Dizem que o que nos tornamos quando adultos, é reflexo de como somos tratados durante a infância. Desde nosso caráter, até nossos medos, inseguranças e prioridades.
Para Jimin, um órfão desde sempre, passar por tudo isso fora muito mais difícil. As...
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Boa leitura!
Eu ainda sou o mesmo O mesmo que sempre fui O mesmo eu de antes está aqui Mas essa mentira cresce mais e mais Está ameaçando me engolir Lie - BTS
Jimin concentrava-se em uma nova pintura, dessa vez um pouco mais abstrata. Fazia uma mistura de cores e formas, tentando extravasar suas emoções, como Jeon Seokjin o sugeriu em uma das conversas enquanto brincavam com Apolo. Estava tão entretido que sequer ouviu a porta abrir.
— Um quadro novo? — Hoseok o perguntou, observando atentamente as pinceladas em uma distância não muito invasiva. Jimin deu um pequeno pulo com a voz repentina, derrubando um pouco de tinta azul em sua camiseta branca. — Perdão, não queria assustá-lo. —
— Tudo bem. Estou só matando o tempo, Dr. Jung. — respondeu, abrindo um pequeno sorriso e colocando o pincel de lado. — Veio fazer a checagem de rotina?
— Na verdade, vim lhe fazer algumas perguntas. — cruzou os braços analisando cada expressão do mais novo. — Disse que ligou para Taemin durante o tempo em que esteve fora, certo?
O loiro mordeu os lábios, sentindo um desconforto imediato ao entrarem neste assunto.
— Sim... Sei que não fiz a coisa certa, principalmente ao colocar Jungkook-ssi em uma posição difícil. — suspirou, lembrando do antigo professor.
Já fazia uma semana que não recebia notícias dos dois irmãos, e ao tentar tirar informações de Kim Namjoon, o diretor encerrava rapidamente o assunto com respostas vagas.
— Certo, e sentiu algo diferente durante as ligações? Você mencionou que ele estava com outra pessoa... Se sentiu ansioso ou incomodado de alguma forma?
— Ele veio me ver? — ignorou as perguntas, abrindo ainda mais os olhos, agora brilhantes, em uma expectativa imensa. — Eu tinha certeza, ele nunca me deixaria dessa maneira, onde ele está me esperando?
Hoseok manteu-se em silêncio, reprovando totalmente o comportamento alheio. Ainda que se sentisse abandonado e traído, insistia naquilo com tudo de si.
— Ele não veio. Deve se desapegar desse sentimento, Jimin. — falou enquanto fazia anotações no prontuário do menor. — Você precisa voltar a fazer as sessões de terapia, logo completará a maioridade e precisará seguir sua vida fora daqui.
Park ao ouvir aquilo encolheu-se, não querendo pensar em como seria viver fora dali, sozinho e sem nenhuma garantia de nada.
— Não quero sair. — negou rapidamente, cobrindo as orelhas com as mãos e fechando os olhos. — Não quero sair, não quero! — aumentou o tom, puxando os próprios cabelos com força ao que tentava causar uma dor ainda maior que a que sentia dentro de si.
