Trilhar um corpo

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— Por que não está dando certo? — A Ackerman perguntava, suas botas batiam contra o chão, causando um barulho alto enquanto andava de um lado para o outro no pequeno cômodo. — Você me disse que em algumas semanas o príncipe estaria morto. Já faz dois meses que ele continua bem.

A loira revirou os olhos azulados, pronta para responder o anjo a altura.

— Meu filho não consegue mais lutar por tanto tempo quanto antes, e durante todos os dias ele piora. Creio que a culpa não é minha se ele resiste tanto. — Ela gesticulava ao falar, vendo Mikasa cruzar os braços em resposta.

— Vou te dar mais uma semana, caso contrário vou revelar ao seu "filho". — Ela enfatizou a última palavra, com um timbre irônico. — Que você não é a mãe dele. — Disse rapidamente, virando-se para a porta e a fechando rapidamente.

Após algum tempo a Ackerman concluiu que Levi já era um humano completo, entretanto, ela não revelaria a ele isso, era possível que o mesmo sequer fosse lutar para recuperar sua pureza, primeiro, ela teria que tirar aquele homem do caminho de seu irmão, para que assim, eles voltassem para casa.



***

— Erwin. — Levi chamou assim que andretou o quarto, o príncipe o encarou, seus fios dourados estavam caídos e ainda úmidos, não era como de costume, ele estava apenas com uma camisa social e calças, diferente das roupas deslumbrantes, mas ainda assim estava lindo. — Eu tenho algo para falar com você.

— Pode falar. — Ele sorriu ao dizer, sua mão possou sobre a própria perna e o Ackerman entendeu rapidamente o que ele iria pedir.

— Não irei me sentar no seu colo. — O moreno ditou, e o príncipe riu, fitando os olhos escuros em seguida.

— Vamos Levi, tenha dó desse pobre doente. — Respondeu, vendo o Arcanjo recusar novamente.

O Ackerman não era do tipo que matinha contatos físicos, adorava ter os mesmo com o Smith, todavia não iria admitir isso tão facilmente, ele se aproximou se sentando próximo ao loiro, ainda relutante, sentindo seu braço ser segurando e seu corpo puxado levemente para mais próximo do outro,  acabou se deixando levar e se sentando na perna do príncipe.

— Você me contou ontem que sua mãe ao longo dos anos se distanciou do seu pai...— Começou, sentindo a mão do outro acariciar levemente seu rosto, o polegar dava mais atenção a bochecha e algumas vezes passava por perto dos olhos. — Tem algum motivo para isso ter acontecido?

— Querido...Não me recordo de um motivo em específico, eles brigavam muito durante minha infância, minha mãe se tornou mais distante nessa época, ela costumava ser uma mulher amorosa. — O nobre respondia, seu braço direito, diferente do outro, que levava sua mão ao toque da pele de Levi, este rodeava a cintura com delicadeza, era tão pequena, se comparada a dele, o Ackerman em si era pequeno ao comparar com ele. — Por que está tão curioso?

— Eu não sinto mais aura alguma, no entanto, tenho certeza de que algo ruim emana da rainha. — Mesmo receoso, o anjo ditou, fazendo o loiro levar as orbes azuladas e claras de encontro as escuras que possuía.

— Eu não sei nada sobre tais coisas Levi. E você não possui mais nenhum poder divino, pensou em  falar com sua irmã? Ela poderia nos ajudar com isso. — O príncipe fez mais uma carícia sobre o rosto pouco expressivo, assim que notou a face se abaixar levemente, quebrando os olhares entre ambos.

— Mikasa não quer me ajudar. — Ele revelou, e o amante ficou ainda mais confuso, já que sempre notou uma aproximidade muito boa nos irmãos. — Poderíamos falar com a Sasha?

— Claro. Vamos falar com ela. — O nobre aproximou os rosto de ambos, era óbvio o desconforto demonstrado pelo Ackerman. Ele tocou as testas de ambos, sua mão agora segurando a bochecha e os dedos tocando a orelha de maneira branda. — Você brigou com sua irmã?

— Não quero falar sobre isso. — A resposta veio rápido, baixa, mas com sua autoridade convicta.

— Tudo bem.

O príncipe ditou, ambos ainda com os rostos próximos, e agora, com olhos fechados, não demorou muito para que o ato transformar-se  em um abraço desajeitado, e que ainda assim continha um conforto para os homens, Erwin segurou uma das pernas do mais baixo e a guiou, fazendo o mesmo finalmente se sentar de maneira mais acomodada sobre si, em suas duas coxas, ele suspirou e escondeu seu rosto entre o pescoço do nobre. Passaram-se minutos na posição, o príncipe matinha os olhos fechados, sentindo a respiração profunda contra seu peito, os batimentos acelerados e o peso sobre o mesmo.

— Não quero que morra.

A voz do anjo não invadiu sua audição de forma séria como de costume, era fraca, quase sem vida, e embargada. O príncipe apertou seu homem ainda mais em seus braços, a gota aguada caiu sobre seu pescoço e então, angústia e culpa invadiu o coração do nobre.

Levi estava chorando.

Fui uma lágrima única, porém, perceptível era a inquietação do mais baixo, sua face se levantou  até se aproximar da do amante, esse que sorriu minimamente, tentando passar qualquer segurança que fosse para ele.

— Não vou. — O nobre ditou, seus dedos secando a lágrima que marcou o rosto pálido.

Em uma ação rápida, o anjo segurou seu pulso, abaixou com calma a palma, a distanciando de seu rosto, seus lábios tocaram o do Smith de maneira sedenta, mesmo deixando o príncipe surpreso de início, ele retribuiu o toque, era um ósculo diferente dos demais que que haviam provado, a língua do moreno tocava a sua com maestria, as mãos do loiro seguravam o quadril do mais baixo com firmeza, quase marcando a pele com seus dedos, se não fosse os tecidos grossos das roupas.

— Levi...— Chamou assim que os lábios se separaram um do outro.

— Fique calado príncipe, apenas me beije.

O Ackerman ordenou, fazendo o homem voltar a provar de seu gosto rapidamente, fazendo a línguas se tocarem de maneira eufórica novamente, Erwin desceu suas mãos dos quadris do amante e apalpou as coxas fortemente, Levi arfou, e isso foi o bastante para levar seus lábios até o pescoço dele, provando a pele branca com seus dentes, chupando e marcando ali, enquanto o homem sobre seu colo proferia de maneira manhosa pelo seu nome, o rosto pouco expressivo agora demostrava-se repleto de reações, seus dentes se presavam contra seus próprios lábios, e ele gemeu em um timbre baixo quando o nobre mordeu o lóbulo de sua orelha e sussurrou seu nome ali, encostando os lábios úmidos e o fazendo estremecer aos mínimos toques.

Levi se remexeu, rebolando por instinto no colo do amante, que gemeu ao sentir o corpo roçar contra sua intimidade, já enrijecido, seu corpo estava mais sensível aos toques do moreno. O nobre empurrou o corpo do mais baixo contra a cama macia, ficando por cima e fitando o rosto do homem abaixo de si, a respiração do mesmo estava ofegante, seu braço caía sobre o próprio rosto, escondendo os olhos bonitos. A imagem o cativava, ele puxou a camisa de tecido grosso, não ao ponto de retirá-la completamente, mas o bastante para expor a pele da cintura e beijar a mesma, o Ackerman fechou os olhos com força quando o dentes cravaram sobre a pele, marcando ali também.

O príncipe parecia querer marcar todo seu corpo, e Levi apreciava isso.

— Você é perfeito. — O Smith ditou, as faces próximas, os narizes roçando um ao outro e as respirações quentes mesclando.

Eles começaram a suar, as roupas estavam quentes e queriam apenas retirá-las logo, e o Ackerman tomou frente disso, suas mãos apertaram a camisa social do outro e iniciaram uma pequena subida ali, relevando o abdômen marcado.

— Erwin. — Seus olhos escuros penetravam os azuis do mais alto, poderia suforcar em ansiedade pura, sentir o príncipe era a única coisa que o Arcanjo desejava no momento, o medo de perdê-lo e não o ter mais ao seu lado era enorme, e mal sabia o que fazer em relação a isto. — Eu...

— Levi! — A voz femina invadiu o quarto, assustada, a supresa dela era clara. O moreno retirou a mão da bainha da camisa do príncipe, que desceu a sua, cobrindo a cintura marcada e avermelhada.

— Mikasa!? Porque não bateu na porta? — O homem saiu de cima de si e ele sentou-se sobre a cama.

Ela matinha seus olhos negros no nobre, era fácil decifrar o ódio presente ali, Erwin agora tinha plena noção de que a mulher de maneira alguma aceitaria ser sua cunhada.

— Precisamos conversar irmão...

Behind A Warrior - Eruri Onde histórias criam vida. Descubra agora