Capítulo 21 - Madame Corvo

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Os pais de Anne já tinham se conformado em ter apenas um filho, por mais que tentassem não conseguiam gerar outra criança, até pensaram em adotar mas desistiram.
Então, depois de um tempo, a mulher ficou grávida, eles nunca se sentiram tão felizes e uma garotinha perfeitamente saudável nasceu.

E tudo estava bem, mas os pais não tinham a mesma paciência de antes, talvez não devessem ter tido um segundo filho. A garota gostava de ficar sozinha com seus pensamentos, tendo que aguentar os berros de desaprovação que ecoavam pela casa.

Depois tiveram os problemas na escola, a diretora recomendou que os pais procurassem um psiquiatra. "Não que Anne tenha algum problema" ela falava, mas no fundo pensava totalmente ao contrário. Agia quase como se a garota se chamasse Tom Riddle.

Anne não conseguia ser lembrar do rosto da psiquiatra apenas que era uma mulher que quase sempre vestia preto. Sabia também que ir até o consultório da doutora era a melhor coisa que acontecia na sua semana, ela se divertia e sentia feliz como nunca.

— Eu estou cansada de gastar tudo isso com uma adolescente problemática, você irá aprender a ficar na linha. Está ouvindo? — Foi o que a mãe disse.

Então, Anne foi para a última sessão com a médica, ela chorou e as duas se abraçaram. A mulher sussurrou uma coisa em seu ouvido e sua mãe a puxou para ir embora, olhou uma última vez a sala que era mais seu lar do que a própria casa e foi embora.

A doutora sussurrou algo como "Sempre que precisar, olhe para as estrelas". Anne não sabia o que isso significava, mas iria descobrir alguns anos depois.

— Quem é você? — Anne repetiu enquanto olhava nos olhos de Grengrass

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— Quem é você? — Anne repetiu enquanto olhava nos olhos de Grengrass.

— Você sabe muito bem quem eu sou.

— Nos conhecemos a pouco mais de um mês! Tudo que sei é que você é a professora de Defesa Contra as Artes das Trevas mais maluca que eu já vi.

Grengrass revirou os olhos e fez Anne sentar em uma das cadeiras de madeira da casa, colocou a sua varinha na mesa e encarou a garota.

— Vamos fazer um trato : Sem mentiras. Seremos honestas uma com a outra, está bem? — Falou a mulher.

— Mas do que você está falando!?

— Eu sei que você não é uma aluna transferida. Você nem sequer esteve nos Estados Unidos. Você é de outro mundo.

Anne sabia que não era uma pergunta, ela estava afirmando aquilo com a maior certeza do mundo. Para não piorar a sua situação, apenas ficou em silêncio.

— Você se cansa mais rápido do que os outros alunos e age como se tivesse acabado de ganhar a primeira varinha. Sem contar todas as coisas que saem da sua boca sem que perceba. É senhorita Lewis, um bruxo comum apenas a veria como uma garota agitada e desastrada, mas sabemos que não é a verdade.

Entre Mundos | Marotos [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora