Noite Sombria e Perversa

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Enquanto volto caminhando para casa, uma ideia absurda surgi em minha mente: o que aconteceria se eu usasse meu poder para mexer em minha perna? Para tentar arrumar a musculatura, qualquer coisa que pudesse ajudar. Sinto vontade de estapear minha cara por nunca ter pensado nisso. 

Mas precisarei conversar com alguém antes, porque pode dar certo, mas pode dar muito errado também. Tomara que papai tenha tempo livre essa semana. 

Não que eu esteja contando com isso, não com mamãe grávida de trigêmeos. Não sei se é por causa da euforia que estou sentindo por ter feito o que fiz com Nephelle, mas pensar que terei 3 novos irmãos não me incomoda mais tanto quanto antes. Será bom sentir aquele cheirinho de bebê de novo, de segurar aquelas coisinhas tão pequenas e fofinhas. 

Ouço passos apressados correndo em minha direção. Estou sentada em um banco no Arco-íris, admirando as estrelas, e viro o rosto na direção do som à contragosto. Rohan. Ele está descabelado e vestindo apenas a camisa branca de botões e a calça. Nada de terno nem de gravata. Porco. Cassie vem logo atrás, devidamente vestida. Seu cabelo solto não consegue esconder as marcas roxas no pescoço e no busto. 

— Você está bem? — pergunta Rohan, se agachando ao lado do banco e pegando minhas mãos. 

Ele sempre brincou comigo, e me enganou. Estou no meu direito de enganá-lo também.

— Estou ótima — dou um sorriso radiante para os dois. — Depois que vocês subiram para o segundo andar, dancei com um garoto e nós decidimos passear pela cidade. Está uma noite linda — aponto para o céu. 

Consigo sentir alívio saindo deles como se fosse uma onda do mar. 

— Foi o garoto com quem você estava dançando? — sorrio maliciosamente para Cassie, indicando as manchas em seu pescoço. Ela assente. Cara de pau. 

Rohan se senta ao meu lado e me cutuca com força demais para ser amigável mas não ao ponto de machucar.

— Você está feliz demais para quem estava apenas caminhando — diz ele, encarando as estrelas. 

Abaixo o rosto para disfarçar um sorriso e dou de ombros, parecendo uma menininha boba e feliz.

— Vocês têm que prometer que não contarão a ninguém. 

Cassie praticamente se joga no espaço ao meu lado. Ela e Rohan me encaram descaradamente, ansiosos para que eu continue. Preciso me esforçar para não gargalhar. 

— Tive minha primeira vez.

Choque invade o rosto de Cassie. Olho de canto de olho para Rohan e fico assustada. Há algo similar a ódio ali.

— Com quem e onde foi? — pergunta ele friamente. Cassie se levanta e caminha rapidamente para longe de nós.

— Por que quer saber? 

Ele apenas me encara. 

— Com o garoto que eu estava dançando.

— Qual é o nome dele?

Demoro alguns segundos para pensar, mas antes que eu possa dizer algo, Rohan se exalta.

— Você teve a sua primeira vez com um desconhecido?!

— Tive sim, e foi ótima. 

Vermelhidão começa a subir pelo pescoço dele.

— Quero detalhes, agora. Onde foi, onde está o garoto, quero saber tudo.

— Você virou meu pai agora? Você não me contou quando teve sua primeira vez, então por que eu devo contar a minha?

— Porque sim.