Capítulo Doze

487 70 20
                                    

[Maratona Maxim na Amazon dia 27/06: 1/4]

"Minha solidão está me matando (e eu)
Eu devo confessar, eu ainda acredito (eu ainda acredito)Quando não estou com você, eu enlouqueçoMe dê um sinalMe dê um toque, amor, mais uma vez"

...BABY ONE MORE TIME (cover) | Montanee

José Ferreira

Pietro me encara do outro lado da mesa enquanto o garçom enche as nossas taças com o espumante, ainda há um pequeno silêncio entre nós dois e eu acho que isso é natural. Não sei se é ele quem tem que começar a falar ou se eu devo bancar o corajoso e abrir a minha boca logo e puxar qualquer assunto que me dê na telha — ou não também, talvez o silêncio seja a melhor escolha nesse começo de noite.

Não queria ter uma DR tão cedo com Pietro Scafidi — sendo que não temos absolutamente nada.

Assim que o garçom se afasta ele continua me olhando enquanto leva a taça até os lábios, acompanho o movimento com os meus olhos, vendo seu pomo de adão subir e descer enquanto ele engole a bebida. De súbito parece que a brisa fresca não é tão mais fresca enquanto vejo sua boca esboçar um pequeno sorriso.

— Desculpa. — ele ri baixinho. — Estou mais nervoso do que pensei que estaria e... caralho, esse não sou eu. — claro que não deve ser, ele é um empresário, está acostumado a falar sobre assuntos sérios o tempo todo (não é? Ele é o demônio em pessoa!). — Você me deixa... me deixa assim, José. E isso não é ruim, calma... — talvez eu tenha sido um pouco expressivo demais. — É só que, com você, eu não preciso bancar um personagem, sabe?

— Sei. — murmuro e realmente eu sei qual sentimento Pietro está tentando me falar.

— E é por isso que eu não quero que o que tenhamos acabe com um mal-entendido de palavras. — ele continua. — Não quero te ter longe de mim, não quero que se afaste... — Pietro respira fundo, o discurso já parece muito profundo e eu não faço ideia do que está por vir. — O que eu quero dizer é que, naquele dia, eu disse que não queria um casamento, não quero dar passos maiores do que precisamos dar no momento, entende? — balanço a minha cabeça, concordando. — Eu só quero que sejamos nós dois, sem nenhum rótulo, vivendo o momento e somente o momento.

Eu gosto de pensar no futuro. Sempre fui criado com o pensamento de tudo o que eu faço hoje vai refletir sobre o que vem em seguida, então Pietro... eu posso tentar, mas sinto que estaria me enganando, porque eu não te entendo completamente. Não posso ligar o foda-se agora e deixar a vida me levar, porque se eu me permitir fazer isso, a vida só vai me dar rasteira atrás de rasteira.

Mas a ideia de aproveitar o momento com Pietro não é ruim, longe disso, soa perfeitamente incrível.

Ele é gostoso pra caralho!

Sentir suas mãos novamente em meu corpo, sua língua na minha boca, na minha pele... senti-lo dentro de mim. A lembrança pulsa em mim. Pietro continua falando na minha frente, mas não consigo ouvi-lo nesse momento.

— Cala a boca. — solto e vejo seus lábios pararem com o movimento de fala, por um momento ele parece em choque. — Eu... eu não consigo ficar longe de você, Pietro. — preciso escolher bem as palavras, não posso soar tão emocionado, tenho que me conter e equilibrar as palavras sentimentais com a razão. — Merda e isso... isso vai contra todos os princípios do José Ferreira de semanas, de meses atrás, aquele que odiava você e tudo ligado ao seu nome, mas agora tudo o que eu mais quero é simplesmente você. Soa hipócrita? Eu espero que não.

PIETRO - Os Irmãos Scafidi #6 | EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora