Capítulo 50

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"É sua estrada, é somente sua. Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você."

Horas depois....

Kyle Reyes

Me senti completamente destruído, até agora não acredito que o meu pai foi morto.

Ele sempre foi um bom rei, cuidava e ajudava todo mundo, não entendo quem teria coragem de tão alto.

Ainda não fui pra minha mansão, só de imaginar voltando pra casa e não vê-lo, a lembrança é a coisa que mais dói.

Juan me emprestou um dos seus ternos preto, percebi que ele estava usando um idêntico ao que me emprestou.

— Quer comer algo? — perguntou com uma voz serena e calma.

— Estou sem fome — respondi friamente.

— Eu também estou — admitiu — Mas pelo menos consegui comer um pedacinho de bolo, faça o mesmo — pediu.

— Obrigado por tentar me dar forças, mas sinceramente meu estômago não aceita nada — falei me segurando pra não chorar.

— Saiba que eu e a minha família, sempre lhe daremos total apoio — falou forçando um sorriso.

— Queria morar aqui, sei que quando voltar pra aquela mansão, as lembranças irão sufocar — desabafei.

— Não que eu esteja incômodo com sua presença, mas tem sua mãe, ela precisa de você — falou.

— Minha mãe? — o questionei irônico — Tenho certeza que a única coisa que pensa neste momento é me casar o mais rápido possível com a filha do Aro — falei irritado.

— Quem sabe ela não mudou de ideia — comentou.

— Conheço bem a minha mãe e sei que quando coloca uma ideia na cabeça ninguém tira — falei irritado.

— Você agora é o Rei, suas vontades serão ouvidas — me lembrou.

Apesar dele ter dito aquilo só pra me animar, agora senti o peso da realeza sobre os meus ombros.

Tudo que aprendi durante os anos será usado, tenho medo de não conseguir superar as expectativas das pessoas.

Comecei a sentir dificuldade para respirar, as paredes do quarto pareciam estar se fechando em mim.

Arregacei as mangas do meu palito, olhando diretamente para os meus braços observando as minhas veias ficarem verdes escura, Juan se afastou de mim, pela sua expressão era certo que logo viria a minha transformação.

Fechei os olhos, levantei a minha cabeça para o teto, deixando fluir normalmente a transformação, sei que depois dessa deverei um terno novo ao Juan.

Pulei pela janela do quarto dele correndo pelas ruas movimentadas da cidade, indo em direção à floresta.

Parei ao perceber estar no cemitério dos lobos, toda vez que alguém de nossa espécie morria, era enterrado aqui, era forma de homenagear os nossos antepassados.

De repente começou a chover, sinto a pelagem que cobria o meu corpo sumir, agora voltou a ser humano.

A água fria caia no meu corpo nu, olho para o chão vendo uma pequena poça da água da chuva que se formou aos meus pés.

No reflexo vi o meu avô, ele tinha uma enorme barba branca, seus cabelos grisalhos compridos cacheados, olhos castanhos e um sorriso contagiante.

Assim como estava no enorme quadro que pintei dele, na parede, ele foi um dos melhores reis da história, sempre ouço feitos incríveis dele e ao ver meu pai tentando se igualar a ele.

A Cinderela Dos Lobos (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora