Dizem que o que nos tornamos quando adultos, é reflexo de como somos tratados durante a infância. Desde nosso caráter, até nossos medos, inseguranças e prioridades.
Para Jimin, um órfão desde sempre, passar por tudo isso fora muito mais difícil. As...
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Boa leitura!
— Já passa da hora de levantar, Chimmy. — uma voz suave soou próxima ao garoto, que sorriu ainda de olhos fechados.
Sabia que era ele.
De tudo e todos, seria impossível que esquecesse algum detalhe sobre Lee Taemin, não importa quanto tempo passasse.
— Bom dia para você também... — sussurrou, encolhendo-se entre as cobertas quando sentiu uma rajada de vento o cercar, fazendo-o praguejar pelo frio e abrir de vez os olhos castanhos, captando a visão do outro o encarando da forma que mais adorava.
— Veja, está nevando! — Taemin alargou ainda mais o sorriso no rosto, deixando aparente as rugas adoráveis dos olhos antes de seguir até a janela, abrindo as cortinas e deixando que a luz do dia atingisse Jimin instantaneamente.
Ainda que não gostasse nenhum pouco de despertar com alardes como aquele, não reclamaria.
A felicidade estampada no rosto alheio lhe enchia o coração, como se pudesse registrar aquele sorriso para sempre.
— Notei assim que abri os olhos... — riu baixinho antes de sentar na cama, espreguiçando-se ao que reparava na jaqueta de couro de Taemin, que assim como suas calças e botas, estava coberta de gelo.
Inclusive, também havia um pequeno rastro de pegadas úmidas pelo chão.
— Vamos, Chim... — aproximou-se do mais novo e tocou-lhe o rosto com carinho. — É como os confetes que as crianças vivem jogando nos aniversários, ou como plumas de um travesseiro destruído.
Os olhos escuros feito a noite brilhavam em expectativa, fazendo com que algo dentro do peito de Jimin se incomodasse.
— É como... Neve. — mordeu os lábios, não querendo prolongar aquele assunto.
Embora as tentativas fossem falhas, Lee Taemin nunca desistia de fazê-lo mudar de ideia, não só sobre a neve, mas também sobre várias questões da vida.
Mas, Park Jimin tinha convicção do que queria evitar.
Tinha menos de um mês de vida quando fora deixado para morrer na porta daquele mesmo prédio, em meio a neve. Diziam que fora um milagre ter sobrevivido após tanta luta no hospital por conta de uma pneumonia.
Embora por dentro dele às vezes fizesse frio, Jimin não se permitiria gostar dos dias de neve.
— Sabe que não adianta tentar me convencer. — arqueou uma das sobrancelhas e lhe ofereceu uma das mãos para que Taemin sentasse ao seu lado. — Podemos ficar lendo na biblioteca, o aquecedor nessa época deixa o ambiente bem mais acolhedor... — sugeriu, entrelaçando os dedos alheios aos seus e chegando cada vez mais perto do rosto bonito.
