'Cause That's What We Are

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"Não preciso das suas desculpas, isso não é uma festa de pena" – No Time For Tears

 

— Ele me levou para a Harbor Island em um restaurante apoiado em palafitas. Juro, a sensação era de estar flutuando em um cruzeiro! — contava com um enorme sorriso no rosto. — Assistimos juntos o pôr do sol e ele me manteve acordada até o nascer, se é que me entende.

Jade gritou entusiasmada com o relato da amiga.

— Andre é incrível! Não digo apenas na cama, mas fora dela também. Ele parece ser durão, mas é romântico e sabe exatamente como me fazer sorrir.

— Uau, quem diria que alguns meses atrás vocês dois se pegavam no elevador três...

Jade estava feliz; ver a felicidade da amiga era seu alicerce. Leigh merecia todas as coisas boas que o mundo poderia oferecer — seu coração era enorme e não media esforços para fazer alguém se sentir melhor.

— Mas você sabe que eu terei que analisar melhor esse cara — bateu uma pilha de papéis na mesa para organizá-los melhor. — Preciso saber se ele é digno da minha garota.

Leigh-Anne tocou a ponta do seu nariz com o dedo indicador, um velho hábito da mulher quando pensava sobre algo: — Oh! Podemos fazer um encontro duplo com a fotógrafa! O que acha? Aproveito para conhecer a loira que está roubando o seu coração.

Jade encostou na cadeira, desconfortável. Ela não havia contado sobre a situação anterior com Edwards para não arruinar seu primeiro encontro com Andre. Pinnock chegara radiante na empresa e Jade faria o possível para que nada pudesse mudar aquilo.

— Lee, sobre isso...

Três batidas na porta interromperam a conversa das mulheres. Com o uniforme preto impecável, Nina colocou o corpo para dentro da sala e apontou a caneta prateada para a dona dos cachos mais bonitos da California:

— Três novas solicitações em sua mesa. Hoje o dia vai ser lindo!

Leigh rolou os olhos.

— E Jade... — a jovem continuou. — Alguém sem hora marcada quer falar com você.

— Quem?

— Perrie Edwards.

Thirlwall cogitou impedir sua entrada. Cogitou inventar algum pretexto ou simplesmente negar. Sabia que tinha motivos o suficientes para fazer aquilo e Perrie deveria, querendo ou não, aceitar.

Mas não o fez. Em vez disso, assentiu em direção à secretaria e alcançou o telefone em sua mesa.

Dizem que grandes relacionamentos acabam por pequenas comunicações — o que é verdade. E, apesar de não acreditar que tivesse alguma, decidiu dar o direito de defesa para Edwards antes de terminar seja lá o que rolava entre as duas.

— Posso trancar a porta, se quiser — Pinnock sorriu maliciosa ao levantar-se da cadeira.

Thirlwall rolou os olhos para o comentário imoral da amiga e ajeitou-se na poltrona, tentando encontrar uma postura resoluta.

Ou pelo menos tentar.

Mas ela odiava o jeito que Perrie estava linda aquela manhã. Ao atravessar a porta, deixou-se admirar rapidamente os olhos que se apresentavam ainda mais claros, com um tom acinzentado. Seu cabelo tinha algumas ondulações presas em um coque lindamente caótico, deixando soltas duas mechas loiras na parte da frente. Como se não fosse o suficiente, parte de suas sardas estavam à mostra em virtude da pouca maquiagem.

Droga, pensou.

— Obrigada por me receber — seu tom era baixo e solene.

— Só recebi porque, caso contrário, teria que explicar para Leigh-Anne e eu não estou com paciência hoje — respondeu brincando com as teclas do telefone.

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