"Isso não é amor."
Suas palavras não saem da minha mente.
— Porra, elas não saem!
Eu abandono o quarto e corro para o escritório, pensando nela, na forma que a deixei jogada na cama. Entro na sala, tranco a porta e paro por alguns minutos na frente da parede, com a mão dobrada sobre o rosto, tremendo e suando frio.
As imagens não somem... a sua voz... as suas lágrimas. Meu Deus, o que eu fiz?
O QUE EU FIZ?!
Eu aperto a gola da camisa, rasgando-a de cima para baixo, em seguida eu avanço louco, derrubando tudo da mesa, das estantes, dos aparadores. Soco as paredes, chuto os móveis, enlouquecido de fúria, raiva e ódio contra mim mesmo.
Só que não passa! Isso não passa!
Então eu paro ofegante, sangrando os punhos e vou até a outra estante de bebidas, abrir a garrafa mais forte da prateleira, para sentar no chão e beber até isso no meu peito passar.
Vai passar, tudo vai sumir!
• • •
— Kia... — resmungo, abrindo bem devagar os olhos, incomodado com a claridade das janelas fritando a minha vista.
Eu chuto a garrafa vazia ao meu lado, sentando direito no chão.
E ela me volta... as imagens, a sua voz, as suas lágrimas.
— Kiara...
Eu preciso vê-la, eu preciso ter certeza que... — coloco a mão na testa. — Eu preciso ver a Kia!
Levanto-me tonto e bambo das pernas, andando com desespero e o mais rápido que eu consigo. Passo pela sala, subo os degraus, guiado pela adrenalina de vê-la. Até que eu chego no nosso quarto, abro a porta e encontro a cama bagunçada, também vazia.
— Kia? — A chamo, fechando a porta.
Ela não responde.
Eu vou até o banheiro, os closets, a varanda e não a vejo, não a encontro.
— KIARA! — Grito no meio do quarto, esperando alguma resposta. Entretanto, a droga da resposta não vem.
Penso que ela está na biblioteca, o seu lugar preferido. Mas, ao procurá-la, não estava. Assim como não estava em nenhum outro quarto, nenhum outro cômodo e em nenhum outro lugar que eu procurei!
Berrei pela Felícia na ala das empregadas e ela apareceu na sala, ainda com trajes de dormir. Desesperado, eu ordenei que ela mandasse todas as funcionárias procurarem a Kiara pela mansão.
— A-a Kia? Sr. Dexter, por quê? Ela...
— ANDA, FELÍCIA! PROCURE PELA KIARA! — Eu berro, chutando o abajur do canto do sofá e o espatifando em mil pedaços.
Assustada, a Felícia some da minha frente, indo fazer ligeira o que a ordenei.
Mas se passam minutos e nem ela, ninguém encontra a minha mulher na mansão.
Não é possível! Ela só pode... não!
Eu fico maluco!
Eu saio correndo pelo jardim e pela estrada da frente, gritando o seu nome cada vez mais desesperado.
— KIAAARAAA!!!
A minha ficha não cai, eu não aceito! Ela ainda está pela fazenda! Ela tem que estar, eu preciso vê-la! Eu preciso ver a minha mulher!
— KIAAAARAAAA!!! — A minha voz ecoa em berros pelos troncos das árvores, enquanto eu corro e tropeço nas pedras úmidas, com o peito aberto e a camisa rasgada.
Para a minha sorte, um peão aparece na estrada que leva até a porteira. E eu também ordeno a ele, que avise aos capatazes, que a minha esposa sumiu e que é para todos colocarem os homens atrás dela, fora e dentro da fazenda.
— AGORA, IMEDIATAMENTE! ANDA!
— Sim, senhor!
Ele aperta as costelas do cavalo, empinando o animal e saindo a galopes rápidos.
Eu continuo a andar. Ando a chamando em berros pelo nome e tendo a certeza de que estou caminhando pelo mesmo caminho que ela, por mais que eu não aceite.
— Kia... — sussurro o seu nome, tonto com as imagens... a sua voz.
"Isso não é amor..."
— KIAAARAAA!!! — Eu grito mais alto que a sua voz na minha mente.
Você tem que estar por perto, você tem que estar...
Olá, meus amores. No livro HDV, quem relata meio por cima o que o Anton passou quando a Kiara fugiu foi a Felícia, então decidi detalhar essa cena.
Ah, e acreditam que esse não é o último capítulo? Sim, eu me enganei. Hahaha. Amanhã eu realmente posto o ultimo, ok?
Beijão. 😘🖤
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COMPRADA SEM AMOR • COMPLETO
Romance+18 | Após um mês completado os seus dezessete anos, Kiara Lemos foi vendida pelo próprio pai para um fazendeiro milionário do estado, o recém herdeiro Anton Dexter. E em meio a sua inocência ela acredita que o homem que a comprou como esposa é um p...