Capítulo 3

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" A nossa vida é muito curta, e na maior parte dela a gente sempre voa com o vento, mas com sorte e se acreditarmos que a vida sabe oque é bom pra nós, cairemos sempre no colo da pessoa certa."
 Girl Meets World

Melaine "Mel"

Segui em direção onde o meu avô estava à minha espera, algumas alunas que passavam por ali lançavam olhares e cochichavam entre si.

Não a julgo se não fosse meu avô teria uma quedinha por ele.

Na época que estudava nesse mesmo colégio, ao lado da minha avó e do meu pai, eram considerados garotos mais bonitos.

Ele estava encostado no seu corsa preto, usava seis típicos óculos escuros, uma camiseta cinza, colete de manga listrado de preto e cinza, calça jeans escura e tênis preto.

— Oi vovô — falei lhe dando um abraço.

— Já disse pra não me chamar assim em público — me repreendeu, separando do abraço.

— Ok me desculpe — pedi envergonhada.

— Nunca irei me acostumar com você me chamando assim — admitiu, entrando no seu carro.

Abri a porta do passageiro e entrei.

Percebi que a minha avó não estava, era estranho ele ter vindo pra cidade sem ela.

— Cadê a vovó? — perguntei.

— Ficou em casa — respondeu — Cuidando do jardim — justificou.

— Ah sim — concordei.

Logo começou a acelerar o carro, acima do limite da velocidade, desde da invenção dos carros a motor viciou em dirigir rápido.

Me agarrei fortemente ao banco que estava sentada, tinha um pouco de medo quando ele fazia isso.

Eu poderia morrer, já que ele é uma espécie de morto vivo.

— Vovô — o chamei.

— Me desculpe, Mel — pediu — Esqueci que eu tenho uma neta muito medrosa — zombou.

— Affs só sou um pouco — admiti me encolhendo um pouco no banco.

— Tem o jeitinho da sua avó — falou, dando uma meia risada — Toda vez que olho pra você vê tanta semelhança com a sua avó e a minha filha — admitiu, diminuindo um pouco a velocidade do seu carro.

— Sei sim — concordo — Às vezes fico pensando que nasci na família errada, se desde começo tivesse nascido aqui, teria vivido uma infância melhor — justificou.

— Não fique se lembrando das coisas ruins que aconteceu com você no passado — pediu — Agora você tem uma vida melhor ao lado da família Cullen — me lembrou, tocando no meu ombro.

Ao olhar em direção à janela, o carro estava parado devido ao sinal, vejo uma mulher bem vestida atravessando a rua, ela usava um vestido vermelho que era acima de joelho, um salto preto, cabelo até no ombro castanho e o típico batom vinho.

Era a minha madrasta, não tinha dúvidas, mesmo estando com uma aparência mais velha continuava com a mesma expressão malvada.

— Acelera o carro mais rápido que puder — mandei.

Ele não protestou, por conseguir ler mentes sabia bem o que estava acontecendo.

— Realmente pensa que aquela era sua madrasta? — perguntou confuso.

— Era aquela mulher sim — respondi, tremendo de medo.

— Não precisa ter medo, eu estou aqui — falou com uma voz serena e calma.

— Obrigada vovô — agradeci — Espero que ela não me reconheça e esteja apenas de passagem indo embora logo daqui — falei tentando manter a calma.

Ele me puxou para abraçar ele, foi meio sem jeito porque ele estava dirigindo e também por ter a pele tão fria quanto gelo, mas de certo modo era bem reconfortante.

— Vovô — o chamei.

— Pode falar Mel — respondeu, enquanto adentrava a floresta com o seu carro.

— Peço que não comente nada com os meus pais ou com a vovó sobre ter visto a minha madrasta — falei — Com certeza veio resolver umas coisas e vai embora, aquela mulher não ficaria numa cidadezinha dessa — justificou — Pode ser nosso segredo? — pedi.

— Ok — concordou — Esse será o nosso segredinho — falou se aproximando de mim, dando um beijo rápido na minha testa, devido ainda estar dirigindo.

Em poucos minutos, chegamos na casa dele. Minha avó estava no jardim regando suas lindas flores e alguns chás.

Meu avô desceu rapidamente do carro e se aproximou dela lhe dando um beijo apaixonado.

Poderiam se passar por casal de adolescentes já que ambos se transformaram nessa idade.

Ela estava usando uma jardineira, jeans clara, camiseta preta e botas pretas; seus cabelos estavam amarrados num rabo de cavalo alto.

— Oi vovó — a cumprimentei.

— Oi, minha pequena Cinderela — me cumprimentou.

Ela jogou as luvas no chão, vindo ao meu encontro me dando um forte abraço e me erguendo no colo.

Apesar de estar com quase 17 anos, ela ainda insiste em me pega no colo que nem quando eu era pequena.

Entre a família dos meus pais adotivos, me apelidaram de Cinderela devido à minha história.

— Aconteceu algo? — perguntou preocupada, acariciando a minha bochecha.

— Não, vovó — menti.

Estava começando a ficar um pouco nervosa, dificilmente as coisas passam despercebidas da minha avó.

— Me desculpe Mel — Meu avô pediu — Irei ter que falar — falou convencido.

— Affs, mas o senhor prometeu guardar segredo — o lembrei.

— Entre nós Cullen não há segredos — falou irritada — Então desembucha logo — mandou.

— É que a Mel não quer fazer uma festa de 17 anos — contou.

Fiquei mais aliviada por ele contar isso, apesar de ainda não ter conversado com os meus pais adotivos a respeito da festa.

Meu avô tem um dia melhores dom, mas também o mais perigoso, ler mentes deve ser uma responsabilidade enorme.

— Porque, Mel? — perguntou confusa.

— É que eu nunca fui chegar em festas grandes — respondi — Mas se for algo mais íntimo irei aceitar — supus.

— Nesse caso pode ser — Minha avó concordou sorridente.

Sorri de volta, ela se aproximou de mim me dando um beijo na minha testa.

— Entrem — Minha avó mandou — Acabei de fazer o almoço, está bem quentinho, coma antes que esfrie — avisou.

— Tá bom — concordei — Obrigada — agradeci.

Entrei na casa deles, me sentei na mesa onde estava tudo preparado para ser ingerido.

Pra falar a verdade fizeram as coisas mais pra mim, já que ambos não comem comida humana, apenas se alimentam de sangue e carne crua de animais.

Ela fez feijoada, couve e um suco de laranja natural. Realmente aqui sou bem tratada, amo tanto os meus pais adotivos e os meus avós.

Espero que a minha madrasta não me encontre, não queria voltar a ficar com ela.

Aquela mulher com as suas duas filhas é o próprio diabo encarnado, pelo menos para mim, já uma das suas filhas me tratava muito bem.

A Cinderela Dos Lobos (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora