A Cinderela Dos Lobos (Concluído)

Capítulo 17

" Você entenderá por que as tempestades têm o nome de pessoas."

— F. Scott Fitzgerald.

Kyle

Ontem foi um dia tão cansativo, como não teve aula devido a uma ventania que detetou uma parte da sala de computação.

As aulas foram suspensas, queria ter saído com a minha namorada, mas meus pais inventaram de me levar pra trabalhar na empresa.

Mal tive tempo pra dormir ou até mesmo respirar, ainda estava cansado de ontem.

Acordei com o meu celular tocando, ainda bem que o Juan me ligou se não iria perder a hora pra ir ao colégio.

" — Bom dia Juan.

— Bom dia Kyle.

— Estou te esperando na lanchonete de sempre, preciso conversar contigo.

— Tá bom, só vou me arrumar e ir ao te encontrar.

— Ok."

Me levantei indo tomar um banho rápido, ao terminar vesti a minha tradicional jaqueta do time de basquete do colégio desta vez era o de inverno, calça jeans clara, cinto preto com detalhes de corrente e bota preta.

Decidi deixar os meus cabelos naturalmente na sua forma meio rebelde.Preciso criar coragem pra contar aos meus pais sobre o meu relacionamento com a Mel.

Tenho certeza que nunca iriam me apoiar, por ela ser uma humana, já que querem que eu me case com uma loba nobre.

Eles querem continuar com a nossa linhagem pura e forte. Ainda não me transformei, vejo o meu pai ficando cada vez mais impaciente pela chegada da minha transformação, já que na minha idade ele já tinha se transformado.

O maior medo dele é que eu suba ao trono sem ter se tornado um lobo completo.

Antes mesmo do meu nascimento, a minha vida toda foi minuciosamente planejada, até mesmo com quem irei me casar meio que já foi definido.

Nem mesmo se eu tivesse um imprinting iriam mudar essa regra, alegam que nem todos que tem um imprinting tem obrigação de ficarem juntos. Meu pai mesmo abriu mão do imprinting dele, pra ficar com a minha mãe.

Ao chegar na lanchonete, vejo Juan sentado na mesa lá fora bebendo um chá com leite e comendo um pedaço de bolo de cenoura com cobertura de chocolate.

Juan estava usando a mesma jaqueta do time do colégio igual eu no estilo moletom, calça moletom cinza e tênis branco. Seus cabelos estavam sem gel hoje, deixou eles um pouco mais rebeldes.

— Olá, bom dia mano — falei, puxando a cadeira e me sentando de frente pra ele.

— Oie bom dia — falou desanimado e ainda por cima com a boca cheia.

Me assustei com sua atitude, ele sempre foi um garoto tão certinho e cheio de etiquetas.

Também por ele estar tão mal arrumado, tem algo muito sério acontecendo aí.

Acenei pra garçonete, ela imediatamente veio até a nossa mesa. Íris era a filha mais velha dos donos da lanchonete, estava na faculdade pelo que um dia a mãe dela me contou.

Ela não era mediana, os seus cabelos castanhos estavam presos em um coque alto deixando alguns fios da franja atrás da orelha, olhos verdes, usava um uniforme azul com detalhes brancos e botões enormes na roupa inteira e uma sapatilha preta.