Condão

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Como príncipe, Erwin sempre mostrou total preocupação com os cidadãos, desde a infância, sendo ensinado por seu pai, que seu sobrenome não mudaria nada em seu ser, todos eram humanos, sentiam, dor, emoção e se comportavam de maneiras parecidas em várias ocasiões.

Seu pai era um bom homem, carregado de nobreza, amor legítimo ao seu povo, e um coração gentil. Sua partida foi de extrema tristeza, mesmo tendo preparado sua família durante anos, quando a doença se agravou, seu filho sequer cogitava aceitar o possível falecimento do pai, contudo, antes do último suspiro do rei, o garoto de apenas quatorze anos jurou, com o punho sobre seu peito, do lado do seu coração, em sinal de honra, que quando a coroa fosse colocada sobre sua cabeça, faria um grande esforço para manter o reino da melhor forma possível.

Embora o mais velho o tivesse dito tais palavras, o mesmo sabia que primero, o poder hierárquico iria para sua mulher, coisa que em tal época, Erwin não imaginava o por quê de preocupar tanto o rei, já que o pai demostou-se demasiadamente preocupado com quem herdaria o trono, entendeu o problema ao decorrer do anos, quando notou os gastos absurdos feito pela progenitora, gastos esses que infelizmente não poderia interferir, já que como príncipe, seus poderes eram limitados.

No entanto, agora, seis anos após a morte de seu pai, o príncipe se via um pouco ocupado, aproveitando a pequena festa em comemoração a alguns anos do vilarejo que se localizava ali perto, gostava quando havia aquelas típicas reuniões dos pebleus, carregado de felicidade genuína e música boa, bem diferente dos bailes que frequentava, onde beber vinho parecia a melhor atração que possuíam.

Em meio a todo o barulho estridente que as crianças faziam chegar aos seus ouvidos, por meio de gritos e bater de pés a medida que corriam, Erwin esforçava-se para entender o diálogo dito pelas duas moças próximas a si.

O Smith costumava vestir-se em um capuz ou algo que pudesse esconder seu rosto, para que assim desfrutasse um pouco da vida fora do palácio, é cansativo, ter todos os seus dias preenchidos por mentiras que ouvia da boca de sua mãe e dos demais participantes da realeza, era de fato, agonizante. Todos os que viviam suas vidas pacatas e contínuas ali, não teriam a menor noção de como eram tratados como escravos diariamente, com um reino em crise e impostos mais altos do que todo o esforço e trabalho daquelas pessoas poderiam pagar de maneira honesta.

Permitiu-se suspirar, batendo ambas as mãos ásperas contra o capuz azul escuro, tão surrado quanto as roupas brancas compostas por uma calça e camisa, que utilizava por baixo. Aproximou-se sutilmente das jovens, cuidando para que as botas pretas que calçava não fizessem barulho. As mãos das mulheres postas sobre suas bocas, na tentativa de esconder pequenos sorrisos dados pelas mesmas e a maneira descontraída que se olhavam e gesticulavam com as mãos, que eram retiradas da frente de seus lábios apenas para tal movimentação, revelavam ao príncipe que ambas conversavam sobre um assunto divertido.

- Chloe. - A mulher loira de baixa estatura e olhos castanhos ditou, para a morena e pouco mais baixa que si ao seu lado. - Se algo realmente tão encantador existisse...A rainha já não teria o visto? - A pergunta despertou interesse do Smith, que possou suas mãos sobre um velho jornal que trazia consigo, o colocando perto de seu rosto, na tentativa de captar com melhor definição o assunto que as duas diziam, sem que elas olhassem sua face.

- Talvez o Reino não tenha noção disto, mas...- A de cabelos escuros tinha um timbre harmonioso, demonstrando total encatanto com o assunto. - Pode haver mesmo um anjo. Não é encantador!? - A voz continha empolgação.

O príncipe respirou fundo. Não era aquele tipo de conversa que esperava ouvir, totalmente sem sentindo e boba, não iria agregar em nada, e havia dado muitas esperanças de que de alguma maneira aquelas moças estavam percebendo do que se tratava o atual momento em que o reino encontrava-se. Ficou curioso sobre o que ambas ditavam por conta de ouvir os nomes de alguns nobres serem ditos vez ou outra.

Deixou um sorriso fraco escapar e se formar sobre os lábios finos e secos, por conta dos ventos gelados do inverno. Achou a mente daquele pessoa bastante fértil, embora a crença cristã fosse grande entre os povos, a forma em total deslumbre que a mesma se referia aquela criatura mística, o lembrava que alguns ainda prefereriam manter esperanças e sonhos em seu coração, ao invés de um espírito melancólico.

Iníciou uma caminhada pela pequena feira do local, com sua cabeça baixa, mas com seus ouvidos atentos a qualquer coisa, que fosse de extrema importância, caso precisasse. E de certa forma, funcionou, já que poucos segundos depois sua audição captou um pequeno ruído por entre os becos pequenos que geralmente serviam para jogar lixos.

Mesmo com receio continuou, guiando seu corpo para mais e mais perto, identificado finalmente o som, que se parecia mais com um choro fraco, com gemidos de dor...Muita dor. De maneira mais rápida o loiro começou a se locomover para perto, olhando a sua volta quando finalmente entrou no pequeno local, rodeado por caixas e tecidos velhos e mal tratados, percebendo que o som emetia de um monte em específico.

Suas mãos tremeram um pouco, antes de finalmente tomar coragem e puxar os tecidos sujos que haviam ali, de maneira afoita e sem focar muito no barulho.

Os olhos azuis se fixaram no homem ali assim que os panos caíram no chão, espalhando um cheiro que mofo, esse que não foi dado muita importância, afinal as pupilas presentes nos olhos azuis se dilataram, focadas nas orbes escuras como a noite e curiosas como as de uma criança, o encarando, de uma maneira indescritível para a Smith, que sentia o seu corpo paralisado naqueles poucos segundos, que pareciam durar demais. O homem de baixa estatura e cabelos escuros tomou sua atenção, era como se, estivesse o encantado.

- S-Se afaste...- As mãos do menor tentaram se apoiar no chão para se levantar, em vão, já que o mesmo parecia não ter força alguma, seu timbre revelava o de alguém que temia algo, assim como seu olhar, que antes curioso, agora demonstrava puro medo.

Tentado entender suas ações, o nobre finalmente se seu conta. O loiro o encarou em total surpresa e desentendimento.

Havia sanguem no tecidos rasgado e velho que o moreno vestia, bastante sangue, ainda vívido, caindo, dois cortes profundos haviam nas costas daquele homem. Também continha o líquido por vários tecidos e lixos que estavam ali.

Com tamanha perca de sangue...Como ele estava vivo?







Notas:

Oie, eu passei muito tempo pensando se postava ou não essa fic, mas finalmente decidi dar vida a ela, eu realmente não sei se ela está boa, mas estou me esforçando.

Desculpem pelos erros de escrita e pelo Bunner ruim, não sou boa em edições.

Até mais, beijos.

Behind A Warrior - Eruri Onde histórias criam vida. Descubra agora