Fui liberada dez para as seis da noite e só tive o trabalho de fechar a porta e esperar Bucky acompanhar o Senhor Lee até o prédio dele, do outro lado da rua.
Claro que ele insistia que podia ir sozinho, mas isso era uma coisa que eu fazia questão de fazer todos os dias e, no fim, quando Bucky e Sam começaram a aparecer para me dar carona para a Shield, os dois normalmente se ofereciam para o acompanhar.
Enquanto isso, tirei um casaco de dentro da minha mochila e enfiei uma das vinte luvas que Tony e Bruce tinham feito para mim. As dez primeiras incendiaram junto com os fogos que eu "invocava" para assustar quem fazia alguns assaltos alí por perto.
Bucky e Natasha fingiam não ver que eu dava umas escapulidas e eu fingia que não tinha feito nada quando voltava para perto deles.
Eu só não me arriscava assim ao lado de Sam. Não que eu não confiasse, mas... Sei lá.
-O Senhor Lee é um amor de pessoa, não é?
Ergui o olhar dos botões do meu casaco e concordei, ajustando as luvas no pulso. Elas eram feitas do mesmo material das roupas dos bombeiros, mas mais resistentes e com um mini dispositivo de refrigeramento, caso a temperatura subisse demais, o que me impedia de pegar fogo.
-Ele é sim! - Dei um pequeno sorriso, observando Bucky parado do outro lado da rua, esperando no sinal. - Eu acho que... Gosto mais do Senhor Lee porquê ele me lembra meu avô materno.
Steve assentiu.
-Bem, então... Vamos onde?
Encarei Steve e dei de ombros. Minha barriga roncou e me dei conta de que não tinha comido nada além de uma maçã e uma lata de coca-cola no dia inteiro.
E tive uma idéia. Talvez eu me arrependesse, mas por quê não?
-Ah... Já sei! Eu tenho um cliente que trabalha em um restaurante. - Bucky se aproximou da gente e eu alternei o olhar entre os dois. - Que tal? É aqui perto, dá até para ir a pé...
Os dois concordaram. Não esperei por nenhum deles, saí andando na frente. Eu já conhecia o caminho porque, vira e mexe, quando eu tinha tempo, eu almoçava por lá, mas nunca tinha contado para ninguém.
Quero dizer... Eu tinha comentado com Bucky sobre um dia levar ele lá, mas... Acabei nunca levando porquê sempre estava atrasada.
E achei que hoje seria um bom dia para tentar superar meu medo de altura, indo até o último andar do prédio. Eu sempre parava no penúltimo, bem no meio do restaurante e longe das janelas...
Enquanto eu caminhava uns passos à frente, percebi que os dois conversavam, meio rindo, atrás de mim e me senti mal.
Eles eram amigos há tantos anos... Sabe-se Deus pelo que passaram juntos. Não deveriam ficar estremecidos quando eu estou perto.
Na verdade, não era nem para eu estar por perto...
Respirei fundo e parei. Os dois estavam tão distraídos que não viram, quase me derrubando.
-Ai, caramba! - Reclamei quando Bucky me deu uma cotovelada no queixo. - Não olha por onde anda, não, James?!
-Eu não mandei você parar do nada, Lesada!
-Vocês podem parar? Tá todo mundo olhando!
Revirei os olhos, entrando no prédio. Eles me seguiram, trocando olhares. Esperamos na fila do elevador e na hora em que entramos, Bucky quase ficou para trás.
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Adore You.
FanfictionSibéria. Dois mil e dezessete. Amber Johnson. Tudo começa quando, um ano após a Guerra Civil, Steve Rogers acaba fazendo uma descoberta com os Vingadores: A garota que ele era apaixonado antes de ser o Capitão América está viva e congelada em cri...