12 - Calen

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Já faz uma hora que Rohan e Cassie foram para o segundo andar. Na hora que eles se afastaram de mim, comecei a sentir um pequeno pânico me dominando, mas eu conseguia ficar sozinha em uma festa até eles voltaram, não é?

Resposta: não.

Estava tudo relativamente bem no começo, quando eu estava sentada sozinha na mesa e tentando distrair minha mente, mas ela sempre voltava à dança que eu estava tendo com Rohan. Ele me olhava com o mesmo desejo que olhara na biblioteca horas antes, e com nossos corpos tão próximos, conseguia sentir as ondas de calor emanando dele. Eu queria muito olhar para baixo, para o volume que eu sentia contra mim. Não parecia duro como estaria se ele estivesse ereto, mas, se mesmo normal ele já era tão… Não ousei concluir o pensamento. 

Tudo começa a dar errado quando sinto que alguém me observava e ri de mim. O salão fica instantemsnente abadafo, sufocante. Se daqui quinze minutos Cassie e Rohan não aparecerem, eu vou atrás deles. Só mais quinze minutos, consigo aguentar. 

— Está desacompanhada?

Ergo o rosto e vejo um belo rapaz em minha frente. Ele tem olhos azuis como o céu de verão e cabelos pretos como a noite, além de um sorriso encantador. 

— Sim — falo, dando um sorriso para não  soar tão… sozinha. — Quer se sentar? 

— Não — ele contorna a mesa e para do meu lado, estendendo a mão para mim. — Quero dançar. Me acompanha?

Não sei dançar, realmente não sei, mas há uma garrafa quase vazia de champanhe na mesa. Qualquer coisa, finjo que estou bêbada.

— Claro — coloco minha mão na dele, que é quente e firme. 

A pista não está lotada, mas há bastante casais dançando agarradinhos ao ritmo da música lenta e romântica. Gosto desse tipo de música, porque sempre me deixa tranquila, exceto agora, quando o garoto desce a mão pelas minhas costas, parando na lombar, e me puxa para perto. É estranho dançar com o rosto apoiado no ombro de um desconhecido, mas há algo nele, no perfume amadeirado dele, que me acalma, que faz com que todo o meu corpo, e não só minhas pernas, fique mole. 

— Está prestando atenção na letra da música? — pergunta ele, aproximando os lábios da minha orelha. Nego, dando um sorriso. Não me sinto mais tão desconfortável. — Ela conta a história de um homem que foi em um baile e dançou com uma mulher linda a noite toda, até o sol raiar, quando ela desapareceu. Ele ficou perdido de amor por ela e nunca mais conseguiu curar seu coração partido.

— Ele ficou doente de amor por causa de uma única noite? É loucura — Eu não sei porque isso soa tão engraçado.

— Se a mulher em questão fosse você — ele pega meu queixo e ergue meu rosto. Seus olhos azuis percorrem cada traço meu e param em meus lábios. — loucura seria não ficar doente de amor. 

Meu rosto pega fogo. O fogo se espalha por todo o meu corpo quando o garoto começa a aproximar nossos rostos e seus lábios quentes e macios encontram os meus. Graças aos deuses que o salão está mal-iluminado. O beijo é lento, mas cheio de desejo, de intensidade, como se ele pudesse ficar me beijando até o sol nascer. 

— Vamos para um lugar mais reservado — sussurra ele, me enlaçando pela cintura e nos guiando para fora da pista. 

Subimos as escadas para o segundo andar, o gosto do beijo, champanhe, ainda permanece em meus lábios. Seguimos por um corredor ladeado por portas iguais. Nao há borboletas só no meu estômago; elas estão no corpo inteiro. Paramos em frente à uma porta com o número 9 pintado elegantemente em tinta preta. O garoto dá um beijo rápido em meu pescoço, me arrepiando inteira, e abre a porta. 

Noite Sombria e Perversa Onde histórias criam vida. Descubra agora