Estocolmo - Romance Lésbico (Concluído)

Capitulo 10

Aurora retornou para sua casa, ou seja, para a mansão de seus pais.

Se rendeu a uma depressão profunda. Onde passava a maioria do tempo em seu quarto,  deitada em sua cama e quase não se alimentava.

Aurora não sabia como fazer para ter notícias de Luíza.  Tudo o que tinha era o seu primeiro nome e uma saudade infinita dos braços de sua amada.

Os pais de Aurora supunham que ela estaria sofrendo alguma espécie de trauma.

Contrataram uma psicóloga que fazia visitas periódicas ao quarto de Aurora, na intenção de ajudá-la. Mas, Aurora se fechava. Não poderia falar para uma estranha tudo o que viveu com Luíza e todo o sentimento que a fazia sofrer pela falta da garota. Se seus pais soubessem, a trancariam num manicômio.

Aurora estava deitada em sua cama como fazia todos os dias, desde que voltou para casa.

Escuta seu celular tocar em cima da mesinha de cabeceira, estica o braço preguiçosamente para apanhá-lo.

Traz o aparelho próximo ao seu rosto, vê no visor um número desconhecido.

Seu coração sobressalta e ela senta-se na cama para atender:

---Alô.  – diz rapidamente com a voz já ofegante.

Ninguém diz nada. E Aurora pôde escutar apenas uma respiração do outro lado.

---Luíza?  É você?

A respiração do outro lado se torna mais forte e, rapidamente, desliga a ligação.

Aurora fica olhando para o celular, sem acreditar que teve um contato com Luíza e não pôde fazer nada. Pra ela, não haviam dúvidas de que se tratava de Luiza naquela ligação.

Estava imersa em seus pensamentos, quando escuta alguém bater em sua porta.

---Entre.

---Com licença, Dona Aurora. Mas, a Senhora Marcela está lá em baixo e deseja vê-la.

Marcela Campos era a psicóloga contratada por seus pais.

Aurora suspira.

---Já que não tem outro jeito, pode mandá-la  subir, por favor, Augusta.

---Está bem, Dona Aurora.

A governanta deixa o quarto de Aurora,  encostando novamente a porta.

Alguns minutos e nova batida na porta.

---Pode entrar.

---Bom dia, Aurora! Como você está hoje? Ao que posso ver, se levantou da cama, ao menos! Já é um progresso.

A gentil psicóloga se dirige a Aurora já ocupando uma cadeira próxima a cama.

---É sério que vai me fazer esta pergunta?

---Aurora, eu só estou aqui pra te ajudar. Me deixa te ajudar!

---Você está aqui pra tentar descobrir coisas para os meus pais. Acha que eu não sei.

Marcela se ajoelhou ao lado da cama, próximo a Aurora, segura em suas mãos e  diz olhando fixamente nos olhos da garota:

---Eu te dou a minha palavra que, tudo que me disser, não sai daqui deste quarto. Eu prometo!

Aurora fica sem graça pela atitude de Marcela e suspira ao desviar seu olhar.

---É muito complicado, Marcela! Eu nem sei como agir depois do que me ocorreu.