xxxv. um dia turbulento...

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Voltamos a caminhar depois de algum tempo parados pela multidão de pessoas querendo um pouco de sua atenção, logo estávamos perto da minha casa. Passamos um bom tempo em silêncio, apenas apreciando a companhia um do outro com algum contato visual espontâneo e contínuo.

- Obrigada por me trazer. - Falei gentilmente.

- A gente fez isso milhões de vezes e você sempre age como se fosse a primeira. - Meu rosto arde violentamente ao ouvir suas palavras e eu viro meu rosto em vergonha.

- É que cada dia é um sentimento novo, né? Você me surpreende sempre. - Respondi com a mão no pescoço.

- Tem razão. - Ele disse convencido e fez o seu famoso ritual quando estamos prestes a nos despedir, ele se aproximou de mim e levou sua mão até a minha cabeça, depositando os famosos tapinhas. - Acho que é hora de ir embora. -

- Por que você não entra? - Disse pegando na sua mão. - Só pra passar alguns minutos. - Insisti a apertando logo em seguida, fazendo uma carinha de cachorro pidão pra ver se ele se sentia vulnerável quanto a minha vantagem.

- Você tem certeza? - Ele questiona uma última vez, receoso.

- Que mal tem? Vai ser rapidinho, depois você pode voltar ao seu trabalho. Por favor? - Falei manhosa.

- Ah, ok. Só porque eu não consigo te negar alguma coisa. - Ele se rendeu e eu dei leves pulinhos com a sua decisão.

O segurei pelo braço e guiei até a entrada da minha casa, ele parecia bastante tranquilo pra quem está prestes a conhecer os sogros que, até um tempo atrás, eram um pouco radicais demais.

E agora, eu nem acreditava que estaria apresentando Keigo a eles. Nunca pensei que algum dia levaria alguém pra casa, na verdade.

Suspirei fundo antes de girar a maçaneta, a porta foi aberta e eu o encarei de lado como se quisesse reconfortar ele. No fundo, ele parecia muito mais nervoso do que eu, por isso, apertei a sua mão de modo confortante.

- Onde você esta- - Daisy ditou uma vez antes de ser interrompida por deixar seus olhos caírem sobre Keigo, ela estava boquiaberta.

- Essa é a Daisy, a governanta. - Eu fiz uma apresentação pouco memorável, só queria que ele conhecesse meus pais. - E Daisy, Hawks. - O loiro acenou timidamente pra ela.

A mulher na nossa frente coçou a garganta e retomou a sua postura.

- Tirem os sapatos antes de entrarem. - E deu meia volta.

- Eu fiz alguma coisa errada? - Ele perguntou arqueando a sobrancelha.

- Não, ela é assim mesmo. Mas não se acostume com ela, talvez você nem a veja muito. - Tiramos nossos sapatos e os deixamos um do lado do outro na entrada. - Mãe, pai? - Chamei por eles vendo que a sala estava vazia. - Tem alguém aqui que vocês precisam conhecer. - Disse bem humorada.

Eles demoraram um pouco, mas também não queria deixar Keigo sozinho na sala aos cuidados de Melody e Daisy.

Ouço barulhos de porta e passos no corredor do andar de cima. Logo sinto meu coração acelerado, eu queria que eles tivessem a melhor reação possível em relação ao Keigo, minha mãe disse que vai seguir o que a vovó acha certo, então eu tenho certeza que eles reagiriam bem.

Koji já o conhece, então tenho alguém que certamente poderá me dar apoio necessário caso haja algum imprevisto.

- Você parece bem nervoso.

- Nah, 'tô ótimo.

- Tem certeza?

- Claro. - Eu sorri pra ele, que correspondeu ao mesmo.

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