Capítulo 12

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Após aquela ultima ligação de Luíza , Aurora caiu num abismo de solidão.  Se arrastava ao longo de seus dias.

Sua Bá tentava acalmar a tristeza de sua menina, mas tudo se tornava em vão. Via sua menina morrer de tristeza, pela falta de sua amada.

Aurora soube da prisão de Denis,  sabia que  seria questão de dias, até que a polícia localizasse o restante dos sequestradores.

A preocupação com Luíza se fazia cada vez maior. Temia por sua amada e, nem a menos, sabia onde encontrá-la para protegê-la. Sentia-se incapaz e vulnerável às circunstâncias .
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Era um dia comum de trabalho para Aurora. O dia estava um pouco nublado e frio.  O inverno já se aproximava.

Aurora anotava o pedido de um casal quando viu de relance entrar na lanchonete, uma moça de cabelos pretos curtos, trajada em um sobretudo preto, usando óculos escuros. Aurora viu que a moça sentou-se em uma mesa de canto e voltou a dar atenção em terminar de anotar o pedido do casal.

Aurora deixou a mesa do casal já se dirigindo a mesa da moça que acabara de chegar.

---Bom dia! O que a senhorita vai querer? – diz displicentemente olhando a caderneta em sua mão, sem encarar a moça diante dela.

---Dois cafés, por favor!

Aurora reconhece a voz como sendo a da mulher que é  a dona de todos os seus sentimentos mais profundos!

Levanta os olhos em direção a face da cliente que, agora retira seus óculos,  fazendo Aurora reconhecer aqueles olhos que povoam  todos os seus sonhos à noite.

Luíza sorri para Aurora , que se encontra estática diante dela.

---Como você está,  Aurora?

---Meu Deus! Que eu não esteja sonhando! - Aurora fala mais para consigo mesmo, mas Luíza escuta e sorri.

---Tem um minuto para tomar um café comigo?

Aurora apenas assente, ainda atordoada  pelo encontro.  Dirige-se a gerente dizendo que irá tirar os seus vinte minutos de descanso para tomar café com uma amiga.

Aurora retorna à mesa já sem o avental do uniforme e com as duas xícaras de café.

Ainda sem jeito, Aurora senta-se frente à Luíza, que sorri e toca a mão de Aurora sobre a mesa, fazendo nela um carinho.

---Confesso que sonhei tanto com este momento e, quando  ele acontece, eu não sei como agir. – Aurora segreda a Luíza.

---Eu também imaginei várias formas dele acontecer, e agora estou aqui, diante de você,  com meu coração saltitante. E não sei o que fazer.

---Como você está?

---Estou bem, Aurora. Não é fácil viver se escondendo.

Aurora olha para a mão de Luíza sobre a sua e deposita sua outra mão sobre a de sua amada, acariciando-a.

Torna a olhar para Luíza , que tem os olhos marejados.

---Você ficou linda com este corte de cabelo! Se é que seria possível ficar ainda mais linda!

Luíza sorri.

---Você que está a cada dia mais encantadora!

---Não sou mais a mesma Aurora.  Deixei a casa dos meus pais e me mudei para o subúrbio.

---Está feliz, Aurora?

---Moro com a mulher que foi minha babá quando criança. Ela sempre foi a única pessoa que me entendeu durante toda a minha vida e me aceita como sou. Se estou feliz, Luíza?  - Aurora já tem lágrimas escorrendo pelo seu rosto – Hoje posso ser quem eu realmente sou, mas sinto que me falta um pedaço,  um pedaço de mim que deixei naquele cativeiro! Não tenho a mulher que me completa e isso me deixa despedaçada, Luíza !

---Eu sinto tanto por isso, minha linda! – Luiza aproxima seu corpo e acaricia o rosto de Aurora, que fecha os olhos pra sentir a carícia de sua amada.

Aurora pensa em beijar Luíza neste instante, mas nota algumas pessoas já olhando pra as duas.

---Vamos lá fora, Luíza?

Luiza concorda e as duas se levantam.

---Dona Marta, vou sair um pouquinho. Volto em alguns segundos. Pode pôr na minha conta os cafés, por favor!

Aurora diz para sua gerente, que assente, dando permissão a garota.

Luíza e Aurora caminham lentamente,  lado a lado pela calçada,  sem trocar uma única palavra. Apenas se olham intensamente a cada passo dado.

Num súbito desejo de sua alma, Aurora puxa Luíza pelo braço,  rumo a um beco por onde passavam.

Encosta sua amada Luíza numa parede escondida, segura seu rosto entre as mãos e a beija apaixonadamente.

Luíza retribui o beijo com todo o desejo contido em seu ser e segura sua amada pela cintura, puxando mais seu corpo ao dela.

Trocam um beijo ansiado pelas duas, carregado de saudade  e paixão.

---Minha Aurora, senti tanta falta da sua boca e de você!  - Luiza confessa ofegante com sua boca envolta pela de sua amada.

---Não diz nada, apenas me beija!

As duas se rendem ao desejo que estavam de sentir uma a outra.
Estavam tão submersas em seus desejos, que nem  percebem a chegada de vários carros de polícia.

Deles, descem vários policiais que se aproximam das duas.

Ao perceberem a presença deles, as duas se afastam assustadas.

---A senhora está presa acusada de sequestro.

Um policial já segura os braços de Luíza,  a algemando.

Assustada, Aurora fica sem ação. Apenas trocam olhares de desespero entre elas.

---Nãaaao! Ela é inocente! Não fez nada! Eu sou a vítima,  retiro a queixa contra ela!- aos gritos Aurora se dirige ao policial, tentando puxar o braço de Luíza.

---A senhora está obstruindo a Lei. Ela foi entregue por um comparsa, e tem um mandado de prisão contra ela.- o policial empurra Aurora.

---Nãaao! Ela é inocente! Por favor!

---Aurora, escuta ,meu amor! Você tem que me esquecer! Me esqueça, Aurora! Para o seu bem!

Os policiais levam Luíza, a colocando dentro do carro de polícia.
Aurora está caída no chão, desesperada!

Assiste sua amada ser levada dela.

Sente em seus lábios ainda, o gosto e o calor dos lábios de Luíza!

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Oi , Amadas!

Voltei rapidinho!kkk

Estamos entrando na reta final desta história de amor, linda e complicada!

Não se esqueçam de votar e comentar!

Beijos,  lindas!

Gratidão 🦋

Estocolmo - Romance Lésbico (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora