Flashs (Parte 2)

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— Um rombo... nas minhas memórias?

"Você não se lembra de nada."

— Exato. – Ashido confirmou. – Ela disse que nunca tinha visto nada parecido, mas que não deviamos temer antecipadamente já que é um fruto de interferência mágica. – Após concluir, pôs os papeis sobre o criado-mudo ao lado da cama. – Temos que passar rápido numa bruxa pra ver o que isso realmente é.

— Você sabe se alguma bruxa está livre agora? – Kirishima questionou, com expressão retorcida, enquanto aquele quarto hospitalar o deixava ainda mais claustrofóbico.

— Hmm... não. Mas eu sinto que podemos descobrir no caminho!

A fada rosada levantou de supetão, repentinamente cheia de energia, e puxou Kirishima para junto de si com um meio abraço apertado. O ruivo não pôde conter o susto com a reação calorosa, mas não demorou para retribuí-la e seguí-la no caminho para fora do hospital. Os dois andaram sem rumo por um tempo, pensando em quem recorreriam para ajudá-los – mas até então, todos pareciam muito ocupados, e não é como se os dois quisessem incomodar ninguém.

Kirishima até cogitou a possibilidade de deixar a busca para outro dia, mas Ashido simplesmente estava determinada demais para pensar nisso. Então, foi essa mesma determinação que fez os olhos dela reconhecerem um vulto baixinho no horizonte, de cabelos castanhos e um corte channel volumoso.

— Sabia que não andariamos a toa! – Ashido exclamou, puxando Kirishima pelo braço com um solavanco.

Kirishima estava prestes a protestar diante a falta de aviso prévio de seu movimento, mas logo calou-se ao ver a quem ela o estava levando. Piscou duas vezes para ter certeza de sua realidade.

As vezes a vida traz umas coincidências inacreditáveis.

— Uraraka! – A fada chamou, balançando seus braços freneticamente no ar. – Ei! Aqui!

A garota no horizonte virou-se ao ouvir seu nome, e seus olhos se iluminaram ao verem os rostos conhecidos. Ela carregava uns três livros com um braço, seu cajado de bruxa em outro, e uma bolsa em torno de seus ombros. Seu olhos, grandes e castanhos, expressavam certa surpresa somada a um cansaço velado, mas seu estado não era nada muito degradante.

— Ashido! Kirishima! Não esperava ver vocês por aqui hoje. – Uraraka se aproximou, sorrindo amigável. – Achei que estivessem junto com o pessoal no Mermaid Lake, fiquei sabendo da folga.

— Bom... nós até fomos pra perto de lá, mas isso não vem ao caso agora. – Ashido objetivou, passando a caminhar ao lado da morena. – Estás indo aonde? Tens tempo pra conversar um pouco? Tenho umas ótimas fofocas pra te contar!

A bruxa lançou um olhar discreto na direção de seus livros, pensativa.

— Estou indo pra casa agora, então... é, tenho tempo sim. – Ela respondeu, ajeitando seus pertences nos braços com certa dificuldade.

O rosto de Ashido iluminou-se, e a mesma encarou seu amigo com uma expressão vitoriosa. Kirishima não pareceu convencido com o olhar da amiga.

— O que foi, Kirishima? – Uraraka indagou, percebendo a expressão retorcida dele.

— Nada, é só que... você parece cansada.  – O ruivo respondeu, ignorando a expressão incrédula que a rosada lançou para si. – Não queremos te incomodar.

Mokutekichi - KiribakuOnde histórias criam vida. Descubra agora