Capítulo Oito

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"Quem vai perder, quem vai ganhar
Eu sinto uma onda de adrenalina
Oh, eu estou bem acordado
Me diga quem vai quebrar"
WIN OR LOSE | Alexi von Guggenberg

Sean B. Scafidi

Os disparos se aproximam da porta do quarto. Taeron está abraçado contra o meu corpo enquanto todos os bebês da família começam a chorar alto pelo quarto. Então um único disparo arromba a maçaneta do quarto. Arregalo meus olhos.

Sean? — a voz de Martino é urgente do outro lado da linha.

— Eles atiraram na maçaneta... — grito em resposta e aponto para o armário do quarto. — Taeron, se esconda ali.

Ele faz o que eu peço. Corro até a cômoda ao lado da porta e a empurro o mais rápido que eu posso só com uma mão enquanto Elliott chora em meus braços. É só uma pedra no caminho "sem saída". Corro até o armário e coloco Elliott no colo de Taeron.

— Vou precisar que seja corajoso e cuide deles aqui dentro, tá me ouvindo?

Meu sobrinho balança a cabeça. Pego Chiara e James ao mesmo tempo, acho que os pego de mal jeito, mas estou com pressa, não quero que eles fiquem no fogo cruzado. Eles não podem ficar de jeito nenhum no meio do quarto. Eles estão chorando mais alto quando os coloco sentados ao lado do primo mais velho.

— Eu não quero morrer tio. — Taeron começa a lacrimejar.

— Você não vai morrer, meu amor. — fecho a porta do armário do quarto e olho para a cômoda que balança, a qualquer segundo ela vai tombar, liberando a entrada de quem quer que esteja do outro lado.

— Vamos, não complique a situação. — é a voz da mulher, vem abafada do outro lado. O telefone fixo largado no chão tem a voz histérica de Martino. — Abra a porra dessa porta e prometo não te machucar... tanto.

Olho para o lado e pego a caixa de brinquedos de Chiara. A mulher começou a chutar a porta do outro lado, a cômoda balança com cada impacto. Olho para o cavalinho de pau de balançar da minha sobrinha. Peço desculpas mentalmente e bato com força no chão uma, duas, três vezes antes de meter o pé e quebrar as pernas do cavalinho. Pego a mais pontiaguda e faço a posição de flexionar os joelhos como Martino me ensinou e encaro a porta.

Talvez Augusto e Caity precisem da minha ajuda do outro lado, penso em empurrar a cômoda de volta para o lugar, mas o próximo chute da mulher faz com que o móvel tombe no meio do quarto, com algumas gavetas se abrindo e jogando as roupinhas e objetos pelo chão. Olho para ela que sorri diabólica na minha direção.

Corro em sua direção, quando ela ergue a arma, desvio no momento certo e a bala atinge a parede atrás de mim, uso a cômoda tombada como base de impulso quando me jogo em cima dela, ela dispara de novo e a bala passa de raspão pela a minha costela. A dor é tremenda de carne rasgando, mas a dor que ela sente em seguida é infinita vezes maior que a minha quando a madeira envernizada se afundo em seu olho esquerdo com força e seu corpo tomba para trás. Meu peso em cima do seu corpo, mas com que a perna do cavalinho se afunde mais em seu crânio. O sangue melando o carpete embaixo do seu corpo enquanto seu corpo treme. Meu joelho pressiona o seu braço com a arma no chão enquanto sua vida se esvai aos poucos.

Não me sinto seguro, mas ela escolheu invadir um lugar cheio de crianças e saiu atirando. Pego a pistola e deixo seu corpo para trás, meu punho direito todo sujo de sangue. Engatilho a pistola e chego na sala.

O homem careca está em cima de Augusto, o socando na face com força, a arma com silenciador está num canto da sala. Fecho meu olho direito e ergo a pistola que roubei e miro. O tiro acerta a nuca do homem que desaba sobre Augusto. Corro em direção a ele e o ajudo a se livrar do corpo que o encharca, misturando seu próprio sangue com o do invasor.

PIETRO - Os Irmãos Scafidi #6 | EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora