Dizem que o que nos tornamos quando adultos, é reflexo de como somos tratados durante a infância. Desde nosso caráter, até nossos medos, inseguranças e prioridades.
Para Jimin, um órfão desde sempre, passar por tudo isso fora muito mais difícil. As...
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Boa leitura!
— Você gabaritou a prova! — o professor observava a folha em suas mãos, descrente com o que via. — Focaram em questões difíceis dessa vez. Como consegue memorizar tudo tão bem?
— Eu não tenho muitas outras coisas para fazer. — respondeu brincando com um ursinho que havia ganhado de Taemin.
Jeon assentiu, entendendo que aquilo não se tratava de uma das diversas oportunidades que pôde escolher. Todavia, era bom saber que se ocupava com os estudos.
— Parece que finalmente vai poder fazer outras escolhas. — o rapaz afirmou, a voz saindo em um tom esquisito por não haver um pingo sequer de humor por trás daquilo. — E uma delas, será não me ver mais.
— Como assim? — Jimin perguntou olhando-o com os orbes levemente arregalados, deixando o urso de lado e ajeitando melhor sua postura. Suas mãos, apoiadas no próprio colo, se ocuparam em estalar os ossos dos dedos gordinhos enquanto o professor estendia todo aquele suspense repentino.
— Hoje foi o seu último dia de aula. Você conseguiu... Agora pode até mesmo ir para uma faculdade, se quiser. — sorriu levantando os polegares em sinal de joinha com as mãos, esperando a reação eufórica do outro.
Mas Jimin não sorriu de volta, e sequer se moveu.
— Não quero que seja o último dia. — falou sem delongas.
Por alguma razão, não queria ficar longe dele.
Jungkook sentiu o peito aquecer e consequentemente, o coração disparar em resposta.
— E por que não? — deixou escapar, querendo pegar as palavras de volta.
Jimin desviou o olhar, ruborizado.
— Taemin não tem mais vindo todos os dias... — lamentou de cabeça baixa.
— Quem? — o professor perguntou sem entender.
— Meu namorado. — respondeu sorrindo de canto, e Jeon sentiu um balde de água fria ser jogado em sua cabeça.
Ficou em silêncio tentando assimilar a novidade. Passou a língua por dentro da bochecha, olhando para um ponto aleatório no chão.
Ele era dali? Era de fora? Como haviam se conhecido?
— E ele costumava te visitar todos os dias? — finalmente perguntou, franzindo o cenho.
— Sim, todos os dias, embora não gostem. — suspirou e caminhou até a janela. — Ele tem estado ocupado ultimamente, e da última vez saiu daqui furioso por culpa sua. — falou olhando-o com olhos cerrados.
