VIAGEM PARA A CIDADE

39.1K 2.8K 761
                                    

Havíamos chegado na capital para ficar só por alguns meses. Mas nos primeiros dias eu fui completamente deixada sozinha no quarto de hotel pelo Sr. Dexter. Isso todas as noites também. Até eu não aguentar mais a tristeza de ele não me dar atenção, de não conversar direito comigo.

— O senhor vai sair? — Pergunto baixinho, sentada na cama com o meu livro de romance na mão.

Sr. Dexter está vestindo o seu bonito relógio.

— Sim. Mas voltarei cedo.

— Eu... eu queria sair também... queria conhecer a cidade.

— Quando estiver pronta para ser apresentada em público, conhecerá tudo que desejar. Acredito que vai até se cansar dessa cidade.

— E quando vai começar a minha transformação? A que o senhor falou?

— Amanhã virá uma professora de boas maneiras. Ela vai te dar aula todas as tardes. Até estar como eu desejo.

Assinto, mordendo o lábio.

— O senhor vai ir aonde?

— Vou sair com os meus irmãos.

— Tem mais irmãos? — Questiono surpresa.

— Sim, dois por parte de mãe.

— Eu vou conhecer eles?

— Em breve.

Ele termina de ajeitar o seu relógio e vem até mim, me estremecendo ao parar na minha frente, tocar no meu queixo e erguer o meu rosto.

— Jante e vai descansar, Kia.

Sinto vontade de dizer que o queria aqui comigo, me dando atenção. Porém, eu somente confirmo e abaixo a cabeça.

Sr. Dexter então solta o meu queixo, pega a sua carteira, a chave do carro e se retira do quarto. Deixando-me sozinha com o ambiente luxuoso e solitário.

• • •

Nos dias seguintes nada muda. Exceto as minhas aulas de etiqueta que começaram com a professora Mirian. Mesmo assim, mesmo com a companhia dela preenchendo as minhas tardes, a noite eu me sinto sozinha.

Talvez só hoje esteja sendo diferente.

— Aprendeu muita coisa? — Sr. Dexter pergunta, sentado no sofá, com alguns papéis na mão e outros pelo estofado.

— Sim, sim. Essa semana eu estou aprendendo regras à mesa. E acredito que semana que vem é de postura. Ela disse que vai me ensinar até sobre beleza.

— Hum.

— Acho que eu já estou pronta para comer em lugares públicos. O senhor não vai passar vergonha — eu falo, alisando a mão no meu vestido comprido e florido.

Sr. Dexter me olha. Eu desvio, indo até o vidro da saca, assistir a chuva que cai bem forte lá fora, balançando os coqueiros perto da piscina.

— Ainda não. Quero te ver andando de saltos e com a postura certa do seu sobrenome.

— E depois disso vai me tirar desse quarto? Vai me levar para ver a cidade?

Ele suspira, impaciente.

— Sim. Já disse que quando estiver pronta.

— Mas eu est...

— Chega de perguntas, Kiara. Eu já tinha o que responder — ele volta a pegar bruto os papéis e lê-los.

Eu fico o observando, encolhida com os braços.

— O senhor não gosta de mim? — Sem suportar essa pergunta batendo no meu cérebro, eu a solto em sussurro.

E ele permanece em silêncio. Mesmo assim, o ouço suspirar. E para me apavorar, Sr. Dexter abandona os documentos que lia e se levanta para vir até mim.

Eu dou um passo para trás, batendo contra o vidro da porta. Com medo, encolho mais ainda o meu corpo.

— Faça as suas obrigações como a minha esposa — ao parar na minha frente com a sua altura enorme, ele acaricia o meu rosto, erguendo os meus olhos. — Entendeu, linda?

Meu coração dispara pelo elogio. E assinto, sem desviar dos seus olhos e lábios.

Ele me acha linda?

— O-o senhor não respondeu...

— Se eu gosto de você? — Ele indaga perto do meu ouvido.

— S-sim.

— Eu gosto. E vou gostar mais ainda quando ficar do jeito que eu quero.

Sr. Dexter desce a outra mão para a minha bunda e me aperta dolorido, com toda a sua força.

— Se.... senhor... — arfo ao ser mais imprensada no vidro.

— Você é tão angelical. Faz ideia de como isso me excita?

Eu nego, sem ter onde colocar as minhas mãos. Então o toco nos braços de pelos macios, que esmagam a minha cintura.

— É, eu gosto disso, minha querida. Mas do que poderia gostar.

Os olhos dele se escurecem.

— E o melhor, é que você é minha.

— Eu sou — sussurro, tremendo pelos seus lábios na minha bochecha. — O senhor me comprou...

— Exatamente. Eu comprei para fazer o que eu bem quiser. — Após dizer isso ele me pega no colo e me joga na cama, subindo em cima de mim e rasgando o meu vestido florido e as minhas roupas intimas.

Agitada pela nudez, tento me esconder embaixo dos lençóis, só que ele avança rápido, segurando os meus pulsos no alto da cabeça. E antes de ele abrir a sua calça eu fecho os olhos, pela vergonha de vê-lo nu. Só volto a abri-los quando sinto o Sr. Dexter inclinando-se sobre a minha pele, já revestido... e afundando o seu comprimento até o meu peito saltar sem fôlego.

— Aahh porra, como é apertada...

Ele desliza as mãos pelos meus seios, a clavícula e segura o meu pescoço, investindo em mim cada vez mais duro.

E eu gemo, gemo como nunca fiz. O chamo para que nunca pare.

E o Sr. Dexter não para. É o que ele nunca faz até me fazer cair fraca, dolorida e tonta pelas milhares de sensações no meu corpo.

 É o que ele nunca faz até me fazer cair fraca, dolorida e tonta pelas milhares de sensações no meu corpo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
COMPRADA SEM AMOR • COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora