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Confesso que eu fiquei parada no meio da rua como uma babaca por algum tempo, até Tchalla avançar um passo e apertar meu ombro, de leve. Nos encaramos. 

-Amber, preciso de um lugar reservado para conversar com vocês! Conhece algum? Preciso explicar ela e um monte de outras coisas! 

Não consegui falar nada, enquanto encarava a tal da Clarisse. O pior de tudo é que ela me lembrava Fury mesmo… O formato dos olhos, talvez, fosse o mais parecido. Hesitei, olhando por cima dos ombros para a direção da loja fechada e neguei. 

-Primeiro, eu tenho que ver o Senhor Lee… 

-Ele está no meu carro. - Tchalla apontou por cima do ombro para um carro estacionado mais para frente. - Eu preciso tirar vocês dois daqui, Amberly. Nesse minuto. 

Acompanhei o olhar de Tchalla para algum ponto atrás de mim. Clarisse murmurou um "Merda! Eles me acharam!" Ao mesmo tempo que Tchalla cruzou os braços sobre o peito e eu vi a armadura de Vibranium em formato de Pantera aparecendo. Meu queixo caiu. 

-Clarisse, tira a Amber daqui! Amber, liga para o pessoal e avisa que precisamos de um lugar seguro ou vamos voltar direto para Wakanda! Vão! Eu distraio eles! 

Clarisse agarrou minha mão e começamos a correr no sentido contrário de onde Tchalla correu. As pessoas começaram a se acumular ao redor da briga enquanto Clarisse me arrastou até o carro preto e blindado. 

-Entra logo! 

-Como eu vou confiar em você?! - Perguntei, hesitando. 

Clarisse respirou fundo e, do nada, senti o asfalto embaixo de mim ondular, me fazendo perder o equilíbrio e cair dentro do carro. 

-Ah, Amber! 

-Senhor Lee! Oi! E me desculpe! 

Falei me referindo ao fato de ter caído sobre o colo dele. Sentei no banco enquanto ele murmurava que estava tudo bem. Clarisse já tinha pedido ao motorista para sair de lá e o carro arrancou, tão rápido que quase bateu. Eu e o senhor Lee chacoalhávamos pelo carro enquanto Clarisse falava mais alto comigo, perguntando se eu já tinha conseguido falar com alguém. 

-Você por acaso está vendo algum celular na minha MÃÃÃÃÃÃO?! 

O carro girou em volta do próprio eixo por alguns quilômetros, o que fez todos nós gritarmos alto. Minha cabeça foi de encontro ao banco do carro e eu fiquei tonta. 

Quando o carro parou, o motorista gritou algo sobre nos segurarmos e, para o meu desespero, o carro começou a flutuar por cima dos outros carros. 

Enquanto todos os gritos no carro soavam altos e histéricos, tiros atingiam a parte debaixo do carro, sem penetrar nele. Quando eu achei que a situação não ia piorar, algo por baixo de nós fez o carro inteiro sacudir, o que intensificou os gritos quando a velocidade aumentou também. 

Por alguns segundos, o motorista também entrou em pânico e se agarrou a Clarisse, ao lado dele. Os prédios passavam voando por nós em uma velocidade muito rápida. 

Eu não sei quanto tempo durou o pânico, mas sei que quando olhei pela janela, percebi, refletido nos vidros dos prédios, que quem "dirigia" o carro era Tony e uma hiper armadura. 

Soltei um pouco o ar e consegui fazer o pessoal me escutar, o que fez com que os gritos cessassem. Mas por estarmos voando, eu ainda estava dando um verdadeiro ataque. 

Não sei ao certo quanto tempo passou, mas sei que, em algum momento, o carro começou a perder altitude até pousar em cima de uma casa. O teto abriu e algum tipo de plataforma fez com que decessemos até uma garagem subterrânea. 

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