Para Aurora, o tempo se demorava a passar. As longas horas do dia, se transformaram numa espera interminável!
Uma espera que nem a própria Aurora compreendia! Contava os segundos para que Luíza retornasse.
Aurora se via num excitante tic tac do tempo, em que ansiava pela presença daquela que lhe trazia paz.
Passou a ler o livro de poesias que Luíza lhe trouxera.
Pensava nela a cada poema, materializando-a ao final de algumas estrofes. Não entendia bem aquela estranha obsessão pela garota!
Resolveu tomar um banho a fim de tirar esses pensamentos de sua cabeça e acalmar o desejo que sentia por sua algoz.
Aurora se encontrava imersa na banheira, perdida em seus pensamentos, quando ouve a porta ser destrancada.
Rapidamente, recoloca a venda que já estava próxima a ela.
---Não me esperou, Aurora?!
Aquela voz doce lhe provocava arrepios.
---Eu estava com muito calor!
---Trouxe roupas limpas. Vou te ajudar com seu cabelo!
Luíza se acomoda de joelhos, próximo a banheira, já se colocando a esfregar os longos cabelos de Aurora.
---Que cheiro bom! – Aurora diz, ao inalar o aroma presente no ar.
---Trouxe meu shampoo para lavar seus cabelos. Eles são tão lindos e bem tratados, não seria justo serem lavados com um sabonete qualquer!
Aurora sorri.
---Obrigada, “L”! Você é muito gentil! Então, é este o cheiro que tem os seus cabelos? É muito gostoso! Suave e marcante!
Luíza sente seu rosto esquentar com as palavras de Aurora. Tenta disfarçar seu incômodo:---Pronto! Vou pegar a toalha pra você.
Ela ajuda Aurora a sair da banheira, envolvendo o corpo da refém com a toalha. Aquele enlace causa arrepios, tanto em Luíza quanto em Aurora.
Era um jogo perigoso! Marcado pelo desejo que exalava de seus corpos.
Luíza recobra o controle da situação e entrega a roupa para que Aurora se vista. A refém , prontamente , as veste.Aurora sentou – se no colchão e Luíza fez o mesmo, a fim de pentear os cabelos dela.
Enquanto deslizava o pente pelas madeixas da garota, Luíza se sente tentada a lhe perguntar algo:
---Aurora, você tem namorado?
---Não tenho.
---Nossa! Uma garota tão bonita como você não ter um namorado, é difícil de acreditar!
---Me acha bonita, Luíza?
Luíza pára subitamente o gesto de pentear os cabelos da refém, entregando o seu nervosismo com um respirar mais marcado.
Aurora sente a respiração quente de Luíza ir de encontro a sua nuca, o que a faz estremecer pela sensação.---Eu te acho muito bonita! – Luíza volta a pentear os cabelos de Aurora.
---Obrigada, Luíza! Pena que não posso dizer o mesmo, pois ainda não tive a graça em conhecer o seu rosto! Mas te imagino linda como uma borboleta!
Luiza engole seco com o elogio de Aurora! Era, definitivamente, um jogo perigoso entre elas!
Ao terminar de pentear os cabelos de Aurora, as duas sentam-se lado a lado no colchão, tendo suas costas apoiadas na parede.
---Leu o livro que te trouxe? – Luíza pergunta.
---Eu li sim. É muito bonito!Não imaginava que seria um livro de poesias que você me traria!
---Não imaginava que uma pobretona lesse poemas, não é mesmo?
---A sensibilidade não escolhe classe social, sexo ou qualquer outra definição. A sensibilidade vem da alma! E você tem uma alma pura, transparente, Luíza!
Luiza ficou sem jeito novamente, ainda mais que Aurora olhava em sua direção quando o disse. Mesmo com a venda obstruindo o olhos de Aurora, Luíza podia sentir a intensidade vindo deles.
---Há um poema no livro que me faz lembrar você quando eu leio. – Luíza confessa timidamente.
---É mesmo?!Qual, Luíza? Recite-o para mim.
---O nome do poema é “Alva". – Luíza deu uma pausa e continuou :
“Posso ver por trás de suas vestes,
O resplendor da pele alva.
Corpo de mulher, sorriso imaculado.
Luta incessante do meu dia.
Alma pura que corrompe-me.
Que me faz pairar
Entre o desejo e a negação.
A loucura ,sem sentido ,
De querer teu lábio junto ao meu.
De deslizar meu toque manso
Pela pele clara do teu corpo.”Neste momento, o desejo das duas mulheres se faz latente, tornando suas respirações descompassadas e, estranhamente, sincronizadas.
Aurora leva sua mão ao rosto de Luíza, acariciando-o. Luíza cerra os olhos para sentir a carícia.---Me deixa te ver, Luíza! – Aurora sussurra.
As duas estão tão imersas neste momento intenso, que nem se dão conta de que Denis as espreita:
---Que merda é essa aqui?
Denis grita e acaba assustando as duas, que se afastam abruptamente.
---“D”, eu só estava acalmando ela! Ela estava nervosa! – Luíza mente na tentativa de se esquivar de Denis.
---Você ficou maluca, vadia?! – Denis agarra bruscamente o braço de Luíza.
---Solta ela! -Aurora se levanta e grita ao perceber que Denis machucava Luíza.
---Sua puta! – Denis dá um tapa na cara de Luíza, que geme e se põe a chorar.
---Nãaao! Luíza ! – Aurora deixa escapar o nome sem querer.
---Você deixou a patricinha saber seu nome? Agora você vai ver, Luíza!
Denis arrasta Luíza para fora, trancando a porta, para o desespero de Aurora, que passa a escutar as agressões sem que possa fazer nada!
Os sons dos tapas, socos e dos gemidos de dor de Luíza são ouvidos e sentidos por Aurora. Que grita e dá socos na porta na tentativa de fazê-lo parar:
---Nãaaao! Solta ela! -Aurora grita e soca a porta já chorando.
Percebendo a inutilidade do ato, que faz Denis intensificar suas agressões em Luíza, Aurora vai escorregando seu corpo pela porta até o chão, imaginando a dor de Luíza!
Chora repetindo sem parar:
---Nãaao. Nãaaao. Solta ela, seu monstro!Vai repetindo sem parar , até que ,tudo o que se podia ouvir, era o chôro baixinho de Luíza.
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Olaaá, Amadas!
Quase rolou um beijinho! Acho que agora elas tem a real consciência do que sentem.
Agora, Aurora vai tentar proteger sua amada das garras daquele fdp!
Minhas lindas, não se esqueçam de votar e comentar! Apenas assim posso saber se estão gostando.Gratidão!
Bjos🦋
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Estocolmo - Romance Lésbico (Concluído)
RomanceA vida é mesmo surpreendente! Aurora é uma garota tímida, que sempre foi retraida e encontrou dificuldades em se encontrar como pessoa. Sendo filha de um diplomata russo, o status de vida a que era submetida nunca a agradou, além das cobranças suc...