Burocracia

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//Autora Notes//

Esse capitulo foi editado e teve de ser de ser dividido em 2 (porque ficou MUITO grande)

Um beijo pra vcs e obrigada por todo o feedback!

//Autora Off//

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Sair das cobertas acolhedoras de seu quarto não foi uma tarefa fácil para Bakugou naquela manhã ensolarada. O corpo do loiro estava pesado, dolorido, e mal reagia a qualquer tipo de estímulo externo. Era notável que ele tinha dormido de mal jeito... ou que mal tinha dormido aquela noite.

Ao acumular forças para levantar, o mesmo foi diretamente ao banheiro antes que alguém o visse naquele estado deplorável. Seu cabelo estava totalmente detonado, seu rosto estava inchado e com alguns fios de barba por fazer, mas o que aparentava maior descuidado eram os evidentes abismos debaixo dos olhos.
Seu estado vinha um tanto decadente desde a conversa que teve com Kirishima na cachoeira. Mesmo que ouvessem outras preocupações mais importantes no momento, as palavras do ruivo simplesmente não saiam de sua cabeça. Coisas como "não foi tão ruim pra vocês", ou "eu era só mais um" eram tão difíceis de engolir que reviraram abaixo suas últimas três noites. Perguntas como "porque isso me dói?" também rondaram a cabeça de Bakugou nesse tempo, mas nenhuma resposta parecia ideal e suficientemente agradável ao mesmo.

Sempre foi perceptível o quanto esse garoto ainda mexe com sua cabeça, mas Bakugou se recusava a admitir isso.

E além disso, ainda havia o concurso. O seu tão almejado sonho, que a cada dia eatava mais próximo, e que a cada momento parecia mais desafiador. Para piorar, todos a sua volta pareciam estar milhas a sua frente. Yaoyorozu entrou nas Amazonas por recomendação das próprias, sem ao menos uma provinha sequer, e já estava na liderança. Jirou mal começou como ferreira e já era requisitada por entidades nobres com suas poderosas armas. Até o Kaminari, o Sero, e a Ashido já havia tomado rédeas das próprias vidas... mas ele ainda tinha de esperar. As entidades sempre comentaram do absurdo que é deixar os jovens tomarem o controle do reino, principalmente levando em conta de que muitos nem controlavam suas vidas, e que uma sequência de provas definiria seus cargos na sociedade, mas era daquela forma que as coisas ali funcionavam.

Essa mistura de pensamentos conflitantes fervilhava em seu cérebro mesmo que todo o universo em volta fosse pacífico. Logo que a energia foi tomando seu corpo, o silêncio da manhã começou a se tornar um problema, e com pouco tempo sua carcaça zumbificada retornou ao seu estado carrancudo e mascarado de todos os dias. Seus pobres dentes sofriam as consequências disso, que descontava a combustão na brutalidade de sua escovação. Nem o canto dos pássarinhos que vinha da janela parecia acalmar aquele jovem loiro.

Porém, ironicamente, ao cruzar a sala, um pouco da turbulência do loiro se contrastou com a calmaria que lá se acomodava. Kirishima dormia largado sobre o sofá numa posição engraçada, tão despreocupado que fez Bakugou soltar uma risada anasalada. Estava com boca semi-aberta, a camisa quase saindo do corpo e, o que o faria surtar quando acordasse, o cabelo totalmente virado ao avesso. Sua coberta estava jogada no chão, porém sua respiração era pesada então provavelmente não acordara em nenhum momento.

Bakugou se perguntou como Kirishima estava confortável daquele jeito.

Inconscientemente, se aproximou para checar se ele realmente estava dormindo direito. Resolveu pôr o cobertor jogado ao chão de volta sobre o corpo do outro, com certo cuidado pra não acorda-lo. Se aproximou até um pouco mais do que esperava, ou do que deveria, e pôde ver de perto o conjunto de ser humano mais bem feito que já puseram a sua frente. O contraste dos cabelos chamativos com a pele escura, do corpo marcado com o rosto amigável, ou dos dentes afiados com as bochechas... fofas. O charme da cicatriz mínima sobre seu olho direito era um destaque a parte, e ainda tinham os lábios...

Mokutekichi - KiribakuOnde histórias criam vida. Descubra agora