte, mamãe morreu, pai morreu, quem sobrou?

ele me olhou sem entender e eu respirei fundo, passei a mão no rosto e voltei a me concentrar.

Sara: caralho a história é essa -falei e ele riu- Cecília tá viva porra

ele parou de rir e se levantou, cruzei os braços e ele me olhou.

Rk: quem disse? -falou e eu revirei os olhos-

Sara: gato, se é o tubarão fazendo trabalho e ele não deixar o corpo -falei gesticulando- ou mandar uma parte do corpo, tu acha que não tá vivo?

ele ficou um tempo olhando pro chão, até chegar perto de mim e me pegar pelo braço.

ele me levou até uma sala e abriu ela, tava tudo escuro, até ele acender a luz e eu ver o tubarão.

ele tava amarrado com correntes e sangrava por todo lado, pingava sangue pela sua boca e suas mãos.

rk foi até ele e levantou sua cabeça, quando seu olhar cruzou com o meu, a fúria desde o dia que ele matou minha mãe, tinha voltado.

sara: nunca senti uma felicidade vendo alguém desse jeito -falei chegando mais perto- sabe quem também tava feliz um dia desses?

ele olhava nos meus olhos, não demonstrava nenhuma reação, muito menos eu.

sara: você -falei meio alto- você tava tão feliz naquele dia, foi o melhor dia da sua vida não foi?

ele desviou o olhar do meu e o rk soltou ele, ele se sentou em uma cadeira e só ficou olhando.

Sara: tava tão feliz em ver a minha tristeza -falei mais alto- que nem o corpo dela você teve coragem de me dar, tão filho da puta que você é

Tubarão: ela teve culpa também -falou alto- aquela vagabunda teve mais culpa, fez as coisa sabendo das consequências

Sara: você matou ela na minha frente -falei mais alto- você tem noção do que é ver sua mãe, escuta bem -falei segurando o maxilar dele- sua mãe, morrer na sua frente, ela ser atingida por uma bala na cabeça, ela chorar, e cada lágrima sua, ser um pedido de ajuda mais doloroso possível?

ele ficou calado, o que eu tinha pra falar também, nem falei mais nada, só queria que isso acabasse.

Sara: vigia mais ele -falei e o rk me olhou- aqui tem x9 e se matarem ele, matam a menina

ele ficou calado, coloquei o capuz e saí daquela sala, tava querendo mesmo era matar ele.

mas nem isso eu podia, sai do morro e fui direto pro complexo do alemão.

demorei um poucopra chegar lá, mas quando cheguei fui direto pra casa de a cecilia tava.

cheguei lá, comprimentei o deco e fui pro quarto dela, ela tava deitada alisando a barriga e me viu.

Cecília: eai? -falou e eu sorri-

Sara: rk é muito burro -falei e ela riu- tive que contar que tu tá viva logo, foi mal

ela sorriu e disse que tinha ganhado comida, pedi uma roupa dela emprestada e fui tomar banho.

quando saí, ela já tava comendo, só fiz sentar do lado dela e comer com ela, tava com fome também.

vidas cruzadasOnde histórias criam vida. Descubra agora