Bonde da Dor

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— Obrigado Bakugou!!

Agradeceu, ainda completamente descrente do que havia acabado de acontecer. Estava em pleno ar, num amanhecer do sol, encarando seu melhor amigo de infância que, mesmo depois de tanto tempo, ainda lembrara de si.

Mesmo ainda estando desnorteado com a transformação, no último segundo, conseguiu soltar as asas e agarrar os braços do loiro no ar até que chegassem em terra firme. Nesse instante, pôde soltar Bakugou de seus braços e o encarar nos olhos de verdade. Seus olhos, vermelhos, estavam arregalados de uma maneira que o ruivo nunca havia visto na vida: tão difíceis de entender que fizeram seu coração gelar.

— Eh… oi – Exclamou, num tom meio preocupado. – Pois é, eu estou vivo, afinal. 

Falou com a voz conflitante, sentindo sua língua travar a partir daqueles olhos fortes fitos em si. Então, deixou apenas suas pernas se moverem vagarosamente em sua direção.

— Você… você está me reconhecendo né? – Perguntou, se aproximando com cautela. – Sou eu, Kirishi--

Sua fala é cortada por barulhos vindos da floresta, tirando a atenção dos dois, e Kirishima logo se pôs em posição de ataque. Porém, desses barulhos podia se ouvir uma conversação, e algumas dessas vozes eram reconhecíveis.

Não era nenhum perigo.

— Ahn… porque nós temos que acordar tão cedo pra fazer isso ein? – A voz do Kaminari soou fadada de longe. – Pelo menos nos navios no meio do mar nós podemos dormir até tarde.

— Deixe para reclamar depois Denki, você sabe muito bem que é melhor irmos cedo até a sede dos piratas. Se chegarmos tarde ficaremos com as piores pescas e olhe lá! – A voz do Sero respondeu parecendo mais animada, mas ainda sim sonolenta. – Precisamos de dinheiro pra poder voltar aos mares, você sabe.

Os dois saem do meio das plantas e continuam conversando de boas, até darem de cara com o ruivo, surpreendidos. Sero parou de caminhar, soltou o que quer que estivesse em suas mãos e ficou alí mesmo em estado de choque. Já Denki...

— Mas qUE PORRA É ESSA?!! – Já Denki gritou desesperado, caindo no chão como se estivesse de cara para um monstro.

Kirishima encarou os dois antigos amigos por alguns instantes, em um misto de sensações, lutando contra a vontade de rir que crescia em seu corpo com aquela cena. 

— Nossa, é tão assustador ver que um morto ainda está vivo? – Perguntou meio brincalhão, gargalhando em seguida.

Não conseguia conter a felicidade imensurável de estar realmente em seu real corpo, revendo seus amigos antigos, tão inerte em seus pensamentos que acabou sendo surpreendido quando Kaminari correu até si o e o abraçou apertado. Conseguiu até sentir as lágrimas fracas em seus ombros... Não sabia mais dizer o que estava sentindo a partir dalí.

— Você é de verdade, você é de verdade!!! – Kaminari exclamou, o soltando para o encarar nos olhos. – Você tá vivo, isso é um milagre!!!

— Kirishima… caramba, CARAMBA!! – Sero fala, com ênfase e lágrimas nos olhos também, se aproximando menos afobado que o loiro elétrico. – Você… você precisa falar com a Ashido, ela também vai ficar muito feliz em te ver!!!

Antes que pudesse contestar, se viu sendo arrastado pelos dois amigos que nem sequer pararam para ver que tinha mais alguém alí, seguindo assim pela direção oposta da floresta. Por um momento o ruivo pensou em voltar para chamar Bakugou, mas os dois o puxaram tanto que quando olhou para trás percebeu que ele não estava mais lá.

“Droga, eu sou um idiota!!”

— Ei gente o--

— Kirishima a gente precisa passar no castelo cara, o reino vai surtar quando ver você aqui! – Sero comentou animado. – Como você conseguiu sobreviver?!

Mokutekichi - KiribakuOnde histórias criam vida. Descubra agora