Estava encarando o relógio da minha sala, esperando anciosamente pelo sinal. Não estava prestando atenção na aula, apenas no relógio, faltava apenas dois minutos para aula acabar. Minhas pernas estavam tremendo de anciedade, ficava mexendo nos meus dedos descontroladamente, e finalmente o sinal toca. Pego minha mochila, e saio. O professor tinha falado algo, mas eu não dei importância e sai correndo até a saída.
-BOAAAA - Meu amigo de infância, Niki, fala desligando o cronômetro.
-Sério? - Riu soprado.
-Eu falei pra você! Eu consigo ser mais rápido que você! - Ele me dá uma garrafa de água.
-Quanto eu marquei? - Digo pegando a garrafa.
-17 segundos! Foi bom até, mas não melhor que eu claro. - Reviro os olhos, enquanto ele se gabava. -Eu marquei 10 segundos!
-Caralho! Você é rápido! Mas eu tenho que descer quatro escadas! E você apenas duas, por isso você chegou primeiro!
-Nada haver! - Bebo a água e o devolvo a garrafa. -Vamos logo! - Ele pega nossos skates, sim, nós levamos skates para escola.
Adoramos andar de skate, é um dos nossos hobbies. Quando eu era menor, tipo uns sete aninhos, eu ganhei um skate de aniversário.
Eu havia mostrado para ele o quão boa eu era, naquela época eu só sabia andar e bem pouquinho. Ele quis andar de skate também...
Flashback on:
-Niki!!! Niki!!! Olha o que eu ganhei do meu pai! - Vou animada mostrando meu skate para meu amigo, com um grande sorriso nos lábios.
-Que legal S/n! - Ele sorri e da pulinhos animado.
-Eu sou muito boa! Olha! - Dei uma pequena demonstração, apesar de meio desengonçada eu conseguia andar um pouco. -Viu!? Sou incrível!
-Você é muito boa! S/n posso brincar também? - Ele dá pulinhos novamente e faz uma carinha fofa.
-Claro! Mas cuidado, meu pai disse que pode ser perigoso. Eu vou tentar te ajudar!
-Okay! - Ele sobe no skate segurando minha mão, depois de um tempo, ele solta minha mão para tentar andar. Bom, ele conseguiu, pelo menos um pouquinho. Até cair e ralar seu joelho no chão, me assusto e vou até ele que estava chorando.
-Niki! - Me ajoelho ao seu lado. -Você tá bem?! Doeu muito?! - Ele afirma com a cabeça, tentando conter o choro. Vejo o machucadinho, e dou um beijinho no cantinho do pequeno machucado. Sempre que eu me machucava, minha mãe dava um beijinho pra melhorar, e sempre funciona! -Está melhor? - Abraço o mesmo.
-Um pouquinho - Rle tenta sorrir, dou um beijinho em sua bochecha e ele fica vermelhinho.
-Vou pegar um curativo!
Flashback off
-Além de bonito, inteligente, gostoso, legal, sou mais rápido que você!
-Então, por que está ficando para trás? - Riu e acelero.
-Não mesmo! - Sorri competitivo e acelera também.
Foi muito divertido, como sempre. Fomos comprar refrigerante e depois para a casa do Niki. Chegando na casa, jogamos nossas mochilas na cama. Fomos até a sacada para conseguir subir em cima da casa, pois é, somos loucos e estranhos, claro. Ele foi primeiro e depois eu. Eu acabei machucando um pouquinho a mão, mas nada demais. Sentamos e ficamos vendo a vista da pequena rua residencial, o tempo estava ótimo. Ele abre os refrigerantes, e me entrega uma latinha, dou um gole, e fico observando a vista.
-Eu acho que é minha vez de te dar um beijinho.
-Ah? - Ele pega minha mão e a beija -Niki! - tiro minha mão dele.
-Hum? Não melhorou? - ele me olha antes que eu falasse qualquer coisa, ele beija o canto da minha boca... O CANTO DA MINHA BOCA!?
-Niki... Porquê você.... - Digo nervosa evitando contato visual.
-Espero que tenha melhorado.