Noite Sombria e Perversa

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TARDEI MAS NÃO FALHEI (ou FALHEI?)

Enfim, cá estamos. O ig era uma coisa que tava ocupando muuuito o meu tempo, mas eu larguei ele e agora vou ficar aqui fanficando. Quando eu entrava no Instagram eu ficava com -ânsia de vômito-, então sai e não pretendo voltar, pelo menos não por enquanto. Por hora, vamos aproveitar a vibe fanfiqueira! Hoje vou postar o primeiro capítulo da minha fic Gwynriel💥💥💥

Agora, fiquem com o capítulo de hoje e bons surtos 💖

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CALEN

Dez dias depois, estou acabada. Fisicamente acabada.

Tenho treinado todos os dias com Nestha, Emerie e Gwyn. Talvez seja porque Rohan e Nephelle treinem com Cassian e Azriel, talvez tenha sido só coincidência, mas tia Nestha me convidou pessoalmente para que eu treinasse com elas, e é óbvio que eu aceitei.

- Como se sente?

Abro os olhos e vejo ela, emoldurada pelo céu azul. Estou deitada no chão, me sentindo atropelada depois de fazer 300 abdominais. Dou meu melhor sorriso e digo:

- Me sinto quebrada.

- Então é sinal de que estamos no caminho certo.

Que os deuses me protejam.

- Já acabou o treino, não é?

- Claro que não, isso foi só o aquecimento.

***

Depois de muita corrida, agachamento, abdominal, circuito, socos, chutes e desespero, o treino acabou, assim como minha capacidade de locomoção. Ando pela Casa parecendo que voltei da guerra, mas o que eu posso fazer se aquelas três estão tentando me destruir?

Porém, mesmo com a dor, é gratificante. Ver meu progresso, conseguir fazer os exercícios, tudo isso é incrível. Sei que tenho que melhorar muito - Nestha gentilmente disse que o meu equilíbrio é pior do que o de um recém-nascido -, mas estou amando cada pequeno passo.

- Como foi o treino hoje?

Toda a alegria por mais um treino concluido desaparece assim que vejo Rohan parado em frente a porta do meu quarto. A julgar pelo rosto corado e pelos cabelos suados, ele também estava treinando. Está sem camisa, os músculos brutos do abdômen deliciosamente brilhantes, mas consigo me controlar e não ficar com borboletas no estômago. Perceber isso quase me faz sorrir.

Secamente, respondo:

- Ótimo, e o seu?

- Azriel tentos nos matar hoje.

Dou um sorriso forçado.

- Nada que você não dê conta. Agora, se pudesse sair da frente do meu quarto, eu agradeceria.

Uma pontada de mágoa surge no rosto dele, mas desaparece tão rápido quanto surgiu.

- Você vai ir a algum lugar?

- Vou sair com a Cassie.

Ele assente, dizendo que é legal e que espera que eu me divirta. Ele está totalmente envergonhado. Que bom.

***

Faz muito tempo que Cassie e eu não nos falamos. Estou com saudades dela, e um pouco preocupada também. Ela não respondeu nenhuma das correspondências eu enviei, exceto a última, perguntando se eu podia ir visita-la.

A aconchegante casa com flores parece idêntica, mas algo diferente paira no ar, algo oleoso, sombrio. Meus poros se arrepiam e meu estômago afunda quando percebo que a porta está entreaberta.

- Cassie? Está aí?

Escuto um gemido de dor.

Deuses.

Entro rapidamente na casa.

A sala e a cozinha estão destruídas.

Todos os móveis estão tombados e destruídos, marcados por garras, como se alguma besta tivesse procurado por algo muito importante. Respiro profundamente e consigo farejar o cheiro de Cassie, misturado ao odor forte de sangue. Corro até o quarto dela e a encontro caída no chão sobre um tapete de sangue.

Todo meu corpo começa a tremer.

- Quem fez isso com você? - pergunto me ajoelhando ao lado dela e segurando seu rosto entre as mãos. Sua pele parece pegar fogo e medo e dor escorrem dos olhos dela.

A voz dela sai tão baixa que mal consigo escutar quando diz:

- Não há mais tempo.

- Não, Cassie, há tempo sim, você não vai...

Ela levanta uma mão trêmula e suja de sangue e acaricia meu rosto, já molhado pelas lágrimas. Não posso perder Cassie, não posso...

- Um último abraço - ela inspira bruscamente pela boca e consigo ver seus dentes. Estão vermelhos.

Parece que meu peito vai rasgar em mil pedaços. A primeira amiga que eu tive. A primeira pessoa que soube de tudo e me amou mesmo sim.

Passo meus braços por baixo das axilas dela e a ergo para que possamos nos abraçar. Tem tanta, tanta coisa que quero dizer a ela, que preciso dizer, mas não consigo parar de soluçar.

Até que sinto algo cutucar a lateral do meu corpo.

Então vem a dor.

Grito como nunca pensei que conseguiria gritar e desabo no chão, soltando o corpo de Cassie. Ela está sorrindo.

- É tão fácil enganar você - ela se levanta sem nenhum sinal de dor e me olha de cima abaixo, a adaga de freixo empunhada com orgulho, meu sangue pingando dela.

Freixo. Caralho.

Sinto meu poder esvaindo rapidamente, a dor me queimando de dentro para fora.

- Sabe qual foi a melhor parte de enganar você? - pergunta ela, se agachando na minha frente e sorrindo como um demônio. Não sei se tremo pela perda de sangue, pelo veneno ou de medo. Não digo nada. Encolho meu corpo, a dor o devorando.- RESPONDA!

- N-não sei.

- Ver você confiado em mim. Ver esses seus lindos olhinhos violeta brilhando quando eu te elogiava ou quando fazíamos algo divertido. É tão bom saber que seu coração está doendo mais do que o corte com freixo - ela acariciando meu rosto com as unhas.

Tento me afastar, mas o veneno está paralisando todo o meu corpo rapidamente. Espero que paralise meu coração e que acabe logo com tudo.

- Você confia muito rápido nos outros, Calen, rápido demais. Essa sua carência absurda vai ser a causa da sua morte. - ela senta no chão, cruzando as pernas, totalmente à vontade. - É culpa dos seus pais, sabe? Por não terem percebido a grande merda que estavam fazendo com você. Talvez eu os mate depois que acabar o serviço aqui.

- Não - minha voz não passa de um sopro baixo. Não é culpa dos meus pais, não quero que ela faça nada com eles!

- Sim, querida, é sim. - Cassie monta em mim e coloca a faca de freixo em meu pescoço. - Eu vou acabar com a sua dor, sua angústia. Vou acabar com todos os seus problemas, Calen. E então irei acabar com todos aqueles que causaram problemas a você.