Capítulo 17

110 17 0
                                    

— Ariel — ele me interrompeu, com outro beijo. — Ariel.

— Cala a boca e me beija.

O beijei. De novo, de novo, de novo. Uma música de balé ainda estava tocando mas parecia distante demais.

— Ariel.

— O que?

— Namora comigo, por favor.

Paramos o beijo por completo e eu senti que a música estava voltando para perto.
Ele se levantou do sofá e desligou o som. Tudo ficou em silêncio e eu comecei a me perguntar se foi uma boa ideia. Por que não seria? Eu fiz um livro sobre ele, eu o amo.

— Namoro, claro que namoro — disse ele, voltando para o sofá com um sorriso enorme. — Óbvio que namoro!

Voltamos ao beijo, mas sem música dessa vez. Quando me dei conta, estávamos no quarto, as luzes apagadas e nossos corpos completamente nu.

Eu e Ariel ficamos quase o dia todo na cama, só resolvemos sair e colocar roupas quando já era quase três horas da tarde. E ele foi fazer o almoço quando escutou a minha barriga roncando. E enquanto a comida estava sendo feita, eu comecei a escrever como o sexo dele tinha me levado para o paraíso ontem a noite. Será que ele se importa se eu fizesse outro livro de poesias para ele? Estou totalmente obececado, quando foi que parei de escrever sobre o mundo a minha volta para escrever somente sobre ele? Talvez seja porque Ariel se tornou meu mundo, toda vez que o vejo dançando nas pontas do pé, tenho certeza de que ele virou o mundo a minha volta.
Quando o almoço ficou pronto, almoçamos na companhia um do outro. Depois Ariel tomou um banho e saiu de lá com os cabelos molhados que na minha opinião o deixavam mais bonito.

— Eu tenho um ensaio de balé para ir — disse ele, enquanto colocava uma roupa e guardava as sapatilhas que ele usou ontem para dançar para mim na bolsa. — Então acho que você pode ir embora, a gente se vê amanhã, certo?

— Certo mas... posso te levar?

— Não precisa — sorriu. — Eu tenho um carro.

— Eu sei mas quero te levar. Por favor — pedi novamente. — Quando eu te deixar lá eu vou para casa. Vamos, deixa eu levar você.

— Ok, você venceu, pode me levar.

Enquanto ele se vestia e tentava secar os cabelos, eu também tomei um banho rápido, o famoso "banho de gato" e então saímos com o meu carro. O deixei na frente da escola de balé.

— Tchau — disse Ariel, seguido de um beijo. — Até amanhã, meu namorado.

Desde que o pedi em namoro ontem, nem ele e nem eu paramos de usar a expressão "meu namorado" ou "seu namorado" era realmente muito bom saber que de fato agora Ariel é meu namorado.

— Tchau — o beijei de novo. — Até amanhã.

Ele sorriu. Acabamos nos beijando outras e outras vezes, até ele realmente decidir sair do carro e entrar dentro da escola de balé apresado. Ariel parecia estar um pouco atrasado por termos perdido aquele tempo no carro, mas ele não parecia se importar e eu também não.

Dança do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora