— Você sabe que eu vou mimar demais essa criança, não sabe? — Perrie questionou, enquanto acariciava a barriga da mulher.
Era uma agradável tarde de outubro. O outono boreal tingia tudo de cores quentes: As árvores já estavam vermelhas, laranja e amarelas; e com o cair das folhas, formavam caminhos igualmente vermelhos, laranja e amarelos.
Mas aquela era a décima vez que a loira repetia a mesma frase. E ao ouvir aquilo novamente, a outra rolou os olhos:
— Minha bexiga não está sendo esmagada por um feto para você simplesmente estragá-lo com suas manias.
28 semanas. Ou 7 meses. Perrie sabia que o humor instável era apenas resultado de uma onda de hormônios da gestação e que não havia outra opção, a não ser lidar com aquilo. Ela teria que lidar com aquilo.
— Onde está sua namorada? Tenha filhos com ela e crie-os da sua maneira.
A fotógrafa gargalhou em resposta, olhando em sua volta e procurando por Jade no meio da pequena multidão. De longe, pôde ver a decoradora sorrindo solenemente durante uma conversa com Alexandre Edwards. A taça de clericot em sua mão pouco combinava com o vestido bordô — mas ela estava linda.
Seu pai havia cedido o espaço da vinícola para a realização de um leilão beneficente, organizado por Perrie. A loira passara o verão ensinando fotografia para filhos de imigrantes em uma ONG e agora, no outono, expunha os quadros para amigos, empresários e demais componentes da classe alta de San Diego, para que os acolhidos pudessem atingir a autossuficiência por meio do próprio trabalho.
Mas além disso, as oito horas de viagem haviam valido a pena: a propriedade localizada ao norte da Califórnia desfrutava de um cenário fotogênico em meio a colinas, oliveiras e vinhedos. É quase mágico viajar pelos caminhos de região vinícola no outono — seja por ser época de colheita ou pela mudança estar em todos os lugares que se olha. É nesta estação onde as folhas flutuam no chão, as vinhas exibem seus vermelhos e dourados após o verde do verão, onde os ventos aumentam, os dias ficam mais curtos e o canto dos pássaros, mais esparso. Um passeio por uma vinha rodeada de cores outonais é uma experiência que restaura e estimula.
Ela voltou sua atenção para Leigh-Anne:
— Já escolheu o nome?
— Gosto de Aimee e Aaliyah — sorriu. — Mas Andre não tira da cabeça que prefere Luna e isso está realmente me enlouquecendo.
— Ei, eu conheci uma Luna no colegial! — disse com entusiasmo ao lembrar da jovem. — Qual é o problema?
— Parece nome de cachorro.
Edwards precisou apertar os lábios para impedir que o champanhe, que bebericava, saltasse de sua boca.
— Minha vizinha tinha uma cadela chamada Luna. Ela pulava a cerca e comia todos os sapatos que eu deixava fora de casa. Não quero que minha filha pareça uma cachorra indisciplinada.
— Eu posso convencer Andre a desistir, se quiser.
Pinnock cerrou os olhos e imediatamente parou a carícia que fazia em sua própria barriga. Não acreditava na bondade gratuita da loira:
— O que você quer?
Um sorriso megawatt logo surgiu no rosto pálido. Perrie tomou ar para proferir seu desejo em meio à oportunidade única que recebera:
— Um macacão escrito: "Eu amo minha titia Perrie Edwards"
— Não! — exclamou com horror. — Isso é muito brega!
— Você será mãe, terá de ser brega uma hora ou outra! — encarou o semblante irredutível e, então, completou em um suspiro: — É isso ou nome de cachorro.
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Wine
RomanceO que você faria se encontrasse uma mensagem destinada a outro alguém? No meio de uma desilusão amorosa, Perrie Edwards encontra uma garrafa na praia de San Diego com algumas cartas dentro. Sua curiosidade a leva até Jade Thirlwall, uma jovem mulher...