Dizem que o que nos tornamos quando adultos, é reflexo de como somos tratados durante a infância. Desde nosso caráter, até nossos medos, inseguranças e prioridades.
Para Jimin, um órfão desde sempre, passar por tudo isso fora muito mais difícil. As...
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Boa leitura!
[...]
— Parece que alguém tem sido insistente. — Uma voz suave se fez presente no quarto onde Jimin repousava, e ao erguer o olhar, deparou-se com Seokjin sentando-se ao seu lado.
— Eu não quero ver ninguém agora. — Apertou o cartão que segurava entre seus dedos de maneira sutil, como se aquilo fosse lhe escapar pelas mãos em algum momento. — Eu mal entrei na fase adulta e olhe só o que aconteceu... —
— O que aconteceu hoje, não foi culpa sua, Jimin. As pessoas responsáveis por aquele lugar estão envolvidas em coisas ilegais. —
— Mas de qualquer forma, era eu quem estava lá. Como sempre, é comigo que isso tudo acontece! — Aumentou o tom de voz, de uma forma que nunca havia feito ao conversar com Jin antes. Não sabia se havia surpreendido o psicólogo, pois o mais velho permaneceu impassivo diante da reação inesperada.
— Houveram outros funcionários feridos também, então talvez eles pensem como você, certo? — Sugeriu, e Jimin arregalou levemente os olhos em preocupação, arrumando a postura na cama e resmungando pela dor que sentia.
— Eles estão bem? Estão aqui no hospital? —
— Estão no pronto socorro público que ficava mais próximo de onde trabalhavam... Você veio para cá por conta do plano de saúde de Hoseok. —
— Isso parece tão injusto... — Voltou a olhar para suas mãos, insatisfeito.
— O que é esse cartão que você tanto olha? —
O de cabelos não mais tão rosados assim, franziu o cenho e só então voltou a olhar para Jin.
— Nada demais. Estava entre meus documentos e só me chamou a atenção por ser algo irrelevante. Não faço a mínima ideia do porquê guardei isso. —
— É uma galeria muito bem conceituada. Foi a que você e Jungkook tiveram o primeiro encontro de vocês, não? — Park assentiu, ruborizando ao se recordar do momento bom que tiveram juntos e mordendo os próprios lábios ao conter um sorriso. — Você pinta telas e mais telas desde os oito anos de idade. — Relembrou, sem receber uma resposta do garoto. — Sabe qual é a diferença entre sentido e propósito? — Jimin novamente se encontrou em confusão, achando a mudança de assunto um tanto brusca. — O sentido da vida é a sua vocação. São aquelas coisas que já nascem conosco, como dons, talentos e aptidões naturais do ser humano. Já o propósito é o meio que usamos para fazer o sentido acontecer. —
Ambos ficaram alguns segundos em silêncio enquanto Jimin refletia sobre aquelas palavras, engolindo em seco e meneando a cabeça em negativa.
— Acontece que quando acho que uma porta está aberta, acabo batendo a cara no vidro. — Sussurrou, sentindo as lágrimas se acumularem em seus olhos, embaçando a imagem do nome de Yoongi abaixo do logo bonito, com os telefones e email para contato.
