Última Chance

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(Eu não prometi um final feliz.
A revisão tá bem mais ou menos, mas juro revisar melhor depois.)



*****

Sasha acordou atordoada aquele dia, o anjo comum acostumou-se com os pesadelos desde que pisou na terra, ela não conseguia os decifrar com facilidade, no entanto, de uma coisa  possuía plena certeza, era algo relacionado a Mikasa, era como se sentisse a presença da Ackerman todas as vezes.

Não havia ninguém na pequena casa aquele dia, provavelmente Niccolo teria ido trabalhar, e Connie deveria estar prestando seus serviços a alguém também, em resposta a sua solidão, ela suspirou cansada, e rapidamente sua audição, que Levi costumava dizer que era a melhor, captou um som próximo, fazendo seus olhos procurarem nas aproximidades rapidamente. O corpo da mulher se levantou da cama, e assim que escutou os passos em direção ao seu quarto ela percebeu de quem se tratava.

— Que saudade Levi!

Ela ditou, e o meio humano se aproximou, adentrando o cômodo surrado e empoeirado, que o causou uma expressão, em total desaprovação de imediato.

— Também sentia falta da sua gritaria, embora Hange também seja boa nesse quesito. — Ele ditou, ouvindo uma risada escapar da amiga.

— Precisa de algo? — A Blouse podia sentir que o mais velho necessitava de algo.

— Você acha que ainda tenho luz o suficiente para curar uma maldição?

— Depende da maldição, as simples você facilmente conseguiria, no entanto uma mais elevada poderia acabar com toda sua áurea restante. — Ela ditava calmamente. — Mas de que tipo se trata? Vocês arcanjos não costumam curá-las, esse trabalho geralmente são para anjos comuns como eu.

— Então você poderia curar uma maldição de amor? — Indagou esperançoso.

— Quando essas são feitas, geralmente só são quebradas quando um dos humanos se sacrifica pelo outro, para que os dois não morram, ou seja, apenas os amaldiçoados podem curar a si próprios. — A morena já havia tratado de várias maldições, ouvindo orações de pessoas e as ajudando, seu trabalho era cuidar dos humanos de forma branda, diferente de Levi, que sua função era unicamente eliminar demônios, para que não possuíssem a terra por completo, por que ele estava tão insistente naquele assunto?

— Erwin foi amaldiçoado. — A resposta para a pergunta de Sasha foi mais rápida do que que esperado por ela.

Pode notar a face tristonha do arcanjo, ele sabia que a única solução era se afastar.

— Já sentiu algum sintoma da maldição em você? — Ele negou, obviamente o fato de ser superior em poder, o moreno seria afetado mais lentamente. — Isso significa que ele morrerá primeiro, caso não se vá, acho que o deixar é a única opção.

O Ackerman encarou a janela, o céu turbulento, infestado pelas nuvens escuras, seus olhos azuis, tão escuros que se acinzentavam, perderam o pouco brilho restante, e as palavras da rainha pesaram em sua mente, era tudo culpa dele.

— Eu entendo...Eu vou deixá-lo.

— Um de vocês precisa morrer não é? — A Blouse inicou, bastante empolgada, fazendo o mais velho focar a atenção em si rapidamente. — Quando um ser celeste se torna humano...O ser em questão morre. Significa que, se você pecar e se tornar totalmente humano, o Levi anjo...

— Estará morto. — O Ackerman respondeu, sentindo a pontada de esperança retornar a seu interior. — Só restará um humano.

— A chances de dar realmente certo são pequenas, mas se der...— O anjo sorriu para Levi, ele teve quase certeza que uma frase bonita sairia da boca dela, contudo, era de Sasha que estava falando. — Posso ficar com seu posto como Arcanjo? Não aguento mais ouvir tantas orações, eu quero matar demônios, parece tão mais legal!

— Se der certo vou dever tudo a sua idéia maluca, pode virar o que quiser. — Ele respondeu rapidamente, após uma risada soprada.

***

Erwin estava em seu quarto, ouviu de alguns soldados conversas soltas sobre Mikasa estar mais distantes, claro, depois da discussão que obteve com o irmão, se excluir parecia a única solução para que ela não tivesse que responder a mesma pergunta para todos.

"O que aconteceu?"

Era sempre a mesma indagação, e claro, nenhuma delas possuía preocupação verdadeira, tudo se tratava da curiosidade do demais na briga alta que acontecera no dia anterior, o príncipe diz se lembrar de Mikasa ter batido na porta durante a noite, e também de Levi segurando a barra de sua camisa, e o pedindo para que a ignorasse, os soluços da garota faziam o nobre se sentir mal em a deixar naquela situação, mas segundo seu amado, ela havia feito algo imperdoável, que não o contaria por agora, "não quero o causar preocupação Erwin", O Ackerman o dizia, e o loiro admitia que aquelas palavras exalavam ainda mais motivos para se preocupar.

Já estava quase noite, estranhou a demora do menor para retornar ao Palácio, no entanto ele o confirmou que iria apenas se encontrar com Sasha, para "tratar de assuntos de anjos".

Se levantou dali um pouco cansado, não obteve melhora significativa de seu quadro, porém, ao menos sua doença não escalou de maneira prejudicial, então julgou estar tudo bem por enquanto, iria sair do quarto, e ir até a Hange conversar sobre qualquer coisa, estava farto de passar o dia em silêncio, desejava dialogar, ao menos essa era sua intenção, que não iria ser concretizada, pois assim que abriu a porta, a figura de baixa estatura e fios escuros que tanto amava estava ali parada, com seus olhos escuros o encarando em surpresa.

— Boa noite anjo. — O Smith desejou assim que a pequena surpresa se esvaiu.

— Erwin.

Um abraço forte e quase desesperado foi dado no príncipe, que apenas o retribuiu, apertando o pequeno homem em volta do seus braços, sentindo a respiração quente contra seu peito.

— Está tudo bem Levi?

— Está sim...Eu só, senti muito sua falta. — O moreno respondeu. — Podemos entrar? Estou com frio, e o corredor é muito ventilado.

O loiro apenas atendeu ao pedido, o guiando para seu quarto novamente,  fechando a porta atrás deles, ele observou Levi se sentar sobre sua cama, e novamente os olhares inseguros os encaravam, era diferente do que estava acostumado, o olhar predominante do arcanjo era sempre de seriedade pura.

— Levi...Eu sei que aconteceu algo, apenas me conte, por favor.

— Eu não quero falar muito.

— Não farei perguntas. — O nobre ditou, se sentando ao lado do mais baixo, que finalmente pareceu estar mais seguro para o contar algo.

— Você está amaldiçoado, não é uma doença. — Mesmo que o nobre quisesse muito indagar sobre como tal situação  estava acontecendo, não faria, afinal, havia prometido que seria calmo em relação a isso. — A menos que um de nós se afaste, você irá morrer.

— Não vou deixá-lo. — Foi a única resposta dada pelo Smith.

— Pode haver outra maneira de quebrar a maldição. — O Ackerman agora o encarava.

— Qual seria?

— Me tornando totalmente humano. — Levi suspirou após sua fala. — Eu quero que durma comigo. — A frase totalmente direta fez o nobre expandir seu olhar, o tornando maior.

— Está me dizendo que transar pode ser a solução para uma enorme maldição demoníaca? — Ele ditou entre uma risada fraca.

— Sim.

O mais baixo respondeu, e um silêncio permaneceu ali por alguns segundos.

— Levi. Você tem certeza que quer isso?

— Eu quero. Erwin...— O de fios escuros  começou. — Podemos só...Fazer? — O loiro sentiu um pouco do seu rosto esquentar, era engraçado como Levi parecia sério até em assuntos como aquele.

— Está bem.

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⏰ Última atualização: Apr 01, 2023 ⏰

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