sangue

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— Se não me ajudar, perderá o seu posto como rainha, e farei todos desse reino, saberem que você não é mãe do príncipe, afinal, só tem direito ao trono por que pensam que seu sangue está no sucessor.

A mais velha encarou a morena por breves segundos, as orbes azuis tomaram um tom carmim, que mudou e retornou para o habitual assim que ela desviou seu olhar de Mikasa.

— E quem irá acreditar em você? Eu modifiquei meu corpo para torná-lo uma cópia fiel da rainha. Eu sou ela, logo, os filhos são meus.

O tom da nobre era trêmulo, Mikasa não sentia que a frase era direcionada a si, e sim a própria rainha.

— Você sabe que demônios também seguem regras, não podem viver como humanos por tanto tempo, uma hora irão descobrir. E eu posso ser quem irá fazer tal ato se tornar real. — A Ackerman ameaçou.

— Mikasa, ser um demônio não me torna um ser tão horrível, seu irmão...— A morena apertou o punho quando Levi foi citado. — Ele é como eu, no entanto, com mais sorte.

— Melhor não se comparar a Levi, você não passa de um ser maligno.

— Bom, não vejo outra opção a não ser aceitar, mas não quero que fique tão próxima de mim, conversaremos mais sobre isso depois. — A loira riu de maneira fraca. — Se não se retirar logo, mandarei os guardas  buscarem a senhorita, não é como se pudesse fazer algo contra humanos indefesos.

A Ackerman soltou o ar expressando sua raiva e desapontamento, no entanto não iria insistir, ela era um anjo de mais alta classe, e se humilhar pela ajudar de um demônio era medíocre.

Seria mais fácil se Levi fosse como si, apenas conseguisse rebaixar seres inferiores e colocar-se em seu lugar, como um anjo deveria fazer, porém ele escolheu os tratar como igual, principalmente aquele humano...Que ela faria de tudo para separar do irmão.

***

Havia se passado uma semana.

O pequeno homem suspirou, suas costas haviam se curado por completo, e nem sinal de suas asas, se sentia mal por estar minimamente feliz com tal fato, contudo, pensava em como conversar com a irmã sobre seu desejo de permanecer humano.

Não era só pelo Smith, mas também por si, afinal, desde que se lembra de sua existência, viver como um anjo parecia uma tortura, lutar sem parar, estar sempre ferido, sem esperanças.

Não poder ter contato com seus semelhantes era a pior parte, e como humano, ele poderia manter afeto com os outros e se livrar daquela maldição que era ser um arcanjo.

Estava frio naquela manhã, ao ponto de nevar, fazendo o verde intenso da grama ser substituído pela imensidão do braco, que também se fazia presente nas árvores, tetos e até mesmo nos animais que as pessoas que moravam próximo ao reino possuíam, Levi parou para apreciar os cães que pulavam sobre a neve, aéreo com seu redor, pensando frequentemente na irmã que parecia cada vez mais possessiva, ela sempre estava perto de si, invadindo seu espaço pessoal e impedindo suas conversas com o humanos, e principalmente com o Smith.

A roupa vestida pelo anjo, coberta por um enorme e aquecido manto escuro, que abrigava um capuz que estava sobre sua cabeça, quase não era possível a visão dos outros ter acesso ao seu rosto.

Embora a neve escondesse a beleza das coisas, ela trazia a sua própria, tornando a estação única e bela. Ao menos para Levi, que estava a apreciando pela primeira vez.

— Anjinho! — Ele virou-se para encarar a mulher que o chamou, Hange sorriu de maneira gentil assim que ele a fitou. Já tinha noção de quem era antes mesmo de se virar, já que a  morena só se referia a si com aquele apelido, ultimamente.— O príncipe disse que se eu o visse deveria dizer que ele está o esperando no quarto.

Behind A Warrior - Eruri Onde histórias criam vida. Descubra agora