xiv. pela primeira vez, alguém sabe.

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Eu ainda estava paralisada encarando Olívia. A doçura que seu rosto transmitia me fazia sair dos eixos, ela realmente era uma mulher encantadora.

Um sorriso delicado ao encarar os filhos foi esboçado por ela e eu não pude resistir, sorri de volta ao notar a felicidade genuína das crianças.

Eu estava certa quando dizia que aquela casa transmitia uma áurea diferente e boa.

Mas eu ainda não podia acreditar que meu tio havia se casado com uma super heroína; é arquiteto e tem filhos que amam e querem ser super heróis quando crescerem.

Confesso que admirava a sua coragem.

Coragem? Isto é a vida de um cidadão no Japão. Não é muito incomum ver uma família composta por heróis; crianças que amam heróis...

É incomum existirem pessoas presas que nem eu. Isso sim era algo a se preocupar, disso eu tinha certeza.

Mas... Admito que era algo que eu queria ter.

Sinto que talvez fosse aquilo que estivesse faltando em mim, um impulso que me permita ser livre.

Era coragem que me faltava?

Coragem de ir contra todas as regras que me foram impostas desde criança.

Aqui é exatamente o oposto do que eu convivo em casa, é extremamente fora de cogitação eu viver, ou imaginar, uma vida dessas. Me sinto fora de órbita só de ficar com os pés aqui, observando de longe aquela família feliz entre abraços e beijos.

Mas ao mesmo tempo eu sinto como se estivesse em casa, como se eu estranhamente pertencesse àquele ambiente e que aquilo podia acontecer comigo, sim.

Encarar aquela família feliz permitia que o coração desacelerasse suas batidas em um sinal de calmaria, minha respiração se controlava e eu sentia o ar entrar melhor em meus pulmões. Eu sentia paz dentro de mim.

Naquele momento, eu me senti dentro de uma bolha onde os problemas exteriores não me alcançavam de jeito nenhum.

Aos poucos me sinto encaixando na órbita de um planeta que pode haver tudo o que eu mais preciso ─ ou queira ─ pra viver bem. E feliz.

Isso é bem diferente da minha realidade. Muito diferente.

─ Então, vamos jantar? ─ Olívia pergunta.

─ Vamos! ─ As crianças disseram juntas.

─ Ficamos brincando por quanto tempo aqui? ─ Perguntei ao colocar a mão na testa, perdendo totalmente a noção do tempo enquanto estava distraída com as crianças.

─ O suficiente para entardecer ─ Yoshi disse. ─ Vou ver se a mamãe está acordada.

Olívia assentiu com a cabeça e as crianças se soltaram dela.

Ela me encarou e eu me senti afogar ao olhá-la de volta, seus olhos eram semelhantes à um mar escuro e calmo como se tivesse acabado de passar por uma tempestade.

─ Então... Você é uma heroína? ─ Questionei mesmo sabendo que fosse uma resposta óbvia.

─ Sim, sou a Kotanage. Aposto que já ouviu falar de mim.

─ Sinceramente... Não. Até então conhecia apenas o símbolo da paz, All Might.

─ E o Hawks, né? ─ Kaori se meteu na conversa e eu fiz um sinal positivo com a cabeça e um sorriso leve no rosto.

─ E o Hawks... ─ Completei.

─ Kaori-chan parece gostar mais dele do que da mamãe. ─ A loira fez um bico e colocou as mãos na cintura, tombando o quadril para o lado.

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