MINHA PRIMEIRA VEZ: SEU TOQUE

63.8K 3.6K 1.7K
                                    

Após me beijar, o Sr. Dexter afastou a sua cabeça e me deixou sem fôlego. Notei que estava me segurando nos seus braços rígidos, para não cair com as minhas pernas moles. Recuperada, tentei me afastar pelo choque. Só que ele continuou em posse de mim, tocando nas minhas costas...

Agora essas lembranças, do seu toque doloroso, do seu beijo violento, do seu perfume marcante... eu estou eletrizada, acaricio os meus lábios a cada instante, sem crer que fui beijada pela primeira vez na vida e daquele jeito.

Ainda passei o restante da tarde no quarto, esperando por ele, que precisou me deixar só para resolver algo importante na sua fazenda poderosa. Porém, perto do anoitecer o Sr. Dexter retornou – também retornou duas vezes pior o meu desespero e o medo.

Não terei para onde fugir, nem como adiar mais. Só que mesmo assim eu estou grata pelo Sr. Anton ter esperado durante o dia. Ou não... isso me corroeu a alma a cada instante. Fiquei imaginando como seria.

— Comeu algo?

— S-sim... — Confirmo, sem olhá-lo.

Estou sentada na cama dele. Que é gigantesca e tem o melhor colchão que já me deitei. É como se estivesse nas nuvens. Não que eu já tenha ido até as nuvens, mas acho que a sensação deve ser essa.

Me fazendo suar frio, Sr. Dexter se aproxima devagar, sendo refletido pela meia luz do pôr do sol, que começa a escurecer o quarto. Ele então para com o seu tamanho grande e me estende a mão.

Tremendo, eu ergo a cabeça e toco nos seus dedos grossos, para engolir em seco e me levantar com os pés descalços e os joelhos fracos.

Noto que os seus olhos parecem piorar o meu desespero. Não gosto do modo gelado e estranho que são. Parecem querer me machucar, me fazer coisas ruins.

— Não vou te machucar — ele parece ler os meus pensamentos ao preencher o silêncio, onde eu apenas podia escutar os meus batimentos e a minha respiração.

— E-eu confio no senhor...

Após a minha resposta ele não fala mais nada. E inclina o braço para percorrer as costas do meu vestido branco de núpcias.

Fico tão amedrontada que aperto os olhos, sentindo cada um dos dez botões serem desabotoados. Quando chega no último, ele sobe a mão masculina pela minha pele nua.

Arrepio-me sem parar, quase tendo um colapso de temor.

— Abra os olhos, Kiara.

Obedeço a sua voz oponente e abro muito trêmula, fitando-o sem controlar os cílios.

Ele afasta o meu corpo, abaixa os meus ombros e tenta descer o vestido. No entanto, o seguro rápida no alto dos seios, vermelha das bochechas.

Sr. Dexter não parece se importar com a minha vergonha, nem com os meus temores, porque ele tira indelicado as minhas mãos do bojo e puxa o tecido a força, para que ele caia em volta das minhas pernas desnudas.

Desesperada, eu tapa o busto. E abaixo a cabeça.

Isso não está sendo bom... é tudo assustador...

— Quero ver os seus cabelos soltos — ele declara erguendo o braço e soltando a minha presilha do coque.

Os cachos loiros caem até a minha lombar. E finalmente me dou conta de estar praticamente sem nada diante dele. E só penso em querer me cobrir, depois entrar embaixo da cama e nunca mais olhá-lo.

— Não desvie os seus olhos. Quero que me fite, Kiara.

Não faço.

— Olhe para mim.

COMPRADA SEM AMOR • COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora