Pietro Scafidi
Quando um novo dia amanhece e eu vou para a Scafidi S/A, não dá para não ver o movimento e ouvir os burburinhos enquanto passo por entre as mesas dos meus funcionários e me fecho no meu escritório. Respiro fundo ao olhar para a minha sala e para a vista que tenho da parede de vidro do lado oposto onde estou.
Coloco a maleta em cima da mesa e me sento na mesa.
Mesmo que a noite tenha sido agitada e eu tenha me distraído e me satisfeito várias vezes... não é com algumas trepadas que vou fazer todos os meus outros problemas sumirem com cada gozada. Coloco a senha no meu computador e vejo a minha agenda matinal. Um encontro pelo Skype com um possível cliente chileno, mais nada.
Encosto as minhas costas na cadeira e me lembro da proposta de acordo que Roberto Figueiredo e Ramos me ofereceu na noite de ontem: casar-se com a irmã dele e continuar com a minha posição de CEO na empresa. Parece o pesadelo de Andreas batido com o meu em um liquidificador e eu esteja vivendo isso nesse momento.
Um toque na porta e pisco algumas vezes, peço para que entre e logo surge Saulo, meu secretário, com o tablet em seu braço.
― Bom dia, Sr. Scafidi. ― ele se aproxima da mesa. ― O Sr. Figueiredo pediu para confirmar se o senhor irá no jantar na casa dele essa noite. O senhor irá?
Olho de relance para a sala ao meu redor... posso encontrar um meio de enganar Roberto Figueiredo com a proposta do seu acordo e continuar com a minha cadeira de CEO na empresa...
― Pode confirmar. ― respondo e Saulo assente clicando em alguns lugares na tela do aparelho em seu braço.
― Er... ― ele continua. ― Uma emissora de TV pediu uma nota sobre o que aconteceu ontem em frente ao Edifício Zélia. Já pedi para que a equipe de relações públicas cuidasse disso. A nota é o último e-mail da sua caixa de entrada. Com o seu “ok” e mandamos para a mídia.
― Certo, irei dar uma olhada, Saulo. Obrigado. ― digo. ― Pode me deixar a sós um momento?
― Er... claro, claro! ― ele se atrapalha um pouco ao se virar, mas sai da sala fechando a porta com sutileza.
Abro o grupo de mensagens no meu computador e olho as últimas coisas que meus irmãos mandaram... algumas selfies, links de notícias... nada de Maxence ainda.
Vejo uma mensagem da Axon e clico para ler, estão pedindo para eu avaliar o atendimento de ontem à noite. Dou 4 estrelas para o casal que foi me ver no meu apartamento e excluo a conversa. Quando abro o e-mail para ler a nota para a mídia que Saulo me encaminhou, meu telefone toca e vejo a foto zoada de Martino o identificando.
― Chora, irmão. ― digo ao atender.
― Vi uma sequência de fotos suas em que está com o terno manchado de vermelho. Isso dá gatilho, irmão. ― diz ele do outro lado da linha.
― Peço perdão. ― respondo olhando para o começo da nota na tela do meu computador... vai servir. ― Mas já está tudo resolvido.
― Está precisando de alguma ajuda por aí?
― Desde quando você liga para isso? ― solto antes que eu pense melhor numa resposta.
― Nossa, Pietro. Que bicho te mordeu? Caralho... parece que faltou nas aulas de bons modos da mamãe. ― se eu não conhecesse Martino, acreditaria no tom de mágoa na sua fala do outro lado da linha. Ele é um expert quando quer em fazer drama.
― Desculpa, desculpa... ― digo. ― É que... a manhã está lotada de coisas para fazer. ― mentira. ― Sabe como é?
― Uhum. ― ele concorda. ― Bom, se precisar de alguma coisa você tem 7 irmãos, um primo e uma sequência de cunhados bons em alguma coisa para te ajudar. Tá ouvindo?
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PIETRO - Os Irmãos Scafidi #6 | EM ANDAMENTO
RomanceSinopse no primeiro capítulo para evitar spoiler. Boa leitura! xo