Face

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Levi sentiu o líquido morno descer por sua garganta, empurrando o pão que mastigava segundos antes, era estranho, sentir gosto era novidade para si.

Sono, fome, cansaço...Ele nunca havia sentindo nenhuma daquelas coisas que presenciou ao acordar, suas costas estavam melhores, e se assustou um pouco quando encontrou seu peito desnudo.

- Se sente melhor? - O príncipe se aproximou da cama de lençóis vermelhos e macios, observando o anjo o encarar seriamemente, acenando positivamente com a cabeça.

- Retirou minhas roupas? - O tom de voz veio gélido, e os olhos negros o encararam, buscando sua resposta.

- Não o toquei, mandei que algumas criadas limpassem seu corpo. - O nobre recolheu a bandeja que se encontrava ao lado do moreno, assim que o mesmo terminou sua refeição.

- Obrigado. - Pela primeira vez sua voz era em um tom normal, o Smith só havia visto o Ackerman dormindo ou o responde de forma ríspida.

Erwin gostou da voz dele.

- Chamo-me Erwin. - Apresentou-se.

- Levi Ackerman. - As mãos do anjo tocaram os tecidos na cama, voltando a se deitar de maneira aconchegante. O príncipe notou, depois que aquele homem acordou, o quanto o mesmo era independente, tentando se levantar e pegar a comida sozinho. - Vou me recuperar em breve, logo não vou o causar mais problemas.

- Não está me causando problemas, Levi. - Afirmou, suspirando, encarando brevemente o homem deitando em sua cama, antes de retornar a falar. - Posso lhe perguntar algo?

- Sim.

- Poderia me dizer o que aconteceu? - O nobre tocou o ombro alheio, a fim de chamar atenção do Ackerman, que virou seu rosto para responde-lo.

Erwin puxou os tecidos para cobrir o corpo do moreno assim que o vento frio passou pela janela, causando alguns arrepios nos pequenos pelos que haviam na pele pálida.

- Eu fui atacado por alguns homens. - Levi disse, fechando os olhos com força quando se recordou da noite anterior, sua cabeça doía só de lembrar.

- Eles o roubaram?

- Digamos que sim. - Suas orbes se distaciaram, focando na janela que estava aberta. O tempo estava fechado, e Levi sabia que iria chover. Se perguntava o que teria acontecido se outra pessoa tivesse chegado antes do princípe.

Erwin se calou, notando o desconforto do anjo. Ele observou o rosto pálido do moreno, seus olhos escuros estavam focados no vento lá fora, pensativo, sua mente estava uma bagunça.

- Amanhã, acho que já vou conseguir andar sozinho. - O nobre voltou sua atenção para o moreno assim que o mesmo começou a falar novamente. - Mas por agora, queria saber porque minha garganta dói tanto. - Ele o fitou novamente, sua voz em um tom duvidoso e inocente.

Ele não sabia que estava com sede?

O Smith se perguntou por alguns segundos, antes de se levantar.

- Prescisa de água. Vou pedir que tragam para você.

- Obrigado.

- Não me agradeça por tudo. - O príncipe pediu calmamente.

- É da minha natureza, agradecer, Erwin. - O nobre estranhou a fala, no entanto, não poderia passar o dia ali, estava apressado e presisava falar com sua mãe.

Levi não mentiu, aquilo era dele, anjos agradeciam sempre ao seu superior, o protegendo. Eram assim desde o nascimento, até sua morte. Eles lutavam, agradeciam, e morriam, era um ciclo, depois disso eram substituído por outros anjos.

Behind A Warrior - Eruri Onde histórias criam vida. Descubra agora