Mokutekichi - Kiribaku

Visitantes Indesejados (Parte 1)

Paciente, cuidadosa e compreensiva, Inko Midoriya conhece cada criança do antigo grande grupo de amigos de seu filho, incluindo o prodígio problemático Bakugou Katsuki. Como uma mãe bastante presente, acompanhou o desenvolvimento da relação dos garotos desde a amizade até a rivalidade, e mesmo consciente da bondade no fundo do coração alheio... tivera grandes ressalvas iniciais quanto a reaproximação repentina do loiro.

Inko por diversas vezes teve de cuidar de ferimentos em seu menino causados pelo jovem Bakugou. Sentia como se o garoto explosivo estivesse constantemente procurando brigas, mesmo que Izuku sempre fosse disposto a reconsiderar, se acalmar e dialogar sobre tudo. Estava cansada de ver seu filho frustrado por uma antiga amizade que aparentava ter se perdido, triste de assistir uma criança com tanto potencial tornar-se um monstro violento sem escrúpulos e definitivamente enfurecida com Mitsuki por não ter lhe ajudado a tomar rédeas dessa situação mais cedo.

Como mãe, sabia que não podia fazer muita coisa quanto a criação de quem estava aos arredores de seu pequeno investigador – porém, jamais tirou sua atenção do loiro irritadiço, do príncipe regente, da doce bruxinha e dos outros jovens que os cercavam. Sentia-se mal por alguns deles, e pior ainda por não poder os ajudar mais...

...entretanto, Katsuki Bakugou se tornou uma exceção a essa regra. Com o passar dos anos, Inko enxergava-se cada vez mais repulsiva a qualquer atitude vinda dele, mesmo que ainda mantivesse certa amizade com sua família. Às vezes, só queria muito que ele partisse para algum lugar distante e deixasse seu filho em paz... as lembranças deles brincando amigavelmente na sala de sua casa trazendo-lhe nada além de pesar.

Entretanto, ela ainda acreditava que certas conexões, apesar de turbulentas, não podiam simplesmente ser quebradas... mesmo que às vezes essa parecesse a melhor opção. Vendo um pouco de si mesma em todas as relações de seu filho, a Sra. Midoriya deixou que seu coração amolecesse, parando para ouvir os motivos que traziam o garoto violento até a porta de sua casa naquela tarde. Para ela, todos deveriam experimentar um pouco da esperança que lhe fora presenteado por seu antigo amor – e se seu filho acreditava na bondade do aspirante a caçador, ela também daria mais uma chance...

Surpreendentemente, estava confiante de que não se arrependeria disso. A expressão de vergonha genuína que o loiro carregava consigo deixou-lhe mais esperançosa do normalmente admitiria... então evidentemente não podia culpar Izuku por seu jeito inocente. Mesmo assim, depois de ser amiga próxima da mãe dele por tantos anos, lhe admirava que Katsuki tivesse percebido sua falha tão... cedo.

Como viúva, estava sempre recordando os votos que fizera com seu falecido marido, que estariam marcados para sempre em sua pele como uma benção distante, um desejo bonito de uma era esquecida pelas novas gerações. Essa era uma das coisas que mais a ajudavam a continuar, perdoar e reconsiderar, apesar das dificuldades...

...tinha um "M" escondido na lateral de sua cintura, desenhado entre as linhas mais mágicas e delicadas, por uma razão.

...

O abraço desajeitado que Midoriya roubou-o abruptamente perdurou por mais tempo do que Bakugou gostaria de admitir. Mesmo depois de lutar bravamente contra a força do esverdeado, sua posição desvantajosa não lhe permitiu fazer muita coisa além de berrar, se debater... e sentir um par de lágrimas em seu ombro.

Bakugou já vira Midoriya chorando mais vezes do que poderia contar – porém, estaria mentindo se dissesse que estava acostumado com isso. Chamá-lo de "bebê chorão" ou apelidos derivados, apesar de disfarçar bem, também não tornava as coisas mais fáceis. Não podia negar que estava bastante chocado de receber tamanha carga emotiva de uma só vez, ainda mais tratando-se de uma reação positiva: Bakugou podia ouvir o riso alegre do outro pelo canto do ouvido.