ix. venha e voe comigo.

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Eu ouvi bem o seu pedido? Ele iria me roubar?

Não no sentido literal, sua tonta.

Seu rosto estava sendo iluminado pela lua que se escondia atrás de alguns prédios altos. Eu estava há cerca de cinco minutos encarando sua mão estendida, com medo do que poderia acontecer caso eu aceitasse.

─ Minha mão 'tá cansando já ─ Ele disse impaciente. ─ Você vem comigo ou não?

"Even if the sky is falling down. (Mesmo que o céu esteja caindo.)

You oughta know, tonight is the night to let it go (Você tem que saber, essa é a noite para relaxar.)

Eu... Vou. ─ Disse confiante. Se não fosse agora, quando seria? Eu teria alguma outra oportunidade? Agarrei sua mão e ele abraçou o seu corpo ao meu, nos deixando bem próximos. Senti meu rosto corar. ─ N-nós vamos voando?

So leave it behind, 'cause we have a night to get away (Então deixa isso pra lá, porque temos uma noite pra fugir.)

So come on and fly with me, as we make our great escape. (Então venha e voe comigo, vamos fazer nossa grande fuga.)

─ O quê? Não, claro que não, apenas precisamos descer sem que você seja vista. ─ Ele disse e suas asas logo começaram a se movimentar. O ventinho que elas proporcionavam se chocava contra o meu rosto, parecia um cata vento.

Ok, eu faço umas comparações um tanto quanto inusitadas, mas foi o que veio na minha cabeça agora.

Foi um curto caminho até o andar de baixo. A sensação de não estar com os pés no chão era assustadora, eu sentia que poderia escorregar a qualquer momento, o que me fez segurá-lo como se a minha vida dependesse dele, não dependia literalmente, mas eu no mínimo quebraria uma perna se caísse. No fundo, eu sabia que ele não deixaria isso acontecer.

─ Prontinho. ─ Pisamos em terra firme e eu senti um enorme alívio após ver que estávamos longe o suficiente da minha casa, portanto não corria o risco de sermos pegos.

─ Eu nunca tinha saído de noite ─ Nos desfazemos do abraço e ele logo caminha na minha frente. Eu sinto o vento gelado se chocar contra o meu rosto, levando algumas mechas de cabelo para trás. ─ Hey, para onde vamos?

─ Tem algum lugar que você queira ir? ─ Ele perguntou quando já estávamos próximos do centro do bairro, aquele lugar era bastante movimentado visto que havia algumas lojas, restaurantes entre outros estabelecimentos que pessoas costumam ir no sábado à noite.

Eu definitivamente não sabia para onde ir. Sequer conhecia algumas ruas do meu próprio bairro.

─ Não... Na verdade. ─ Respondo meio envergonhada.

Consegui acompanhar os seus passos. Eu estava ao seu lado mas não estávamos e mãos dadas nem algo do tipo, muito embora eu quisesse segurar as suas mãos e entrelaçar nossos dedos. Entretanto, sinto que não era a hora adequada pra isso. As pessoas estavam olhando para nós, mais especificamente pra ele.

Por um momento passou na minha cabeça que alguém poderia tirar uma foto nossa, ou... Sei lá, fazer perguntas.

Mas é claro, por que eu não pensei nisso antes de topar uma loucura como aquela? Oh, Deus, eu estava ferrada.

Não, quem sabe não, certo? Meus pais não têm acesso à esse tipo de coisa.

Mas o meu irmão tem, e meus outros familiares têm também. Baixei a cabeça dando leves tapas na minha bochecha, me repreendendo fisicamente e mentalmente.

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