SEIS MESES DEPOIS - 1 ANO DE CASADOS

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Um ano... um ano de casados a gente faz hoje. E estou... triste.

— Kia, minha doce menina, você não se levantou da cama ainda? — A Felícia aparece no quarto, indo até as janelas abrir as cortinas. — Desculpe-me, mas eu estou cansada de te ver deprimida e presa dentro dessas paredes, lendo livros igual como arroz e feijão. Levante-se, tome um banho que a senhora vai comer do café na mesa.

— Com a Sra. Lorenza? — Resmungo, sem querer ver a minha sogra. — Não, obrigada, Felícia.

— Gael vai te levar para andar a cavalo. Você não gosta?

— Eu amo, mas não sinto vontade no momento. Estou triste, quero ficar aqui, longe da Sra. Lorenza e dessa enorme mansão.

— Você tem a nós, Kia. Eu, a Maria e o Gael.

— Eu sei, Felícia — ergo as costas da cabeceira, suspirando cabisbaixa e emocionada. — E já amo muito vocês. Mas não é a mesma coisa. Eu me sinto sozinha, solitária.

Felícia vem até mim, afagar a minha mão. E vejo nos seus olhos que ela quer me dizer muitas coisas, mas algo a impede.

— Ele está em luto ainda... tente completar esse vazio com coisas que te façam bem. Como andar a cavalo com o Gael, passear pelo campo, ajudar a Maria.

— Não... eu quero um filho.

De repente a Felícia larga a minha mão e arregala os olhos.

— O quê? Um... um filho?

— Sim. Eu quero ser mãe. Quero ter um bebê.

— Kia, você fez 18 anos há dois dias. É nova, está na flor do amadurecimento. Um filho pode... — Felícia então se afasta, balançando a cabeça. — Não, eu não posso me meter. É casada, maior de idade e deve conversar sobre isso com o seu esposo.

— Ele chega hoje. Tenho certeza de que o Sr. Dexter não vai nos negar um filho. Eu vou cuidar, vou ser uma mãe cheia de amor.

— Você já é cheia de amor, doce Kia. Melhor que converse com o patrão. E por favor, levante-se e tome um banho que eu vou te esperar lá embaixo para servir o café.

Eu assinto, jogando-me no travesseiro logo que ela fecha a porta.

Um filho... talvez como nos livros, um bebezinho possa fazer o Sr. Dexter me amar e ficar sempre comigo — eu sorrio, imaginando como seria um fruto meu e dele.

• • •

Às 18h00, o Sr. Dexter volta da capital. Ele ficou três dias na cidade, junto dos seus irmãos. Eu me arrumei bonita para ele me querer, mas isso não aconteceu. Quando me viu, ele não disse nada, não me deu nenhuma atenção. Tentei me controlar para não chorar, só que depois do jantar, compreendi que ele estava doente. Gripado.

— A Maria te preparou um chá... — digo baixinho, chegando perto da poltrona dele, com a bandeja em mãos. — E biscoitos de chocolate. Estão maravilhosos.

— Deixe aqui, por favor — ele aponta para a mesinha.

Após deixar, eu permaneço em pé, parada, olhando-o.

— O que foi Kiara?

— O senhor já sentiu amor?

Ele abaixa o caderno que estava escrevendo e me encara assustador, causando-me tremores de medo.

— Isso não existe. Já falei para você parar de comparar a vida dos seus livros de romance com a nossa.

— Eu não comparo...

— Não minta, é péssima nisso. Olhe para mim.

Eu olho, ruborizada.

— Está muito magra. Felícia me disse que não anda comendo bem. Por quê?

— Estou triste.

— Não devia. Não lhe falta nada, Kiara. Tem do bom e do melhor nesta mansão.

— Só que eu queria o meu marido ao meu lado, que não viajasse tanto, que conversasse... beijasse-me.

Ele se cala. E mesmo envergonhada, eu continuo.

— Um beijo igual àquele que o senhor me deu no jardim, há um ano. Hoje é o nosso aniversário de casamento.

O Sr. Dexter fecha o caderno e passa a mão no cabelo.

— Vem cá, Kiara — diz, apalpando o seu colo para mim sentar.

E eu vou bamba das pernas, acomodar-me sobre as suas coxas grossas, sentindo o seu cheiro de perfume forte.

— Olhe para mim.

Eu o fito e ele toca no meu rosto, descendo a mão grossa pelo meu pescoço, seios, cintura e coxas. Fico sem ar.

— Você é tão macia...

— O senhor não é — sussurro, ao tocar no seu braço forte. — Tudo no senhor é duro.

Ele sorri, pegando os meus cabelos com força e aproximando os seus lábios dos meus. Arrepio-me de novo. O Sr. Dexter demonstra querer rasgar as minhas roupas e jogar-me bruto na cama.

— Isso me deixou com muito tesão, querida. No entanto, vamos por partes, darei primeiro o que me pediu.

Ele então avança na minha boca; rápido, cruel e faminto. O mesmo beijo que me deu há um ano no jardim, com mordidas nos lábios e com a língua se entrelaçando molhada na minha.

À medida que a nossa cabeça se move, o meu corpo treme, pedindo mais, que ele não pare, que continue percorrendo também os dedos nas minhas coxas... e entre as paredes dela... explorando-me.

 explorando-me

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COMPRADA SEM AMOR • COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora